Rafaela também mencionou que Raquel havia acabado de ser abandonada por Michel, a tornando emocionalmente vulnerável. Assim, se Samuel demonstrasse algum cuidado por ela, era muito provável que ela ignorasse qualquer preconceito que tivesse contra ele. Rafaela deixou claro para Samuel que não se preocupasse com seus próprios sentimentos, o que importava era salvar o Grupo Monteiro da crise.Isso porque Rafaela acreditava firmemente no amor entre ela e Samuel.Samuel ficou tocado por Rafaela.Ele se sentia tão grato por ter uma mulher que o amava tão profundamente.- Convencer Raquel será difícil. - Samuel respondeu.Ele contou tudo o que havia acontecido naquela noite para Rafaela.Rafaela pegou o celular e deu uma risada fria.Ela conhecia muito bem a personalidade de Raquel.Mesmo que Samuel se ajoelhasse e implorasse a Raquel ou até mesmo ameaçasse sua própria vida, Raquel nunca mudaria de ideia.Rafaela estava apenas tentando fazer com que Samuel falhasse.- Talvez com o tempo ela
O silêncio ainda prevalecia dentro do carro. Michel agia como se não tivesse ouvido as palavras de Raquel. Concentrado, ele dirigia cuidadosamente, seus olhos fixos na estrada. Raquel continha suas emoções e falou com uma calma forçada:- Tenho uma reunião importante amanhã de manhã, já está ficando tarde.- Eu sei. - Michel respondeu.Depois disso, Raquel esperou por um longo tempo, mas Michel permaneceu em silêncio. Ela mordeu o lábio e, eventualmente, nenhum dos dois disse mais nada. Raquel se apoiou no assento e observou a paisagem noturna através da janela do carro. Eles chegaram ao estacionamento subterrâneo do Palácio do Norte. Raquel desfez o cinto de segurança, mas não saiu do carro. Em vez disso, ela se virou para Michel e falou calmamente:- Fale agora.Raquel pensava que talvez Michel não pudesse falar enquanto dirigia, pois isso distrairia sua atenção, ele precisava estar muito focado quando estava ao volante. Raquel também valorizava muito sua própria vida.- Já está tar
- Nossos sentimentos são tão frágeis assim? - Michel perguntou a ela.- Não há sentimentos entre nós. - Raquel foi fria. - Sr. Michel, você se lembra do que eu disse quando concordei em tentar algo com você? Eu disse que poderíamos tentar um relacionamento. Claramente, essa tentativa não foi bem-sucedida.- E se eu te disser que não vou deixar meu noivado com Solange afetar você, você me esperaria?- Não. - Raquel recusou.- Sou tão indigno de sua confiança assim? - Michel apertou os punhos, seus olhos ficando avermelhados.- Sim. - Raquel confirmou.Michel riu de si mesmo de forma sarcástica.O ambiente subitamente se tornou silencioso, o ar parecendo carregar um peso sufocante.Ambos permaneceram em silêncio por um longo tempo.O tópico parecia encerrado ali.Raquel abriu a porta do carro para sair.Seu pulso foi subitamente agarrado com força por Michel. A força era tão intensa que Raquel sentiu como se seus ossos fossem ser esmagados por ele.Mas ela não gritou de dor.Ela aceitou
Raquel não respondeu.Às vezes, o silêncio realmente diz tudo.- Não foi minha intenção esconder isso de você. O homem com quem você fez amor quando tinha dezoito anos foi eu. - Michel confessou e prosseguiu com a explicação. - Eu já tinha perguntado se você o odiava e você disse que sim. Então pensei em esperar até que nosso relacionamento estabilizasse, até você se tornar mais confortável com o meu toque, para então te contar a verdade. Talvez, nesse momento, você pudesse aceitar minha presença.Raquel ouviu com indiferença, sem o interromper.- Naquela época, eu havia acabado de voltar do exterior. Estava bebendo com o Roberto e os outros. Em um bar, vi você bêbada. Um homem estava tentando se aproximar de você, você o estava rejeitando. Eu o afastei e você se apoiou em mim, estava tão quente. Admito que fui eu quem a levou para o hotel. Não sabia para onde mais poderia te levar, naquele estado de ânimo tão inflamado. Perguntei o seu endereço, você não disse nada. Depois de chegarmo
