Raquel olhou para Edson e falou diretamente:- Não posso garantir que conseguirei lidar com Solange por você, a única coisa que posso fazer é tentar aumentar o valor comercial desta colaboração.- Já é o suficiente. - Disse Edson. - Grandes feitos não precisam de pressa. A precipitação só leva ao fracasso.- Precisa que eu te atualize sobre uma estratégia operacional do Grupo Via Láctea agora?- Não é necessário. Eu só forneço o capital, o resto deixo nas suas mãos.- Tudo bem. - Raquel não disse mais nada.Afinal, Edson, apesar de político, não era muito familiarizado com os negócios.- Se não se importa, posso te convidar para jantar, como uma celebração do nosso acordo?- Desculpe, estou ocupada nos próximos dias. - Raquel recusou. - Preciso buscar meu filho.- Então não vou tomar mais do seu tempo. - Edson foi muito educado e respeitoso. - Vou deixar meu contato, podemos nos falar frequentemente.- Claro.Eles trocaram informações de contato.Edson deixou o Grupo Via Láctea.Assim
Raquel, na verdade, já tinha uma ideia do que Michel queria a dizer.A colaboração dela com Edson, embora não fosse amplamente divulgada, já havia se espalhado como um boato interno e todos no meio estavam cientes.Isso até causou um pequeno burburinho no mundo dos negócios.O que ela não esperava era que a família Soares, tão renomada, escolhesse colaborar com seu pequeno grupo.Se fosse para escolher, deveria ser um grupo como o Grupo Mendes, com uma riqueza capaz de cobrir o céu.Todos aguardavam para ver o resultado final.- Entre. - Raquel abriu a porta do quarto.Michel seguiu Raquel e se sentou no sofá.- Por que colaborar com Edson? - Michel perguntou diretamente.- Oportunidade, coincidência e valor. - Raquel respondeu com sinceridade.- Você sabe da situação interna da família Soares agora?- Eu só sei que esta colaboração é benéfica e sem prejuízos para mim.- Raquel, você realmente não vê o objetivo de Edson? - Michel reprimiu suas emoções.- Apenas uma troca de necessidade
Michel dormiu por um tempo notavelmente longo.Olhando para o relógio na parede, Raquel percebeu que já passava da meia-noite.Se continuasse assim, ela não conseguiria se levantar para trabalhar no dia seguinte.Ela salvou seus arquivos e desligou o computador, caminhando em direção a Michel.- Michel, acorde. - Chamou Raquel.Michel franziu a testa, parecendo um pouco assustado.- Já é tarde, você deveria voltar para a cama... Ah! - Raquel gritou.No instante seguinte, ela foi prensada no sofá por Michel, afundando completamente.Raquel ainda estava atordoada.Um par de lábios quentes pressionava firmemente contra os seus...Raquel resistiu.Mas Michel era forte demais, a abraçando de forma sufocante.Raquel sentiu que, se continuasse assim, Michel a sufocaria.Seus olhos se estreitaram.Ela mordeu os lábios de Michel.Imediatamente, o sabor metálico do sangue invadiu a boca de ambos.Nesse momento, Michel pareceu voltar a si, olhando para Raquel sob ele, sua face rubra de raiva, sen
Dezembro, e a Cidade B finalmente mergulhou em seu inverno.No dia 12 de dezembro, era o aniversário de 29 anos de Eduardo.Pelas tradições da Cidade B, completar 29 anos era considerado como entrar nos 30, e o aniversário de um homem aos 30 anos era um evento particularmente grandioso. Assim, a festa de aniversário de Eduardo não só contou com a presença de amigos próximos, mas também com muitos líderes de diversos setores da Cidade B, tornando o evento muito animado.Raquel também estava entre os convidados.Recentemente, ela esteve ocupada com o lançamento da nova linha de alta costura do Grupo Via Láctea e decidiu que participar da festa seria uma boa oportunidade para relaxar.Ela vestia um elegante traje de gala, discreto mas nobre, caminhando pelo salão.De longe, avistou Priscila, de braços dados com Eduardo, atendendo os convidados que iam e vinham.Era a primeira vez que Raquel via Priscila usando um vestido vermelho. A advogada, normalmente conservadora em suas escolhas de v
