2 MESES DEPOIS...
Graziella
Minha cabeça está pulsando em uma enxaqueca dos infernos que não me deixa voltar a dormir, seguido pela leve ânsia que sobe por minha garganta, eu realmente estou ficando doente.
levanto da pequena cama, meu corpo implorando para continuar no seu conforto, consigo ver o sol nascendo no horizonte pela única janela do apartamento.Olhando a vista do quinto andar do prédio, observo as pessoas sairem de suas casas para mais um dia de trabalho e penso o quanto estou precisando de um, minhas econômicas estão quase acabando.Estava morando nesse pequeno apartamento a mais ou menos dois meses, ele ficava situado no subúrbio de Verona, possuía uma sala de estar, cozinha e um quarto com banheiro agrupado, algo que eu podia pagar durante um tempo com o dinheiro que consegui com o trabalho no clube.Como nos outros dias meus pensamentos voltavam para ele de formaGraziellaNem mesmo a poltrona confortável conseguiu diminuir a tensão do meu corpo, na verdade não conseguia ver nada à minha frente, meus pensamentos todos voltados para a última coisa que eu queria neste momento, uma possível gravidez, estou na sala de espera de uma clínica, para onde Dalila e Babara me trouxeram. Depois de conversar como uma enfermeira sobre os sintomas e ter uma amostra do meu sangue colhida ela nos pediu para aguardar durante 30 Minutos na sala de espera, enquanto meu caso seria avaliado por um médico, a cada segundo que passava minha mente processava as diversas possibilidades de eu não estar realmente gravida, mas não lembro de ter usado preservativo nas vezes em que estive com Matteo, o que foi uma grande burrice de ambas as partes e agora posso estar carregando um filho do homem que eu estava tentando arrancar da minha mente, isso não podia ficar pior. -Não acr
Graziella-Agora vamos conversar. - Mário diz assim que saio do banheiro do seu consultório, para onde ele me trouxe quando comecei a passar mal e onde eu fiquei bons 20 minutos vomitando.-Não temos nada para conversar.- Digo cruzando os braços o encarando. Dalila e Bárbara não estavam à vista, imagino que ele tenha pedido para conversarmos a sós. -Você está gravida do meu irmão.- retruca. -Quem disse que esse filho é do seu irmão? - Falo a primeira coisa que vem na minha cabeça. -Uma garota que espera 20 anos para perder a virgindade não sai por aí transando com qualquer um.- ele fala confiante, não acredito que Matteo falou para ele! - Não acredito que ele te contou! Pensei que não fossem próximos.-Nos aproximamos bastante nos últimos dias, meu irmão não está nada bem
Muitas coisas podem acontecer em poucos minutos, sua vida pode mudar de uma hora para outra, tudo se resume ao tempo, compreendia que na hora certa coloquei meus olhos nela, meu olhar malicioso não parecia combinar com o seu, tão inocente e doloscado, tinha certeza que não era como a maioria das garotas naquele clube, poucos segundos bastaram para me ver fascinado por aquela garota ruiva, a queria de qualquer forma, sabia que por trás daquela inocência existia um corpo delicioso para ser usufruído como costumava fazer com outras daquele lugar, mas me enganei e confundi a paixão que senti com apenas desejo.Mas como era esperado eu estraguei tudo, maldita hora quando me envolvi com Andressa, por um momento pensei que ela era tudo o que eu precisava, então iniciamos um namoro ainda na faculdade, na época, mesmo com apenas 20 anos aparentava ser uma garota centrada e divertida, nunca me cobrou nada, depois que terminamos a faculdade, eu me formando em administração e ela em moda, passou
GraziellaOs dedos de Matteo percorrem uma trila por minha barriga fazendo um rastro quente em minha pele, meus olhos fecham com seu toque, minha respiração falha por um momento, mas logo volto a encará-lo. Como eu senti falta desse olhar, dessa áurea dominante que parte dele e da sua beleza máscula, o analiso livremente enquanto seus olhos acompanham a trila dos seus dedos na pele saliente da minha barriga com adoração, aquele sentimento camuflado durante quase quatro meses pela magoa reaparece tomando conta do meu peito, meus olhos agora marejados de emoção e os xingamentos que planejei jogar na sua cara quando voltasse a vê-lo são esquecidos.-Posso... posso entrar? - Sua voz rouca me desperta, vejo um nítido sentimento a acompanhando que mais parece... medo.Assinto ainda um pouco desnorteada com sua súbita presença me afasto da entrada dando espaço para que ele entre no espaço da minha pequena sala fechando a porta e me recostando nela ainda precisando de apoio. Ele se volta em m
