Capítulo 4

“Boca fechada não entra mosca!”. Tarde demais e se viu num beco sem saída, preso nem pensar sabia dos riscos de vida sendo preso, sabia dos seus inimigos, era como um carneirinho caindo na boca do leão.

Foi ao toalete procurar os vestiários dos funcionários do hospital, conseguiu um uniforme de enfermeiro e foi saindo do hospital pela porta dos fundos quando a enfermeira se deu conta de que o paciente havia fugido, ela alertou os seguranças de que João estava fora do hospital sendo caçado pela polícia!

Quando Osvaldo soube da fuga temia que o pior pudesse acontecer, isso não estava em seus planos. E naquele momento precisava de uma estratégia para que nada de trágico acontecesse com ele para Osvaldo existia algum espião dentro de sua equipe de policiais! João se deu conta que estava sendo perseguido pela polícia e começou a correr como um maratonista pelas ruas de Porto Alegre sendo cercado de todos os lados.

Ele corria pulando muros que via pela frente saindo do hospital das clínicas seguindo a Avenida Osvaldo Aranha passando pelo parque da redenção entrando na Avenida João Pessoa! E continuava correndo, olhava para trás e lá estavam as viaturas perseguindo, pegou a Rua Havaí, enquanto corria falava para si mesmo! “Eu treinei esse bando de vagabundo e agora estou sendo perseguido por eles”.

“Idiotas nem morto que vou me entregar!". E continuava correndo pela Avenida Borges de Medeiros! Mais adiante avenida beira rio perseguido pela polícia! Na medida em que ele corria Osvaldo pelo rádio pedia mais reforços até um helicóptero sobrevoando, e mais viaturas, todos armados com metralhadoras!

João sendo cercado de todos os lados viu que não havia saída, pulou dentro do rio Guaíba nadando e quando cansou voltou para Avenida Beira rio. Osvaldo temia que algo pudesse acontecer quando ouviu alguém atirar para o desespero dele que perguntou:

— O imbecil quem mandou atirar?

— Recebemos ordens pelo rádio não sei de quem!

— Sou eu que estou no comando e parem de atirar!

Mas eles continuavam atirando e as balas passavam sobre a cabeça de João que se abaixava se defendendo delas. E a imprensa fazendo reportagens a respeito! João conseguiu fugir das balas, mas não de um atropelamento de um carro que vinha em alta velocidade deixando João caído no chão para o desespero de Osvaldo, deu ordens para que pousasse o helicóptero, aproximou-se do corpo estirado na Avenida Beira Rio.

Desta vez quando chamaram uma ambulância o caso era grave e não era fingimento como Osvaldo pensava, o corpo de João respirava cuidados estava ensanguentado indo diretamente para o pronto socorro sendo levado de maca para a CTI entrando em coma depois de ser examinado pelos médicos.

Osvaldo ficou com a responsabilidade de dar a notícia para os familiares de João, seus filhos e sua mãe Solange que morava no estado do Rio de Janeiro. Quando um dos médicos veio perguntar quem era o responsável pelo paciente!

— Sou eu, Osvaldo, e como está o paciente?

— O estado dele é grave!

— Ele vai sobreviver?

— Não sei, o corpo dele está com muitos ferimentos! Ele sofreu um grave acidente e não sabemos ao certo se tem alguma fratura nas costelas ou no crânio precisamos fazer vários exames para saber! E enquanto isso, ele ficará internado na UTI sem data certa para retornar do coma profundo, mas há chance dele sobreviver, tenha fé!

— Obrigado! Mais uma coisa, doutor, gostaria de saber se poderia transferir o corpo do paciente para uma clínica particular?

— Mas porque está querendo transferir o corpo do paciente quando aqui é um dos melhores hospitais deste estado! E aqui temos recursos suficientes para cuidar do paciente?

— Eu sei disso Doutor! É que eu estou preocupado com a segurança dele!

— Como assim? Perguntou: médico que se chamava Flávio!

— Porque aqui ele corre risco de vida!

— Este não é o policial que estava sendo caçado pelas ruas da Cidade?

— É, mas ele é inocente! Ele foi vítima de uma cilada que armaram pra ele!

— Bom sendo assim eu vou providenciar a transferência dele para uma clínica particular, assim como desejar!

— Tenho uma proposta a fazer!

— Proposta! Que proposta?

— Que tal deixar este hospital e trabalhar nesta clínica onde estará meu amigo? Eu pago em dobro do que ganha?

— Posso aceitar a sua proposta e não por dinheiro e sim pela amizade, mas eu prefiro continuar trabalhando neste hospital, é claro, que posso trabalhar nesta clínica sem precisar abrir mão daqui!

— Está bem, então posso contar com a sua ajuda e sua discrição, ninguém pode ficar sabendo desta transferência?

— Pode deixar amigo e conte comigo para que der e vier!

Acertado todos os detalhes, o corpo de João foi transferido para uma clínica particular de um amigo conhecido de Oswaldo, que ficava na zona sul da Cidade de Porto Alegre. Outro desafio de Osvaldo era contar a verdade para os três filhos de João! E Ligar para Solange que morava no Rio de Janeiro!

E chegando a casa já exausto com tanta correria e aborrecimento sabendo que seu melhor amigo que ele tinha como um filho estava em coma profundo, não achava justo ver passar por tudo o que estava passando!

