Ilha da noite
Ilha da noite
Por: Oliveira, G
Capítulo 1

Desperto- me  com alguém batendo na porta, visto uma blusa e abri a porta, vejo Tia Rose  entrar apressadamente, " Luna, acorde seus irmãos e vão se esconder" olhei para ela, ainda sonolenta, queria perguntar por que, ela estava aqui a essa hora, mas fiz o que ela mandou, vendo- a agitada olhando pela janela.

 Corri para o  quarto onde se encontrava os gêmeos Milena e Igor, acordei-os, peguei algumas coisas e os levei eles para o quarto secreto na forja do meu pai. " Luna, os pilotos voltaram?" perguntou o pequeno Igor.

" Sim, mas vamos ficar bem" digo enquanto abro a porta secreta debaixo da mesa. 

" Entre" ordenei- os, dei um abraço em cada um talvez fosse a última vez, que veria meus irmãos.

 "Você vai buscar o papai?" Milena perguntou com os olhos cheios de lágrimas, ver meus pequenos chorar me parte o coração.

" Sim vou trazer o papai e o Marcos." Rose entrou correndo, passou por Luna e entrou no pequeno cômodo no chão. 

" Luna entre, rápido eles estão na porta da casa". Rose falou ofegante devido a falta de atividade física.

Sorri para ela e falei "Tia desta vez eu vou encontrá-los, leve meus irmãos para as montanhas ao sul e procure por Raquel ela lhes dará proteção." Fechei a porta antes que ela tentasse me impedir como das outras vezes.

Abri a caixa e peguei meu grampo de cabelo e a pulseira. "Procure a filha do ferreiro" o homem ordenou, quando me encontraram eu deixei que me levassem.

 Enquanto caminhava pela rua vi muitas pessoas chorando, outras correndo, era uma cena lamentável de se ver.

 Me colocaram em uma espécie de prisão móvel, dentro havia muitas pessoas umas tristes outra nem tanto, pois tinha esperança que a ilha fosse a forma acabar com a noite.

" Oi eu sou a Julie, e você?" A mulher de cabelos vermelhos e olhos claros me perguntou, " Luna" respondeu desanimada, olhei para o céu já haviam se passado algumas horas desde então partimos, fiquei perdida em meus pensamentos.

" O chefe vai ficar contente desta vez "

" Desde que eles sobrevivam no teste" Os homens de branco falavam entre eles.

Dois dias de viagem pela noite, até avistamos uma  luz, não sabia para onde tínhamos seguido mas sei que não era o sul pois o sol ardia em meu rosto, meus olhos levaram um tempo a  se acostumar com a claridade. A bela paisagem nos levava para um lugar desconhecido, os homens de branco pararam apenas para nós da água e um pão duro feito pedra.

"Quanto tempo você acha que ainda vai demorar?" Julie me perguntou.

"Já deve estar perto, além disso já estamos a viajar a dois dias" disse a ela.

"Minha mãe ficaria feliz em ver como o dia é tão belo aqui." Ela  força um sorriso. " Luna, posso lhe pedir um favor?" Olhei para ela e acenei que sim. " Se eu não conseguir chegar à ilha, você pode procurar meu avô?" Concordei com ela, pois eu sabia como era ter aquele sentimento de saudade.

" A noite é uma maldição que caiu em Mandland." Um homem de cabelos grisalhos falou.

" Como assim?" Outra pessoa perguntou. " Meu pai me contou uma história na qual não levei a sério na época. Certa vez um homem se apaixonou por uma estrangeira eles até se casaram, mas o homem era ambicioso, e se envolveu com pessoas erradas  começou a traí-la com várias mulheres, bebia muito e sua esposa não estava mais feliz, seu marido amáveis agora era um bêbado mulherengo que a agredia. Uma noite ela resolveu seguir-lo ela viu seu marido com uma arma a tentar ferir uma mulher grávida e uma criança, ela correu para impedir ele de matá- los  mas não foi capaz, ela o questionou e olhou nos seus olhos. - Sabes o que fizestes? Você não parece aquele homem no qual me apaixonei uma vez. A mulher disse ao seu marido, mas o mesmo não teve nenhuma reação, seus olhos não tinham vida como se fosse um fantoche. No final ele matou a esposa, no entanto antes de morrer ela  lançou uma maldição ao povo do norte.

