No dia seguinte sou a primeira a chegar na divisão, sento na sua mesa e começo a estudar alguns casos que a nova equipe está trabalhando, Will entra bem humorado e lindo como sempre

- Bom dia !!! Já tão cedo na divisão Kathy??

- Bom dia Will! costumo chegar cedo no trabalho, é bom pra colocar em ordem tudo, entende???

- Com certeza! então... Que tal você almoçar comigo hoje? assim a gente se conhece melhor e eu posso te falar mais sobre a agência!

- Ah sério isso?

Will fica sem jeito e dá um sorriso de canto de boca.

- Tudo bem...

- Perfeito!

Carl entra na sala em silêncio. Olha para mim e Will e senta em sua mesa. Will vai até ele e ficam conversando por alguns minutos. Logo em seguida Nill entra na sala seguido de Beto.

- Bom dia equipe! Temos um novo caso.

Chefe Beto entrega os relatórios. Fico perplexa com o que leio...

- Como podem ver, nosso caso dessa vez não é uma novidade...

- Não é brincadeira Kathy, é muito real, ou não. Isso vocês que irão descobrir.

Fico olhando pra todos sem entender o que está acontecendo ao certo.

- Você vem trabalhar em um lugar que não sabe ao menos do que se trata?

Sinto ironia na pergunta de Carl.

- Isso foi culpa minha Kathy - , Beto esfrega os olhos e sorri timidamente - me perdoe, nossa divisão se encarrega de desvendar casos muito peculiares, casos que a polícia comum não consegue... 

- Ou seja, casos sobrenaturais, casos que ficaram sem respostas ou até mesmo bizarros.

A voz de Nill causa calafrios na minha espinha, mesmo odiando seu ar de superioridade.

Fico incrédula com o que escuto, olho para os rapazes sem saber o que dizer...

- A quatro meses atrás tivemos um caso com sereias, fomos informados pela polícia de uma cidade próxima daqui, que uns pescadores estavam sumindo... Will fala e me entrega alguns papéis.

- Ficamos de guarda a noite toda durante três dias, e então vimos a tal sereia na praia, mas diferente das lendas ela não canta para hipnotizar as pessoas,mas seus olhos encantam quem olhar para eles. Nill olha para mim fixamente

-Quando me disseram para pesquisar mais afundo sobre isso, também fiquei surpreso kathy... Lian sorri e levanta de sua cadeira.

- oook! Então ela continuou atacando ?

Ficaramos conversando por mais um tempo...vou para minha mesa e começo a ler o relatório quando Will se aproxima...

15 minutos depois, Will e Eu chegam a um restaurante próximo ao DCD.

- Amo vir aqui, é sossegado e tem uma comida maravilhosa!

Fazemos os pedidos

- Agora me conta um pouco sobre você! Quanto tempo tá na divisão?

- Bom... Eu e o Beto praticamente fundamos a DCD, sabia?

- Com certeza não!

- Então... ele sempre foi meu chefe na polícia, trabalhávamos no departamento de homicídios daqui, um dia aconteceu algo bizarro conosco, fomos investigar um homicídio em uma loja de brinquedos, mas era muito bizarro, o corpo da vítima estava queimada por inteiro, mas o incrível era que a loja não estava pegando fogo e suas roupas não estavam nem um pouco queimadas.

- Como assim? Ele Foi morto e colocado lá?

- Ele infartou e queimaram ele? por quê?

- Investigamos em cima disso,mas certo dia encontramos mais 3 corpos em lugares diferentes da mesma maneira. Fomos afundo nisso e descobrimos da pior forma possível.

Will toma um gole de água

- Um dos nossos parceiros estava no local do último caso, e viu quando um homem se aproximou e num piscar de olho ele relatou que sentiu a pele pegando fogo de dentro pra fora. A princípio achamos que ele estava delirando devido a dor, mas no fim não era isso. Então resolvemos falar com nossos superiores e dar a idéia de abrir uma divisão onde fossemos mais afundo em casos semelhantes.

- Uau... Isso realmente é estranho. Mas... E os outros agentes,como você os achou?

- Isso é interessante! Bem, precisávamos de agentes bons e principalmente com habilidades únicas.

- habilidades únicas?