Perdeu a guarda dos três filhos e perdeu o emprego, e agora está em coma beirando a morte. Osvaldo estava cansado de tantas injustiças, mas agora precisava encontrar forças e ligar para Solange!

— Alo! Alo! — Do outro lado da linha alguém atendera!

— Alo! Quem está falando?

— Sou eu Osvaldo gostaria de falar com a senhora Solange, ela está?

— Ela está, vou chamar! Dissera uma das empregadas de Solange que perguntara:

— Quem é? Margarida, o nome da empregada!

— É o tal Osvaldo, disse que é urgente!

— Alguma coisa ruim aconteceu com o meu filho e boa coisa não é!

— Como sabe Perguntara o marido de Solange pai de João!

— Alo! Diga logo o que foi que aconteceu com meu filho?

— Como sabe que é do seu filho que eu vou falar?

— Porque me ligaria a essa hora, desembucha fala de uma vez o que foi que aconteceu com meu filho?

— Ele está em coma profundo!

— Como assim em coma?

— Eu não posso falar por telefone, gostaria de saber se pode vir para Porto Alegre, eu pago as passagens se for preciso, mas venha pra cá!

— Mas é claro que eu vou! Capaz que eu vou deixar meu filho nestas condições, estou indo para aeroporto comprar as passagens estarei ai! E você vai me explicar essa história direitinho o que aconteceu com meu filho!

Até, mais! — Depois de desligar o telefone Solange foi arrumar as malas para viajar no dia seguinte para a Cidade de Porto Alegre. Ela queria estar ao lado de seu filho naquele momento crucial!

Na outra dimensão

A clínica particular onde João estava internado sobre os cuidados médicos capacitados para tratar do caso complicado em que ele respirava cuidados, estava mais morto do vivo! Ficava num lugar secreto cercado por muitas árvores jardins em volta com ótimas condições medicinais com aparelhos de última geração importados dos Estados Unidos.

Enquanto o corpo de João estava ligado aos aparelhos, o espírito de João saiu do corpo passeando pelos corredores da clínica! Confuso por estar vivendo aquela experiência extraordinária como nunca imaginou passar em sua vida, entrou para um mundo desconhecido, era só luz em sua volta flutuando acima do seu corpo quando começou a caminhar e gritava para os médicos!

— Hei você ai!

Gritava para as pessoas do saguão da clínica, mas ninguém ouvia um espírito recém-saído do corpo ligado aos aparelhos hospitalares. E dizia que precisava voltar para casa e que estava bem, mas ao olhar para trás vendo seu corpo desfigurado ligado aos aparelhos, se desesperou acreditando que estava morto, saiu da clínica e foi para um ponto de táxi chamando um táxi, mas nenhum dos taxistas ouvia, é claro!

— Hei taxista! Você é surdo não está me ouvindo?

— Não adianta gritar, eles não vão te ouvir! — Dissera um homem de branco alto de cabelos loiros, olhos azuis e cabelos cacheados.

— Porque eles são surdos?

— Não, eles não são surdos, mas não podem te ouvir João!

— Por acaso você me conhece?

— É claro que te conheço desde que você nasceu!

— Como assim desde que eu nasci? Por acaso é parente meu?

— Não!

“Vai ser difícil convencer esse cabeça dura”.  Dissera: o homem em voz baixa.

— O que você falou? Perguntou João!

Não falei nada João, mas a princípio vamos ir porque temos muito que conversar!

Na medida em que os dois iam subindo sem que João percebesse que estava flutuando quando entrou em uma nuvem branca sem se dar conta continuava conversando com o homem misterioso.

— O que temos a conversar se nem te conheço?

— Calma João, tenha paciência que em seguida vai entender tudo o que está acontecendo com você!

— O que está acontecendo e que lugar é esse?

O homem estava ficando impaciente com ele e dissera:

— João olha bem lá embaixo, seu corpo está ligado aos aparelhos hospitalares e você é apenas um espírito!

— Quer dizer que eu morri, é isso?

— Mais ou menos, digamos que está entre a vida e a morte! Mas você vai voltar à vida embora leve um pouco de tempo!

— Como assim? Pode me explicar o que está acontecendo? — Depois que os dois chegaram numa Cidade linda cheia de flores coloridas e borboletas voando de todos os lados, luzes brancas e um ar refrescante que assoprava os ouvidos de João, e havia muitas pessoas vestidas com vestes brancas e luminosas! Depois de caminhar por toda a extensão do lugar onde João estava acompanhado de várias almas que foi parar naquele lindo lugar que ele nunca imaginou ver em toda a sua vida!

Deixando ele confuso que não parava de fazer perguntas! O homem de branco mostrou uma sala feita de algodão, algo que João nunca viu. E quando entrou naquela sala estranha! Em que havia uma poltrona de algodão em frente a um espelho, mas na verdade não era, e sim uma tela que podia ver tudo o que acontecia com os seres humanos na terra!

Em volta havia muitos algodões das cores azuis e brancos que voavam de um lado pro outro. João estava confuso e ao mesmo tempo encantado com tanta beleza, parecia que estava no fundo do mar!

— Mas que lugar é esse? Perguntara ele!

— Digamos que você está no paraíso!

— Paraíso? Isso quer dizer que eu morri e vim parar no céu, é isso mesmo?

— Você não morreu! Só está em coma profundo, quanto dizer que é Céu ou paraíso digamos que sim, mas na verdade aqui é uma Cidade espiritual! E você só vai voltar quando completar a missão!

— Missão! Que missão?

                    

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