Raquel e Edson acabaram de ser entrevistados pelos jornalistas. Todos os repórteres se dirigiram para Michel e Solange. Edson perguntou a Raquel em voz baixa:- Como você está, consegue andar sozinha?- Estou bem. - Raquel moveu seu tornozelo. - Meu pé ainda dói um pouco, mas não deve ser nada sério.- Não force a barra.- Não estou. - Raquel respondeu com firmeza.- Tudo bem. - Edson deu de ombros e não disse mais nada.Raquel voltou a se apoiar em Edson e entraram no salão de festas. Michel e Solange, que estavam atrás deles, viram tudo, incluindo a interação íntima entre eles.- Nunca pensei que meu irmão e Raquel estivessem tão próximos. - Solange comentou casualmente.Michel não reagiu, como se não se importasse ou simplesmente não quisesse mostrar suas emoções na frente de Solange. Solange reprimiu suas emoções internas. De qualquer forma, eles anunciariam publicamente a data do casamento naquela noite. Por causa da atitude dominadora do avô dela, Michel foi mantido na Cidade L p
Michel e Solange saíram diante dos jornalistas. Ao entrarem no salão, Solange disse a Michel:- Você não está bravo, né? Eu não disse explicitamente aos jornalistas que o Nico não é meu filho.- Não. - Michel respondeu.Seu tom era indiferente, como se não importasse o que Solange fizesse, ele não se importava com ela. Às vezes, Solange se sentia como uma palhaça, apenas se divertindo sozinha. Seu rosto estava sombrio. Michel seria seu marido e, cedo ou tarde, só poderia ser dela. Ela agora podia suportar tudo. Ela ajustou seu humor e continuou gentilmente:- Eu não quero que Nico seja menosprezado, não quero que digam que ele tem uma mãe desconhecida. Tenho medo de que isso afete seu coração. Para mim, sempre tratei Nico como meu próprio filho.- Eu sei.Parecia que Michel a entendia, mas na verdade, ele estava apenas a dispensando. Eles entraram juntos no salão. Não havia muitas pessoas lá. Afinal, só poucos tinham o privilégio de participar do jantar de caridade da família Soares. O
Raquel e Michel se encaravam. As emoções que transpareciam em seus olhares eram tantas, mas ao mesmo tempo pareciam ocultar tudo. Todos permaneciam em silêncio, até que Solange tomou a iniciativa de falar:- Irmão, que pena, você colaborou com a Raquel antes de mim.- É mesmo? - Edson e Solange pareciam se dar muito bem.- Eu sempre disse que queria trabalhar com Raquel, mas ainda não tinha encontrado a oportunidade e vocês já conseguiram uma colaboração bem-sucedida. Isso realmente me deixou triste por um bom tempo. - Solange parecia genuinamente desapontada e sincera.- Solange, não seja tão gananciosa, o Sr. Michel sozinho já é melhor do que muitas empresas. Eu estou apenas começando nos negócios, não me faça falhar. - Edson parecia estar brincando, mas na verdade estava ironizando a ganância de Solange.- Ah, não brinque assim, somos todos uma família, não sejamos tão estranhos uns com os outros. Eu celebro sua colaboração com Raquel, e eu e Michel brindamos a vocês. - Solange, afe
Raquel franziu a testa olhando para Edson. Edson sorriu naturalmente. No final das contas, Raquel não partiu, ficando ao lado de Edson, observando a elite que ia e vinha. Claro, ela também viu Rafaela. Rafaela conseguiu se qualificar para este evento graças a Solange. Obviamente, Raquel estava lá por conta de um rancor pessoal. Com Rafaela era quase a mesma história. Para conquistar completamente Rafaela, Solange naturalmente teve que se esforçar mais. De repente, as luzes do salão de festas escureceram. Não que o local ficasse totalmente escuro, mas as luzes diminuíram e um holofote iluminou o centro do palco. Todos olharam naquela direção. O apresentador avançou, falando profissionalmente: - Respeitados convidados, boa noite a todos. Muito obrigado por tirarem um tempo de suas agendas lotadas para participar do jantar beneficente anual do Grupo Soares. - Um aplauso caloroso soou pela sala. Para um evento de tão alto nível, o anfitrião era naturalmente uma estrela do mundo do entrete