Seus olhos transmitiam uma certa gratidão. Raquel se levantou para ir embora. Ao sair, ela olhou para trás e viu Priscila sob a luz fraca, notando um brilho de lágrima em seus olhos.- Há anos que não nos víamos e você se tornou uma moça. - Disse o homem, sorrindo.Sua voz era ainda suave.Priscila mordeu o lábio, demorando um pouco para chamar:- Gilberto.- Pensei que você tivesse me esquecido. - Gilberto Fernandes sorriu. - Está tão frio aqui fora, entre.Priscila se inclinou para calçar os sapatos.- Não se mexa. - Gilberto chamou Priscila.Naquele momento, viu Gilberto se agachar e pegar os saltos altos de Priscila.Com seus dedos longos, Gilberto segurava o pé de Priscila, a ajudando a calçar o sapato naquele instante.- Irmão, esse tipo de tratamento com sua cunhada pode não ser apropriado.Entre os dois, em silêncio.De repente, uma voz surgiu, nem quente nem fria, ainda carregada de ironia.Ambos olharam e viram Eduardo parado ali perto, os olhando de cima para baixo com sua
- Eduardo, como fala assim com seu irmão? - Sergio Fernandes repreendeu severamente.- Não tem problema. - Gilberto respondeu despreocupadamente. - Depois de tantos anos, o caráter do Eduardo não mudou nem um pouco.- Desde pequeno você sempre foi o orgulho dos nossos pais, como eu poderia mudar? Não importa o quanto eu mude, nunca serei como você. - Eduardo disse com autodepreciação. - Tenho amigos ali, vou os receber. Vocês aproveitem o reencontro em família.- Eduardo Fernandes! - Sergio reprimiu sua raiva.Na frente de tantos convidados, ele não podia realmente perder a calma.Todos se perguntavam como os caracteres dos dois irmãos podiam ser tão diferentes. Gilberto era inteligente e sensato desde pequeno, nunca causando preocupações, a única vez que se rebelou foi quando decidiu deixar o Grupo Fernandes para se dedicar à pesquisa científica. Embora relutantes, seus pais não quiseram impedir seu desejo e, especialmente por servir ao país, acabaram por o apoiar.Já Eduardo, desde m
- Tudo bem. - Michel respondeu, falando para Eduardo. - Vamos embora.Eduardo assentiu, sabendo o quão sufocado Michel estava se sentido ultimamente.Depois que Michel partiu, Roberto também estava ansioso para sair.- Por que você está indo embora tão cedo? - Eduardo perguntou, sem palavras. - A festa já está acabando, vamos beber algo.- Não, eu preciso voltar cedo para ficar com a minha namorada, tenho medo que ela se sinta sozinha.- Roberto, você não pode se afundar tanto no amor, é nojento.- Você está com ciúmes de mim. - Roberto disse, sem se importar.- Sai daqui. - Eduardo disse, sem palavras.Roberto não se importou, afinal, ele estava feliz.- Espera. - Eduardo chamou Roberto de volta.- Eu realmente não vou mais te acompanhar nas baladas...- Toma. - Eduardo de repente deu a Roberto dois curativos.Roberto ficou surpreso.- Você realmente tem essas coisas com você, você não é gay, né? Você não gosta de mim, né?!- Idiota. - Eduardo disse, sem palavras. - Vá logo ficar com
A noite caiu profunda.Eduardo voltou para casa após beber.Ao entrar em seu quarto, ele viu Priscila sentada lá, esperando por ele.Ele olhou para o relógio: era duas e meia da manhã.Ele havia acabado de levar Álvaro para casa, completamente embriagado, antes de retornar.Por que Priscila não estava dormindo em seu próprio quarto a esta hora, mas sim no dele?!Ele sabia que os hábitos de Priscila eram iguais aos de seus pais: deitar e levantar cedo.Por isso, eles sempre dormiram em quartos separados.Inicialmente seus pais não concordavam, mas como ele sempre voltava muito tarde, prejudicando o sono de Priscila, eles acabaram cedendo.De qualquer forma, em seus corações, ele era apenas um fracassado, sem esperança de mudança.- Você entrou no quarto errado? - Eduardo levantou uma sobrancelha, zombando com um sorriso frio. - O quarto do meu irmão é ao lado.O rosto de Priscila mudou ligeiramente, mas logo voltou ao normal.Eduardo nunca dizia nada amigável e Priscila não iria discuti