Raquel olhou para a mensagem e colocou o celular de lado.Também deixou o garfo de lado.- Srta. Raquel, a comida não está do seu gosto? - Perguntou o cozinheiro, um tanto preocupado.- Não é isso, é só que meu estômago está um pouco desconfortável. - Raquel disse com um sorriso leve.Realmente não era porque a comida estava ruim.Era mais uma questão psicológica.- Quer que chame o médico para dar uma olhada em você?- Não precisa.O médico não estava hospedado lá aqueles dias.Afinal, todos os indicadores da saúde dela estavam normais, apenas as pernas e pés que não estavam muito bons.- Então...- Continuem com o trabalho de vocês, não se preocupem comigo. - Raquel se levantou, apoiada na bengala e caminhou em direção à porta.Ela se sentia um pouco sufocada por dentro.Às vezes, ela conseguia enganar todos, mas era difícil enganar a si mesma.O telefone de Raquel tocou de repente.Ela olhou para a tela. Respirou fundo, mantendo um sorriso nos lábios.- Sarah.- Você ainda está na C
Claro que Raquel apoiava Sarah e Roberto.Mas, no fundo do coração, ela ainda mantinha uma pequena ilusão por Álvaro.Ela pensava que talvez...Raquel se sentia contraditória.- Você quer dizer que eu deveria estar com Roberto há muito tempo, não é? - Perguntou Sarah.- Eu pensei que vocês dois tinham um relacionamento tão bom que já deveriam estar juntos há muito tempo. Não esperava que você fosse tão tradicional.- Não é questão de ser tradicional, é que nunca pareceu o momento certo. Da última vez, Roberto me pegou assistindo a um filme adulto. - Disse Sarah, um pouco constrangida.- Você assistindo a filme adulto? - Raquel riu.- Não pense besteira, foi Priscila quem queria. Eu estava apenas ajudando a encontrar e acabei sendo pega por Roberto. Naquele momento, foi tão constrangedor! Mas depois daquilo, quase aconteceu algo entre nós. Se não fosse por um imprevisto de Roberto que o fez sair, ele provavelmente teria... Comigo.- E depois disso, você nunca teve outra oportunidade? Nã
Raquel havia acabado de virar quando foi abraçada por trás por Michel.O cheiro forte de álcool emanava da respiração de Michel.Era evidente que Michel havia bebido demais naquela noite.- Não vá.Michel a abraçava, seus lábios se aproximando do pescoço de Raquel, sugando avidamente o aroma único de sua pele.Os braços de Michel ao redor de Raquel apertavam cada vez mais.Os lábios de Michel no pescoço de Raquel começavam a se tornar inquietos.- Gosta tanto dessa sensação de ser abraçada por ambos os lados? - Perguntou Raquel.Raquel era surpreendentemente fria em relação aos sentimentos de Michel.O corpo de Michel se tensionou.- Quem é mais confortável de abraçar, eu ou a Solange? - Raquel perguntou com ironia.Michel ficou visivelmente mais rígido.- Desculpe, mas realmente não gosto do perfume em você. - Raquel acrescentou.Raquel obviamente sentiu o cheiro do perfume de Solange em Michel.A força nos braços de Michel diminuiu claramente.Raquel se moveu e conseguiu se libertar
Durante o banquete.Um criado se aproximou de Michel, falando com grande respeito:- Sr. Michel, o senhor disse para jogar fora as roupas que usou ontem à noite?O criado parecia incerto, afinal, as roupas de Michel eram extremamente valiosas. Um erro poderia ser caro demais para ele pagar.- Sim. - Michel assentiu.O criado parecia querer dizer mais alguma coisa.Talvez pensasse que não entendia o mundo dos ricos, então apenas disse respeitosamente:- Entendido.Então, o criado se retirou.Raquel observava o criado se afastar e olhava para Michel.- Na verdade, você poderia me deixar voltar para a Cidade B primeiro. - Raquel falou de repente.Ela não achava que sua presença faria Michel mais feliz.Ele, preso entre duas mulheres, só ficaria mais irritado.- Eu me sinto mais tranquilo com você ao meu lado. - Michel claramente recusou.- Então você planeja me manter por perto por quanto tempo?- Vamos ver. - Michel não deu a ela uma resposta definitiva.Raquel mordeu o lábio.No fim, el