- Depois ocorreu o incêndio inesperado, você ficou presa no fogo. Vi Samuel salvar Rafaela, mas te ignorar. - Michel encostou os lábios. - Então, eu entrei e te tirei de lá.Raquel estava surpresa.Ela sempre pensou que tinha sido salva por um bombeiro.Lembrava vagamente que a pessoa usava um uniforme de bombeiro.- Peguei um capacete de um bombeiro ao lado. Tinha medo de me asfixiar na fumaça antes mesmo de conseguir te salvar. - Michel, como se tivesse lido seus pensamentos, explicou.Raquel subitamente se lembrou da primeira vez que viu Michel no hospital, com um monte de ataduras em seu pulso.- Você falou tanto. - Raquel olhou para Michel de novo, já retomando sua calma. - Por que você está sendo tão bom para mim? Nós nos encontramos apenas uma vez e eu fiz tantas coisas para te prejudicar. Qual é a sua razão para gostar de mim?Raquel não acreditava em suas palavras, era difícil para ela confiar em alguém.Ela continuou sorrindo levemente e disse:- Não acredito que você se apai
- Estou apenas tentando lidar com Solange! - Michel se defendeu um tanto emocionado. - Quando estou impotente para resistir, minha resistência só piora a situação.- E com que base devo acreditar que você terá a capacidade de resistir daqui a seis meses?Michel ficou em silêncio. Qualquer coisa que ele dissesse sobre o futuro não teria poder de persuasão.Raquel falou:- Na verdade, talvez eu duvide de você não por sua incapacidade, mas porque não te amo o suficiente. Portanto, é melhor terminarmos agora, enquanto nossos sentimentos ainda não evoluíram.Raquel abriu novamente a porta do carro.Ela não queria mais envolvimento algum com Michel.- Você pode levar o carro, peça ao Thiago para me buscar mais tarde. - Raquel saiu do carro e caminhou com confiança.Para ela, o relacionamento com Michel já tinha acabado.Mas assim que ela entrou no elevador...A porta foi abruptamente aberta por Michel.Antes que Raquel pudesse reagir, Michel avançou, a prensando contra a parede do elevador
Raquel também não pressionou o botão do elevador, que ainda permanecia estacionado na garagem.Sarah levou um grande susto.Voltar sozinha para casa à meia-noite já era assustador o suficiente, o som súbito no elevador quase a matou de susto.Quando ela viu claramente o homem e a mulher dentro do elevador, ficou paralisada.Somente quando o elevador emitiu um sinal de pressa foi que Sarah voltou a si.Rapidamente, ela recuou um pé e disse:- Continuem fazendo o que estavam fazendo, eu não vi nada!Então as portas do elevador se fecharam."Que susto! Meu irmão e Raquel no elevador..."No momento em que se acalmou, Sarah de repente se lembrou que Raquel parecia estar chorando."Meu irmão não estaria forçando Raquel, estaria?"Assustada, Sarah apertou o botão do elevador novamente, mas viu que os números continuavam aumentando.Dentro do elevador.Michel apertava firmemente as roupas de Raquel.O corpo de Raquel até doía com sua força bruta.O elevador chegou.Michel puxou Raquel até a po
Michel mantinha a cabeça baixa, sem reação por um longo tempo. Sarah pensou que seu irmão tinha adormecido, afinal, já era pelo menos quatro da manhã, e ela havia acabado de voltar de uma viagem de trabalho, exausta.Então, lentamente, Michel ergueu a cabeça e disse:- Vamos.Sarah se calou. Na verdade, ela tinha falado por falar. O que mais desejava agora era se aninhar sob as cobertas quentes de Raquel. Mesmo assim, ela seguiu Michel para um lanche noturno. Eles escolheram um pequeno restaurante à beira da rua. Felizmente, não havia muita gente fora àquela hora e Sarah estava vestida de forma discreta, então ninguém a reconheceu.- Irmão, você não acha que deveria beber menos? - Sarah tentou o dissuadir. Ela realmente não podia mais suportar o ver beber tanto.Michel, que só bebia e não comia, certamente ficaria bêbado. Ele ignorou o conselho de Sarah e continuou a beber.- Você brigou com Raquel? - Sarah, sem escolha, teve que perguntar o motivo.Michel hesitou por um momento com o