- Sim, vamos começar com Nill, ele é um ótimo lutador e muito rápido com as katanas, facas e as mãos. Ele trabalhava no DP de Nova Orleans, ele nasceu aqui na Coréia, mas se mudou pra lá bem novo.

- Nossa sério?

- Carl é muito habilidoso com armas, é um excelente atirador e é ótimo em encontrar pistas, diria que seus olhos são de uma Águia, nada passa despercebido por ele. Ele trabalhava no Japão, um dia eu fui passear lá e o vi em ação, decidi que seria ele um dos nossos agentes.

- Hahaha... por que diz isso Kathy?

- Você viu o jeito que ele olhou e olha pra mim?

- Não fica brava com ele, ele passou por muita coisa dolorosa. Mas isso não sou eu que vou te contar entende?

- Entendo!

- Interessante, e você?

- Sou bom em interrogatórios e sou rápido em perseguições também.

- Um atleta? Haha

- Isso aí!

- E tem você, que foi solicitada não por acaso.

- E por que então?

- Não diria que isso é uma habilidade... O brasileiro tem fama de sempre dá um jeito em tudo, o famoso jeitinho brasileiro.

- Para mim é mais que isso! Nós sabemos que é muito difícil solucionar certos casos. E pelo que nos foi passado, VOCÊ tem uma percepção incrível.

- Não é bem assim Will, Concordo que minha intuição é forte, mas investigamos muito a fundo para encontrar o culpado.

- Sei... Mas seu ex chefe nos comunicou que sua intuição era impressionante.

- Na verdade não tive muita escolha, meu ex chefe me chamou e disse que eu ia trabalhar aqui. E em um piscar de olhos aqui estou eu...

Chegando na divisão Will, Nill, Carl e eu seguimos para o local do crime. Um galpão velho e abandonado em meio uma praia distante em um vilarejo.

- Parece que nossa sereia atacou longe dessa vez.

Nill olha para os lados e coloca suas katanas na bainha.

- Kathy está certa, vamos ao trabalho.

Will pega alguns materiais no carro e andamos por alguns minutos pela praia. Todos procuram pistas atentamente, até Carl achar algo estranho na areia.

- Pessoal! encontrei isso aqui, parece um acessório para cabelo.

- São duas carpas.

- Pode ser de qualquer pessoa...

Will está próximo a mim, ao falar  sinto sua respiração no topo da minha cabeça.

- Você pode ter razão, mas tem um porém, essa é uma ilha isolada em um vilarejo isolado, e esse material é estranho, temos que levar pra análise.

Carl me entrega e analiso com cuidado o objeto.

- Estranho, parece o mesmo material de conchas do mar, esse desenho...parece que foi feito a mão.

- como você sabe de tudo isso Kathy?

-Sou perita esqueceu Nill? já vi esse material em um dos casos que investiguei.

Ao chegarmos na divisão conto a todos o caso de uma mulher encontrada em uma cabana despida e com sinais de agressão, sem órgãos femininos e sem digitais. Will pergunta com curiosidade:

- Pra dizer a verdade não tivemos acesso ao relatório do legista, eu achei muito estranho porque fecharam o caso sem uma explicação significativa.

Os rapazes se entreolham surpresos.

- Tem mais um detalhe, quando analisei o corpo, aparentemente estava sem sinais de violência sexual ou qualquer coisa do tipo, não achamos digitais ou resíduos de qualquer coisa.

Conto aos rapazes qual era a aparência da mulher. Carl esfrega os dedos no queixo e fica pensativo, Will passa a mão no cabelo e suspira profundamente, Nill cruza os braços sobre o peito e olha para mim com o nariz empinado e uma sobrancelha levantada, com o tom de arrogância que odeio nele.

- Droga, é a mesma sereia que perdemos a alguns anos...

- como assim Will? Mas o que ela estava fazendo tão longe?

- Esse relatório foi enviado para nós, por isso você não recebeu. Alguns casos de outros países chegam em nossas mãos...

Will vai até os armários e pega uma pasta com fotos da sereia morta.

- Agora faz sentido! Perguntei do Dr. Lopes do por quê minha equipe e eu não ter recebido o relatório, ele veio com uma desculpa esfarrapada que passou para outro setor... Eu fiquei meses pensando nisso...