Nunca imaginei que assistir uma pessoa dormir seria algo tão fascinante, mas Graziela tinha o dom de transformar pequenas coisas em grandes acontecimentos. Sua pele branca e cabelos ruivos formam o contraste perfeito com os lençóis brancos enrolados em sua cintura, os lábios carnudos entreabertos liberando a respiração calma despertam o meu desejo, na verdade desde quando ela abriu a porta nessa manhã meu corpo estava em total alerta mas o repreendi mais uma vez, apesar de esta a algum tem sem sexo, tentei o meu máximo não levar o final da nossa conversa para esse lado, então permanecemos abraçados um no outro nos beijando e matando aquela saudade que ainda se faz presente, até que Graziela ficou sonolenta e eu a trouxe para o quarto, gravei em minha mente que esse era um dos sintomas da gravidez.Ela tem uma mão sobre a barriga de forma protetora, sorrio levemente, ela com certeza será uma ótima mãe e isso me faz lembrar a quantidade de mudanças que tenho que fazer em mim mesmo, afin
Graziella-Sim? - Matteo reponde com um sorriso de orelha a orelha. Rapidamente tomo consciência do que acebei de chamá-lo.-Desculpe te chamar...- ele me interrompe com um beijo estalado.-Pode me chamar do que você quiser. - Ele desliza seu corpo para cima do meu, apoiando o peso sobre o cotovelo.-Qualquer coisa? - Provoco.-Hm. - ele espalha pequenos beijos por meu rosto indo em direção ao meu pescoço.-Acho que dormi demais.- falo enquanto acaricio seus cabelos.-Hm. - ele continua sua tortura.-O que foi agora? - Tento olhar para seu rosto, mas está ele enterrado em meu pescoço.-Quero te beijar. - Ele ergue seus olhos escuros mirando meus lábios.-Está esperando o que? - Sorrio.Sem mais provocações nossas línguas se entrelaçam antes mesmo de nossos lábios se tocarem, é um beijo intenso, exploro com vontade cada pedacinho dos seus lábios sentindo o delicioso sabor da sua boca, meu corpo desperta rapidamente, já faz muito tempo que não nos tocávamos e os hormônios estão me matan
GraziellaEnquanto caminho até a mesa, observo minha mãe rir de alguma coisa que minha tia Maria diz, então algo vem em minha mente, quão irônico isso poderia ser, nos reencontrarmos no mesmo restaurante de meses atrás, foi nesse dia que dei um basta a minha mãe abusiva, pai fraco e toda a família Bicciolo, o único que se salvava era meu tio Miguel, que ao me ver, sorrir de forma carinhosa. De repente todos os olhares estão sobre mim, especificamente sobre meu abdome arredondado.-Veja quem reapareceu! Ainda por cima gravida! – Minha mãe tinha que ser a primeira a falar, como sempre mesquinha.-Esqueceu de dizer feliz.- Sorrio para ela e olho para o tio Miguel com um sorriso maior.- Tio como vai?-Vou bem querida, está de quanto tempo? - Aponta para minha barriga.-Quatro Meses completos. – Desvio o olhar para os outros.-Não vai nos cumprimentar garota? – Minha tia pergunta com escárnio.-Não vim fazer isso, mesmo se quisesse vocês três não merecem esse gesto de educação.- falo sem m
Graziella-Estamos chegando? – Pergunto pela terceira vez.-Você já esteve lá antes! – Ele responde.Estamos indo para a casa dos seus pais e por mais que eu tente controlar, o nervosismo insiste em se alastrar por meu corpo.-Não me diga que é aquela mansão que você me trouxe como acompanhante! – Viro meu copo no acento do carro esperando a confirmação que não demora, ele sorrir como se lembrasse deste dia.-Nunca pensei que ficaríamos juntos. – Provoco. – Você nem fazia meu tipo.Ele estreita os olhos sobre mim, não acreditando nas minhas palavras.-Sempre fiz o tipo de todas sem exceção.-Verdade, até loucas suicidadas.- Devolvo.-Há claro, isso foi a única exceção.Estamos nesse percurso e Matteo não tirou a mão da minha barriga desde quando entramos no carro, a outra permanece no volante, sorrio, ele será um pai grudento.-Amor ela está dormindo, não vai mexer agora. – Digo e ele me olha sorrindo.-Ela? – Parece confuso.-Surpresa! – Grito empolgada, algumas semanas depois dos in