Capítulo 41O Destino ConspiradorMas então, o destino, sendo o filho da puta que sempre foi, decidiu fazer o inesperado.Victor olhou ao redor do restaurante e, de repente, seu rosto se iluminou com uma expressão de surpresa genuína.— Ora, ora… mas que coincidência interessante.Eu e Rafael seguimos o olhar do homem e, quando meus olhos encontraram o que Victor havia visto, foi como se o tempo tivesse parado.Sentada a algumas mesas de distância, vestindo um elegante vestido branco rendado, segurando uma taça de vinho entre os dedos, estava ela.Naia.Rafael sentiu a raiva subir como um instinto predatório.Eu senti o estômago revirar em algo entre surpresa e maldição.Victor ergueu uma das mãos e chamou em alto e bom tom:— Minha advogada preferida!Naia levantou o olhar, surpresa ao reconhecer a voz.Quando seus olhos encontraram Victor, ela abriu um sorriso educado.— Victor! Que prazer revê-lo!Pisquei lentamente.Naia conhecia Victor Sipriano?Victor acenou para que ela se apro
Capítulo 42As Sombras do PassadoEu chamei Cassian para uma conversa. Levei-o para um lugar bem afastado das mesas e entramos em uma área mais reservada do restaurante, onde a luz era menor e a privacidade maior.Assim que nos afastamos o suficiente, girei nos calcanhares e o encarei de perto, meus olhos queimando de raiva. Meu sangue fervia com o que ele havia feito.Dei um passo à frente, me aproximando o suficiente para que ele pudesse sentir minha respiração quente contra o rosto.— Qual o seu problema, Cassian? — Minha voz saiu baixa, mas carregada de ódio.Ele, como sempre, manteve-se impassível, ajeitando os punhos da camisa sem pressa, como se estivesse apenas ajustando um detalhe insignificante em sua aparência impecável.— Primeiro, não sei do que você está falando. — Ele disse com aquela calma irritante.Eu ri sem humor, sentindo a fúria subir ainda mais.— Ah, não sabe do que eu estou falando? Você comprou a empresa onde minha esposa trabalha! Que merda você tá fazendo?E
"O Começo do Fim”Cassian está afundado no sofá de couro, o cheiro ácido de álcool pairando no ar como uma neblina sufocante. A garrafa quase vazia de uísque escorrega por seus dedos enquanto ele geme baixo, a cabeça jogada para trás, os olhos semi abertos, completamente entorpecido. Uma mulher de cabelos longos e escuros, que ele mal lembra o nome, o cavalga de forma sensual, as unhas cravadas em seus ombros, rebolando em um ritmo lento e provocante. Ele leva o seio dela à boca e suga. Os gemidos dela ecoam mais alto pelo cômodo, um som vazio, sem significado algum para ele.Mas então, um soluço alto.Um som sufocado que não vem da mulher em seu colo.Cassian abre os olhos de supetão e seus sentidos, antes entorpecidos, despertam ao ver Naia. Ela está ali, parada na entrada do quarto, a mão tremendo ao segurar a bolsa, os olhos arregalados e cheios de lágrimas. Seu rosto está pálido como se a própria alma tivesse sido arrancada do peito.— Naia... — Cassian balbucia, empurrando a m
Capítulo 1Quando a rivalidade se torna um campo de guerraCassian saiu do Délano Group como um furacão. O telefone vibrava sem parar no bolso do paletó, mas ele não queria atender ninguém. O peso da conversa com o conselho da empresa ainda pulsava em sua cabeça, apertando sua mandíbula em frustração.Seu pai estava à beira da morte. O império Délano Pharmaceuticals precisava de um herdeiro. E ele... Ele, Cassian Délano, não podia ter filhos."Um Délano sem sucessor não é um Délano", seu pai havia cuspido as palavras horas antes. "Você vai resolver isso, Cassian. Ou o império que construí vai para as mãos erradas."Resolver. Como se fosse simples. Como se sua fertilidade pudesse ser restaurada com um estalar de dedos.Mas ele já tinha uma solução. A inseminação in vitro.Ele só precisava extrair o material e seguir com o plano. Nada mais.Horizon Medical Group já estava à sua espera.Acelerou o carro pelas ruas de Paris, o motor roncando com sua impaciência. Mas quando estacionou na
