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Janeiro de 1605

Capítulo 74

 

“Se eu roubei seu coração

É porque tu roubaste o meu também

Se eu roubei seu coração

É porque te quero, te quero bem.

....”

—Se Essa Rua Fosse minha – Danni Carlos—

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Faz meio mês que ganhei os bebês, agora já me sinto bem melhor até mesmo consigo segurar as eles no colo e ajudar a trocá-los e colocar para dormir. Fiquei tão feliz na primeira vez que eles sorriram para mim em meu colo, sorrio alisando os cabelos escuros e ralos da bebê em meu colo.

–Madame está na hora de comer. -viro o rosto encontrando Amber empurrando um carinho, faz dez dias que não vejo Allan e por ordens dele também não tenho saído de dentro de casa para nada.

–Diga ao Allan que não irei ficar fraca assim para sempre. -falo ato sabendo que ele está escutando.

Quando descobri sobre a jovem senhorita o visitando o questionei sobre quem era mas o mesmo não quis me dizer nada alegando que eu ainda estava muito fraca para saber sobre o assunto, ele me disse que assim que eu pudesse andar novamente me contaria e isso faz mais de oito dias que voltei a caminhar pequenas distancias e ele ainda não me disse nada.

–Madame hoje temos sopa de franco com pães e frango desfiado para rechear o pão além desse molho especial criado pelo nosso mais novo cozinheiro. -diz enquanto serve a comida na mesa da sacada, desde que eu melhorei um pouco pedi por um quarto com mais luz já que precisava tomar um ar.

Por isso estou em um quarto da casa principal que foi preparado para os hóspedes que vem de longe, ainda que aqui seja um lugar confortável pela noite ainda escuto a bagunça pelos corredores e alguns hóspedes bêbados as vezes erram o quarto e invadem mas eu sempre dou um jeito.

Enquanto como minha refeição observo da sacada carruagens chegarem na propriedade, algumas mais simples e outras super extravagantes o que me faz pensar que o negócio cresceu muito rápido em tão pouco tempo. Suspiro após um tempo observando o local, se eu não tivesse encontrando o senhor Jacques, Henry, Amber e os outros eu nunca teria ficado nessa cidade mais do que quatro meses.

Talvez assim eu não teria sido encontrada por Allan e não estaria com tantos pensamentos sobre ele e eu, claro que estou confusa com tudo isso, não sei se é real ou se Allan apenas está com medo de perder os filhos ainda mais agora que descobri com quem ele vem se encontrando nos últimos dias, sinto um aperto no peito toda vez que penso nesse assunto.

–Madame o doutor Gustav está aqui para vê-la. -escuto e apenas aceno com a cabeça confirmando que ele pode entrar, desde que mudei para esse quarto o único que vem me ver todas as noites é Gustav para checar minha condição física e mental e também olhar os bebês.

–Como se sente hoje? -pergunta se sentando em minha frente e roubando um bolinho de frango da mesa, dou risada cobrindo a boca com a mão e virando o rosto um pouco para o lado, ele sempre está com fome e nunca mudou desde que o conheço sempre há um espaço a mais em seu estômago.

–Um pouco melhor, agora já posso carregá-los e também consigo comer mais. -falo isso enquanto limpo os lábios encarando o mesmo que pega seu bloco de notas enorme e começa a anotar o que eu disse.

–Tem dormido bem? E como está seus horários? -ele faz perguntas atrás de perguntas as quais respondo rapidamente e sistematicamente o deixando entusiasmado com minha melhora.

–Isso é tudo? -pergunto ao ver que ele para de falar e começa a guardar suas tralhas médicas, meu amigo sempre foi um pouco louco quando o assunto são seus pacientes em recuperação.

–Por hoje é, mas voltarei amanhã mas pelo horário do almoço. -diz sorrindo enquanto come um pedaço de torta que a empregada trouxe por um pedido meu, especialmente preparada para o comilão do Gustav.

–Estarei aqui já que não posso sair correndo por aí ainda. -digo fazendo piada e o mesmo respira fundo antes de me olhar com uma cara triste. –Qual é não me olha assim, estou brincando.

–Eu estou fazendo o meu melhor para que volte as suas funções o quanto antes. -diz e ajeita os óculos com a mão livre, sei que ele está dando seu melhor na verdade acho que Gustav se cobra demais pelo que acontece com seus pacientes.

–Ei, sei disso, apenas sou impaciente demais. -digo suspirando erguendo a mão para que a menina venha me ajudar, porque ficar de pé sozinha é um pouco difícil ainda. Ao invés de sentir a mão da menina sinto braços fortes envolverem minha cintura e me puxar para cima.

–Olá Gustav, como ela está hoje? -a voz rouca em meu ouvido faz meu corpo tremer de leve e um arrepio gostoso sobe por minhas costas.

–Melhor do que a três dias atrás, esse é um processo lento então apenas devemos observar atentamente e cuidar para que não se agrave. -diz ele já de pé com sua maleta na mão pronto para ir embora.

–Isso é ótimo, porque logo as crianças precisam fazer o batizado. -diz e posso sentir o sorriso em sua voz, já faz quase um ano que fugi de casa apenas mandando cartas de tempos em tempos nem ao menos sei como meus pais vão reagir ao ver os netos muito menos se ficaram felizes em me receber.

–Eu irei voltar ao território do Duque em uma semana e posso levar cartas se quiserem. -diz e não respondo, na verdade eu já mandei algo um tempo atrás nem me lembro se faz dias ou meses mas não obtive reposta alguma e nem ao menos sei se eles receberam a carta.

–Vamos conversar sobre isso em particular depois. -escuto Allan dizer e sinto um beijo cálido em meu pescoço, suspiro frustrada por não ter respostas as minhas cartas mas não posso forçá-los a me responder.

–Sim, irei me retirar agora. -Gustav fala antes de se retirar me deixando sozinha com Allan que ainda me manter segura em seus braços fortes, quando acho que ele vai me soltar o mesmo me vira de lado e me ergue em seus braços me fazendo tomar um grande susto.

–Quero conversar. -diz e engulo em seco, não sei o que me espera nessa conversa mas tenho uma leve impressão de que não vai ser um assunto fácil de resolver com apenas uma conversa, respiro fundo e solto o ar pela boca confirmando e o mesmo sorri de forma enigmática me deixando nervosa.

Seja lá o que ele tenha para né dizer não parece um assunto tão fácil de começar e talvez eu não goste tanto desse assunto já que sua expressão não é nada boa em relação ao que acaba de dizer.

–Eu tenho um grande problema e isso envolve você também. -começa e já engulo em seco, parece que vai demorar um pouco mais que o normal essa conversa afinal faz dez dias que não o vejo e também tenho muitas perguntas pra fazer e espero que ele me responda todas elas porque se ele pretende casar comigo não quero ficar no escuro enquanto ele resolve os problemas.

–Me conte tudo, se serei sua esposa estarei ao seu lado mesmo que enfrente a forca. -digo olhando em seus olhos e o mesmo confirma sorrindo tristes.

–Antabellum disse estar grávida de mim e não tem como eu negar ou fazer nada sobre isso. -diz e é como um baque para mim, o deus ele dormiu com aquele mulher? Isso vai ser problemático. Bem mais do que imaginei que seria, mas que droga Allan fez enquanto eu estava longe?

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