- Antes do início do leilão da gala beneficente, preparei um pequeno segmento interativo para todos. - Solange despertou intencionalmente o interesse do público.Todos os olhos estavam voltados para ela.Solange anunciou:- Vamos selecionar aleatoriamente uma das senhoras presentes para leiloar sua primeira dança da noite e o valor arrecadado será doado para uma instituição de caridade.Houve um murmúrio de agitação entre a multidão.Era a primeira vez que ouviam falar de um leilão de dança.Mas, afinal, era um jantar de caridade e quanto mais fundos arrecadassem, melhor, independentemente da forma.A maioria dos presentes não estava ali apenas pelo ato de caridade, a maioria veio para doar e aumentar a visibilidade de si mesmos e de suas empresas.- Alguma senhora gostaria de se voluntariar para subir ao palco? - Perguntou Solange.Houve um sussurro discreto entre a plateia.Algumas senhoras estavam interessadas, mas a timidez as impedia de subir ao palco.Edson sussurrou no ouvido de
- A senhora do número 62 está aqui? - Solange, de pé no palco, indagava à plateia.Os números eram distribuídos separadamente por gênero, com os homens recebendo números ímpares e as mulheres, pares.No início, ao receberem seus números, ninguém sabia o motivo dessa organização. Pensavam ser apenas uma estratégia para o sorteio do evento beneficente, uma maneira de animar a festa. Somente agora perceberam que era um preparativo para este momento.Edson certamente sabia o número de Raquel.- Você realmente tem muita sorte! - Brincou Edson.Raquel o lançou um olhar severo.Sorte?Quando Solange chamou o número de Rafaela, Raquel não achou que fosse uma escolha aleatória.Não existem tantas coincidências.Solange fez isso de propósito.Como organizadora, ela tinha várias maneiras de saber os números de todos.- Senhora do número 62...- Ela está aqui. - Edson complementou, apontando para Raquel.Solange fingiu surpresa ao exclamar:- A senhora do número 62 é a Raquel?- Sou eu. - Raquel r
Solange interagiu novamente com a plateia por um momento antes de voltar ao assunto:- Não vamos demorar mais. Vamos começar o leilão da primeira dança destas duas senhoras. Rafaela, você dança primeiro. Por favor, venha ao palco.Rafaela não recusou.Ela sorriu e caminhou até a frente do palco.- Que tal se apresentar primeiro, Rafaela? - Solange a passou o microfone.Rafaela, segurando o microfone, ainda timidamente falou:- É uma honra estar aqui nesta noite de caridade. É a minha primeira vez neste evento e estou emocionada em conhecer todos vocês. Estou nervosa e nem sei o que dizer. De qualquer forma, espero que todos participem ativamente do leilão. Tenho a honra de ser a primeira a contribuir para a caridade esta noite. Obrigada a todos.Rafaela era esperta, sabendo que não tinha vantagem sobre Raquel, focou na caridade e emocionou o público ao se apresentar como a primeira doadora. Ela sabia que as pessoas ali eram líderes em seus campos e valorizavam muito serem os primeiros
Após as palavras de Solange, reinou um silêncio no local.Nem mesmo uma única pessoa ergueu seu cartão.Rafaela, que inicialmente se sentia desconfortável, principalmente por ter sido ofuscada por Raquel, agora sentia um certo alívio ao ver que ninguém oferecia lances por Raquel."Raquel só finge ser tão nobre. Para uma mulher, não ser disputada num leilão é ainda mais vergonhoso, não é?!" Pensou Rafaela, ridicularizando Raquel em sua mente.Solange também se sentia secretamente satisfeita.De fato, ela havia instruído discretamente os presentes a não darem lances em Raquel.Ela queria envergonhar Raquel.Mas Solange não esperava que Raquel, como se tivesse percebido seus planos, antecipasse suas palavras, tornando menos humilhante o fato de ninguém dar lances na sua dança.No entanto, Raquel ainda estava em uma situação constrangedora.Independentemente do processo, Raquel estava embaraçada.- Ninguém vai dar um lance? - Perguntou Solange, com um tom de surpresa.Ela demonstrava grand