* Enquanto não houver o amor  verdadeiro e puro não existirá dia nesta terra.*

" Como saber se o amor é a chave para acabar com a noite?" Uma mulher questionou, " Eu não sei talvez um amor de pais e filhos,  irmãos ou até mesmo de homens e mulheres, não se saber quem amara de verdade. 

"Bobagem, o chefe tentou encontrar o amor verdadeiro a muito tempo, isso é apenas uma lenda. O homem de branco falou e todos ficaram em silêncio.

Adormeço enquanto a noite vem.

                                                      ✳✳✳✳✳✳✳✳✳✳

 Estou em uma vila, olho ao redor enquanto caminho, o cheiro podre e a fumaça  no ar é quase impossível respirar, corro o mais depressa que consigo, quando sinto algo me atingir e o sangue a escorrer pela minha perna, alguém se aproxima lentamente, mas não consigo ver o seu rosto, minha visão ficar turva até não ver mais nada. 

                                                       ✳✳✳✳✳✳✳✳✳✳

Acordo suando e com falta de ar, Julie que estava ao meu lado tenta me acalmar.

" Você teve um pesadelo." Ela falou enquanto dava tapinhas na minha costa, assim que voltei a realidade perguntei ao homem de  branco. "Quando vamos chegar ?" .

"Em duas horas depois que partimos." Ele falou.

 "Sabe quando eu tinha pesadelos, minha mãe cantava uma música." Ela começou a cantar uma música na qual nunca tinha ouvir antes, ao ouvir a música  me sentir melhor.

"Obrigada, e desculpa te acordar".

"Eu não estava a dormir, eu sempre tive problemas para dormir". Ela falou enquanto dava um sorriso calmo. " Este é o Breno ele é a primeira pessoa da  família a vim." Ela disse enquanto olhava o garoto.

" Você gosta dele?" Ela me olhou e ficou quieta. " O jeito que você olha para ele é diferente". Falei para ela que deu um leve sorriso.

"Nós crescemos juntos, eu não sei quando e nem o por que comecei a gostar dele, olhe para ele não é bonito e nem é forte." Ela tinha razão mas o coração não escolhe a quem amar. "Você já encontraste alguém que gostas?" Olhei para ela por um tempo antes de responder " Sim, ele e meu pai foram escolhidos no mesmo dia, foi difícil ver as pessoas que amo serem levadas, esperei notícias por um ano mas nunca chegaram, então resolvi vim."  Conversamos por um tempo até o sono chegar.

Acordei com uma batida no ferro que estava ao meu lado, olhei para os lados e vi os outros com medo, Julie segurava a mão de Breno e eu sem entender nada.

“ Ei Julie, por que eles pararam?” A ruiva olhou para mim e percebi que ela estava com medo, mas mesmo assim falou.

"Chegamos”. Logo a porta de ferro foi aberta e os pilotos nos expulsaram para fora, um portão enorme foi aberto assim que um piloto atirou no céu.

“ Abaixe os portões.” Uma voz veio do alto do muro e todos ficaram em silêncio.

Assim que abriram os portões vários homens de branco mascarados surgem, todos eles tinham armas, olhei ao redor e notei que não havia nada além do oceano e a folhagem do mato seco, o medo se fez presente e a coragem que tinha antes havia desaparecido.

“ Vocês levem os para se limpar, pois o chefe vai vê-los a noite.” Um homem feio e barbudo falou para os homens que nos trouxeram.

Assim que passei pelo portão, parei por um momento aquele lugar era tão diferente sem vida, o medo só aumentou neste instante, não tinha plantas era tudo areia, alguns cactos e pedras coloridas, tinha um muro de arames farpado a esquerda que dava para oceano, a vista do oceano era linda como se o céu e a água se encontrasse além do horizonte, sai do meu transe quando alguém me empurrou e eu acabei caindo de joelhos no chão, mas um piloto logo veio.