Capítulo 2 Feridas Abertas Nunca CuramCassian estava sentado na cadeira do consultório, os dedos tamborilando impacientemente na mesa enquanto o Dr. Marcel Lefèvre falava. Mas ele não estava ouvindo.A única coisa que ressoava em sua mente era a maldita discussão com Naia minutos antes.— Senhor Délano? — O médico chamou sua atenção. — O procedimento foi realizado com sucesso.Cassian piscou, voltando para a realidade.— Certo, certo... ótimo.Dr. Marcel o observou com cautela.— O senhor está bem?Cassian passou a mão no rosto, soltando um suspiro irritado.— Preciso de um café.O médico cruzou os braços.— Não acho uma boa ideia. Você já está muito agitado.Cassian riu, sem humor.— Então eu preciso de algo mais forte.Ele se levantou, pegou as chaves do carro e saiu da sala. Dr. Marcel balançou a cabeça, sabendo que não adiantaria argumentar.Cassian seguiu pelo corredor, passou pela recepção e desceu até o térreo. A cada passo, sentia a irritação crescer dentro dele. O encontro
Capítulo 3Herdeiro do Império DélanoO despertador disparou às 5h da manhã. Sem hesitação, Cassian Délano abriu os olhos. Não havia espaço para preguiça ou indulgência. Disciplina. Controle. Precisão. Era assim que sobrevivia.Ele se levantou, os movimentos econômicos e calculados. O quarto impecável, cada objeto no lugar exato, como uma extensão de sua própria mente organizada e inflexível. O mundo exterior era um caos; ali, não.Vestiu o uniforme preto, nada mais que uma regata e um short, o suficiente para o que precisava fazer. O preto absorvia a luz, refletindo o vazio dentro dele.Na pista de corrida particular, cada passada era uma descarga de adrenalina. O frio da manhã raspava sua pele, mas não alcançava o gelo sob ela. Ele corria porque precisava. Porque, sem o esforço físico extenuante, a irritação latente que queimava sob sua pele poderia transbordar.De volta à mansão, Cassian mergulhou na academia. Aço, vidro e silêncio. Cada movimento nos aparelhos de musculação era pr
Capítulo 4: O Erro que Mudaria TudoCassian girou o copo de uísque na mão, observando o líquido âmbar deslizar pela borda. O gelo já havia derretido, mas ele não se importava. Seu estômago queimava tanto quanto sua mente. Diego ainda não tinha chegado, e a sensação de estar sozinho era insuportável.Ele pegou o celular e discou novamente.— Você quer me ver ferrar com tudo, Diego? Quer ver seu amigo afundar? Porque se eu sair sozinho hoje, eu juro que vou fazer uma merda grande.Silêncio do outro lado da linha.— Você sabe como eu fico quando estou assim.Mais um silêncio tenso, depois um suspiro longo e pesado.— Porra, Cassian… — Diego murmurou.— Então me encontra.— Onde?Cassian sorriu com amargura.— Você já sabe.O bar de sempre.Onde ele podia afundar tudo sem olhar para trás.Diego hesitou, mas finalmente cedeu.— Nos vemos lá.A linha ficou muda.Cassian jogou o celular sobre a mesa e soltou o ar. Sua cabeça pulsava. Sua vida sempre girou em torno do controle. Mas agora, tu
Capítulo 5Eu a vi. Eu a perdi.O ronco do motor soava baixo enquanto Cassian dirigia pelas ruas movimentadas de Paris. O céu acinzentado refletia o humor sombrio que o consumia.Ele deveria estar indo para a sede da Délano Industries, mergulhando em reuniões, contratos e expansões estratégicas, como fazia todos os dias. Mas hoje era diferente.A descoberta de sua infertilidade não era apenas um revés médico. Era um ataque direto à sua essência.Ser um Délano significava domínio, continuidade, poder. Agora, esse legado estava ameaçado.Ele precisava trabalhar. Precisava enterrar essa sensação.Mas, assim que atravessou as portas de vidro da empresa e entrou no elevador privativo, percebeu o impossível:Não conseguia pensar em mais nada além dela.O hospital. O choque. A voz dela repleta de fúria.O ódio que transbordava.E a pior parte? Ele havia causado tudo aquilo.Quando entrou no escritório no último andar, a irritação já estava estampada em seu rosto.— Bom dia, senhor Délano. Aq