- Eu acredito. - Álvaro de repente falou.Quando Roberto estava prestes a se opor, ele ouviu subitamente a voz de Álvaro. Roberto, claro, conhecia os pensamentos de Eduardo, que queria que ele trouxesse Sarah para os encontrar. Ele estava com Sarah há alguns meses e nunca a havia apresentado a eles.Às vezes, não conseguia resistir às pressões de Eduardo e pensava em confessar tudo, após consultar Sarah, que preferia manter tudo em segredo. Ela sabia que, depois dos eventos com a família Mendes, a faltava um sentimento de segurança. Ninguém, exceto suas melhores amigas Raquel e Priscila, sabia do relacionamento. Sarah temia que, se muitos descobrissem, poderiam causar problemas a Roberto, algo que ela não queria. Ela entendia bem Isabela e pensava que, uma vez que a hostilidade de Isabela diminuísse, não haveria mais perseguições deliberadas contra ela.Naquele momento, eles poderiam ficar juntos mais facilmente. Roberto, claro, respeitava Sarah. Sim, ele era aquele tipo clássico de ho
- Olá. - Ana disse com certa timidez.Ana já estava na família Mendes há vários meses, mas parecia ainda não estar totalmente adaptada à vida da alta sociedade. Sua insegurança fazia com que parecesse não muito confiante.Então Ana ficou sem palavras.A situação ficou um pouco constrangedora.- Você, criança, normalmente fala tão bem. Agora, vendo uma garota bonita, fica sem voz. - Hana, com alta inteligência emocional, tentava melhorar a atmosfera.Roberto queria retrucar.Isabela começou a falar:- Normalmente, eu não levo a Ana para sair tanto, por isso ela é um pouco introvertida. Talvez seja superproteção da minha parte.- Então daqui para frente, leve a Ana para sair mais. Roberto normalmente não tem muito o que fazer, ele pode a acompanhar.- Quem disse que eu não tenho o que fazer? Eu estou ocupado. - Roberto respondeu.- Ocupado fazendo o quê? Bebendo? - Hana não poupou nem o próprio filho.Roberto não podia discutir com a mãe na frente de todos.- Então, daqui para frente, po
Depois do jantar.Roberto rapidamente saiu com Eduardo e Álvaro.Todo ano em seu aniversário era assim: durante o dia, ele acompanhava formalmente os pais e os mais velhos para a refeição e após o jantar, era sua própria hora.Eles estavam saindo da mansão da família Rocha.- Roberto. - Hana o chamou de repente. - Leve a Ana com vocês.- Como vou me divertir com ela? - Roberto estava visivelmente irritado.- Do jeito que vocês se divertem, ela vai se divertir.- Somos todos homens...- Por isso que estou mandando a Ana para ficar de olho em vocês. - Hana afirmou firmemente. - Enfim, estou deixando a Ana sob seus cuidados.- Por que você está me dando essa responsabilidade? - Roberto protestou. - Dos três aqui, o mais próximo dela é o Álvaro, o tio dela. Se você tem que deixar alguém responsável, deveria ser o Álvaro.Álvaro deu uma olhada em Roberto."Parece que ele realmente sabe como se livrar de responsabilidades."- Não importa a quem eu deixe, de qualquer forma, estou deixando a A
Ana viu que Álvaro já tinha descido do carro antes dela. Ela seguiu Álvaro até um pequeno quiosque. Ao realmente entrar nesse círculo, no círculo da alta sociedade, ela percebeu que estava cercada por pessoas excepcionais. Como Álvaro. Ele só estava sentado à frente do quiosque esperando por sonhos, mas muitas pessoas que passavam não podiam deixar de dar uma olhada extra nele. Em seu círculo, Álvaro não era excepcional, mas no mundo comum, ele parecia superior. Cada um pediu um sonho. Álvaro provou um. "Está um pouco doce demais." Ele não era muito fã de doces.- Está bom? - Perguntou Ana.- Sim. - Respondeu Álvaro.Ele manteve sua atitude usual com Ana, nem fria nem calorosa. Ana, percebendo isso, não falou muito. Eles continuaram comendo seus doces em silêncio.- Proprietário, duas porções de sonho, uma para viagem e uma para comer aqui.De repente, Álvaro ouviu uma voz feminina familiar. Sua mão, segurando a colher, hesitou por um momento. Então ele abaixou a cabeça e contin