 "Levante antes que seja castigada” Luna se levantou e sentiu a dor em seu joelho direito e o sangue escorrendo, mas aquelas pessoas não se importava para eles ou para qualquer um que foi trazido e a empurrou para frente para fazer-lá andar, cada passo doía muito, mas ela suportou a dor enquanto caminhava, assim que chegamos em uma área que parecia um celeiro, vários homens de branco veio.

“ Entrem e se limpem.” Mas de duas horas que chegamos e nada todos já tomaram banho e vestiram as roupas que mandaram usar elas eram vermelhas.

"Julie” Luna falou assim que a viu e caminhou em sua direção. “ Luna…” ela começou a chorar.

“ Não chore, você tem que ser forte, eu vou lhe proteger.” Breno falou com Julie que olhou para ele e depois para Luna.

"Eu também estou com vocês”.  Todos estavam cansados com fome, a água acabou e estávamos presos em um celeiro.

Luna fechou os olhos e tentou dormir, mas logo os abriu novamente com o barulho da porta abrindo. Julie segurou a mão de Luna, que não disse nada, apenas ficou em silêncio.

“ Comam, bastante amanhã vocês têm um teste para fazer, espero que deem o seu melhor para o norte.” Um homem de cabelos dourados, pele clara com um físico mediano em comparação aos pilotos, falou e depois saiu.

No dia seguinte fomos levados para um corredor com pouca iluminação, chegamos em uma sala, assim que entrei vi muitas armas e um homem alto bem-vestido que se parecia com o que levou nossa comida a noite, ele também estava ali com um sorriso sínico no rosto.

“ Vejo que desta vez me trouxeram bons homens e boas mulheres.” O velho falou enquanto acariciava sua barba um tanto grande.

“ Logo vamos saber qual é o mais capaz de ser escolhido para ir à ilha.” O homem de cabelo dourado tomando a bebida falou. Várias mulheres bem vestidas entraram na sala, se sentindo superior.

“ O que é tudo isso? “ Lara falou baixo para Julie quase falou quase sem voz. O que veio a seguir foi algo que ela não imaginava acontecer.

“ Pai podemos levá-los ao campo de caça e quem sobreviver pode ir para o quarto do guerreiro lhe servir.” O homem de cabelo dourado falou.

“ Não Jorge, sua irmã não gosta dessas coisas.” Uma mulher que parecia ser a mãe falou com o homem de cabelo dourado. Logo uma voz jovem de mulher surgiu entre as outras mulheres que estavam ali.

“ Acredito que esse teste é apenas para as mulheres, eu posso escolher quais você pode levar e as outras serão minhas servas.” Ela falou com entusiasmo e o velho concordou.

“ Rute deixe algumas para mim” a mulher riu e continuou.

“ Jorge, não seja tolo com a beleza dessas mulheres, elas são todas iguais, apenas mais uma para se divertir.” O velho falou.

“ Você… Você…você…” ela chamou eu e Julie que começou a chorar. Os vestidos começaram a rir.

“ Ora o que se passa aqui? Vocês esqueceram de me chamar em um momento tão importante.” Uma senhora de idade entrou na sala fazendo todos ficarem sérios, ela emanava uma aura poderosa. Rute que estava escolhendo logo se apressou a explicar.

“ Não avó, estávamos apenas escolhendo as mulheres que iriam para o campo de caça”. A senhora olhou e continuou a caminhar e estendeu a mão para Julie que estava com receio de aceitar.

“ Eu não mordo.” A senhora falou e Júlia aceitou a ajuda.

“ Por que está chorando?” A senhora perguntou, mas Julie não teve tempo para responder.

“ Eu escolhi ela, mas a mesma começou a chorar igual criança.”

“A senhora não está brava, né avó?” Rute perguntou olhando para o rosto da senhora de idade que não esboça nenhuma reação, dificultando decifrar lá.

“ Ora minha querida Rute, para que eu ficaria com raiva de você, minha querida.” Rute se aliviou ao ouvir a avó falar.

“ Podem continuar com o que estava fazendo, hoje irei apenas assistir.” A senhora falou caminhando em direção a uma cadeira vazia e se acomodando.

“ Então como vocês ouviram leve- as para o campo e mandem os guerreiros escolher quais eles iram apoiar na competição quem obtiver o maior número de vidas terá uma promoção.” O homem de barba falou e todos ali ficaram felizes.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo