Joshua narrandoEstava na hora de me ceder liberdade e que melhor forma de fazer isso, senão, fodendo com a vida de quem me tira do sério, no caso, do cuzão que foi pego passando aviãozinhoPorra, esses noias não se cansa não? Sério?Normalmente eu não me dou o desprazer de ficar olhando pra cara de gente que gosta de foder com a família brasileira, mas depois daquele fracasso na operação, que no caso, se deu porque eu não aguentei segurar a porra do meu cacete dentro das minhas calças, agora eu estava tendo que fazer esses pormenoresNascimento – Ae chefia, o cara tá dando maior trabalho dentro da cela, puta que pariu se mijou todo e agora não quer tomar banho. Vê se eu aguento um negocio desse, olha ai hein, eu não tô sendo pago pra isso não, meu ordenado não paga humilhaçãoE de certo eu estava sendo pago pra ficar aguentando reclamação . . .O Nascimento estava passando por sindicância, juntinho comigo, porque foi o classe A que me ajudou a fazer tudo. Quando tudo aconteceu, també
OpheliaMeu nome é Ophelia, escrito desse jeitinho, com ph, minha mãe dizia que leu esse nome em algum lugar, achava que que tinha sido em algum livro, mas não se lembrava muito bem, só sabia que tinha sido ao acasoEu sou a mãe do Joshua, o hoje, grande homem, mas que eu abandonei quando era bem pequenininho. Não tenho orgulho disso não, na verdade, mais do que ter me apaixonado pelo Natan, eu achei que indo embora, eu poderia dar uma boa vida para o meu menino, mandando dinheiro que meu marido rico me daria todos os meses, para sanar as suas dificuldades, achei mesmoConheci o Natan em um dia de feira. Como nasci em uma família de agricultores, aquela rotina de acordar cedo, colocar tudo em caixas e sair para vender nas feiras de rua por praticamente, todo o Rio de Janeiro, era comum para mim. Foi ali que eu conheci o meu Antônio, mas também o Natan .. . Vidas diferentes, tipos diferentes, meu amor estava sim com o Antônio, sempre esteve, mas no final, depois de dois anos de casamen
AlíciaPensa num desespero que não cabe no meu peito. A minha cabeça ainda ecoa a frase que a dona Gisele falou pra mim, quando disse que eu era obrigada a fazer o exame admissional “Vai que você está grávida”Saí da casa dela, que sem surpresa nenhuma, era na zona sul e fui andando mesmo para o Méier, pensando na vida e como eu ia me safar daquela situação, nem percebi que passei na frente da delegacia que o Josh era responsável, só fui andando e andandoA única coisa que me confortava e me dava forças, era aquela criança na minha barriga. Na verdade, eu nem tinha barriga aparente, mas não sei por que, era mais confortável de usar roupas mais largas, eu não me sentia mais a vontade de colocar minhas roupas coladas. Fora que, naquele negócio de pega e não pega nada do que é teu, eu não trouxe nada, estou usando mesmo umas roupas da neta da dona Inês, que diga-se de passagem, adora se sentir a roqueiraCheguei na pensão já tarde da noite, morrendo de fome, mas o horário do jantar já ti
André (O nóia)O que a gente não faz pra ter boa vida, não é mesmo? Até mesmo, se mijar inteiro dentro de uma cela da delegacia, do delegado mais chato e temido do Rio de Janeiro. A minha prisão não foi por acaso não, foi encomendada pelo dono do morro, o Killer, eu só era mais uma peça naquele seu jogo de xadrezLembrando cá com os meus botões, lógico que não fui escolhido assim, porque ele morre de amores por mim, na verdade, é exatamente o contrário. Eu sou primo do Killer, de primeiro grau mesmo, o meu pai era irmão do pai dele. Nossa, como o meu velho gostava daquele cara, pensei muitas e muitas vezes que era até mais do que eu, mas segundo ele mesmo, eu só levava desgosto pra dentro de casaNão era bem assim, veja bem, a gente faz parte da família do cara que comanda o morro do Borel, eu também queria aproveitar um cantinho daquela fatia de queijo, a diferença é que eu gosto de aproveitar, mas não de ficar dando coisa em troca, porque trabalhar no movimento é ficar dando coisa e
FernandoEu tinha fama sim de ser mulherengo na faculdade, mas porque aquilo era conveniente pra mim, eu podia ter a mulher que eu queria, fácil fácilSó que eu não queria qualquer mulher, tinha uma em específico e ela nem era aluna do meu curso, na verdade era a secretária do coordenador, o Armando, mas quem mais dava ordens era o José, o reitor, aquele cara nunca foi com a minha caraClaro que eu passava na sala dele direito e digo mais, já tentei investir naquela mulher várias e várias vezes, mas só consegui sentir seu corpo roçando no meu apenas uma vez, o suficiente pra foder com a minha mente, aquela mulher marcou cada lugarzinho do meu corpo, as vezes, quando eu me concentrava, ainda conseguia sentir o seu cheiro. Uma única vez e foi na festa de confraternização de final de ano na faculdade, depois daquele porre, só uma vez. Caroline o seu nome . . .O cabelo dela era num tom de castanho, baixa, não sei ao certo o tamanho, a pele era clara e seu corpo, um pouco mais cheinho com
JoshuaMas que porra que aquele merda de juiz estava fazendo na minha delegacia? E por que eu fiquei sabendo daquela merda só no acaso?Joshua – Alguém me diz o que está acontecendo?O Nascimento veio praticamente correndo e bufando pra me dar a notícia, dizendo que o cuzão do juiz saiu da porra dos quintos dos infernos pra ficar fazendo questionamentos pra um Zé rola sem motivo nenhumLógico que ele pensou a mesma coisa que eu, porque pensa, juiz nenhum iria se dignar a sair do conforto da sua sala, da mordomia do fórum, pra poder interrogar um nóia que não tinha nada a ver com nenhuma investigação importante, o cara só é um nóia mesmo, eu estava até me preparando pra dar a liberdade pro cabra, acreditando que nem o magistrado estava interessado em dar mais essa despesa pro estado só que aquilo mermão, acendeu uma puta antenaJoshua – O que esses porra louca da delegacia pensam que estão fazendo. Eu estou passando por sindicância, mas ainda mando nessa bagaça, sou eu que respondo por
GiseleEu pedi urgência lá para o laboratório de medicina do trabalho e incrivelmente, de um dia pro outro, estava tudo certo, eu precisava urgentemente que aquela menina viesse trabalhar na minha casaO vocabulário dela deixava a desejar, eu sabia que o Gustavo teria a cara de pau de ficar investindo para poder ter um escape particular dentro da própria casa, mas sinceramente, foi-se a época em que eu ligava, hoje, eu si tento viver a minha vida mesmo, se ela não quiser, é só dizer não Gisele – Bom, de segunda a sexta, você dorme aqui, no sábado trabalha até depois do almoço e daí, é sua folgaAlicia – ExcelenteGisele – Você tem algum parente? Se tiver, peça para que não venha aqui, eu não quero livre acesso para pessoas que não conheço Alicia – Pode ficar tranquila, eu não tenho ninguém Ela falou aquilo de um jeito tão triste, como se doesse e doesse muito. O que eu mais achei estranho, foi ter me preocupado com a jeito que ela ficou, a menina parecia tão sozinha, tão desamparad
AliciaAquele olhar . . . foi como se eu tivesse vendo o Hael bem na minha frente, com o seu jeito predador de que não aceita um não como respostaEu não sabia o que fazer, tive medo que o homem me mandasse embora e eu precisava daquele emprego, mas eu não queria e muito menos podia cuspir no prato que tava me dando comida, eu não podia fazer isso com a dona Gisele, por isso, quando consegui sair daquele transe, eu empurrei ele, rezando para que, na raiva, ele não me demitisseMas não, aí contrário sabe o que ele fez? Caiu na gargalhada, mas riu de verdade e depois, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo, ele olhou bem nos meus olhos, se aproximou mais de mim e disseGustavo – Uma hora você vai ceder moça bonita e, quando isso acontecer, eu vou levar para as alturas, pode acreditar E saiu, só isso, cantou vitória de uma guerra que mal tinha começado. Eu fiquei ali na frente da pia, já segurando a lagrima porque sabia que os dias de sossego que eu pensei estar a caminho, pa