Capítulo 16: “Sombras da Traição”(Dante Narrando)Eu nunca senti tanto ódio em minha vida. O braço latejava com a dor do tiro que Sofia me deu, e cada passo que eu dava era como se aquele ferimento aumentasse minha raiva, corroendo-me de dentro para fora. Eu havia subestimado aqueles dois, e agora estava pagando o preço. Eles iam pagar caro, principalmente Sofia, aquela ingrata, depois de tudo o que se passou, ela vem assim contra mim?? Ah, mas ela vai pagar bem caro. Vou minar a relação dela, vou minar a sua mente, ela vai ver só. Paciência, tudo é uma questão de tempo e paciência. Enquanto meus homens tentavam estancar o sangue, eu encarava o vazio do armazém em ruínas, a humilhação escorrendo pelos meus pensamentos.Meus olhos ardiam com a imagem de Sofia, seu olhar desafiador, o brilho feroz que ela carregava. “Ela acha que pode me vencer?", repeti para mim mesmo, enquanto sentia o ódio subir pelo corpo. Ele devia saber que não. Ela e Leonardo… eles pagariam por isso.Ao
Capítulo 17: "Sombras do Passado"(Sofia Narrando) A tarde estava abafada. Eu podia sentir o ar quente contra o rosto enquanto caminhava pelo salão principal da mansão, imersa em pensamentos sobre os últimos movimentos de Dante. Em cada canto, meus homens seguiam atentos, mas eu sabia que a qualquer momento um passo em falso poderia significar o fim de nossa vantagem.Estava prestes a subir as escadas quando ouvi uma voz que me fez parar no meio do caminho.— Sofia?Meu corpo congelou. Aquela voz, apesar de marcada pelo tempo, era familiar, com um tom baixo e controlado, que parecia quase um sussurro de uma vida que eu tinha deixado para trás. Virei-me devagar, hesitante, e encarei o homem parado na entrada do salão.Era, Marco Bellini.Ele estava de pé, com uma postura casual e um sorriso que revelava uma leve ironia. Ele tinha mudado muito desde a última vez que nos vimos. A juventude havia dado lugar a um ar mais sombrio, o rosto agora marcado pelo peso de experiências que eu d
Capítulo 18: “O Jogo Começa”(Sofia Narrando) A cidade parecia mais escura quando saímos do carro. O ar estava pesado, uma mistura de umidade e eletricidade, como se a noite soubesse o que estávamos prestes a fazer. Leonardo estava ao meu lado, sua presença calma e controlada, enquanto descíamos o beco estreito que nos levaria à entrada dos fundos do casino.O lugar era discreto, mas qualquer um que entendesse o suficiente da vida que levávamos saberia o que se passava ali. Por trás daquela fachada de clube noturno, escondia-se uma das operações mais lucrativas e exclusivas de Dante. Lá dentro, nossos inimigos estavam no controle, e nós éramos apenas dois forasteiros tentando jogar um jogo perigoso.— Tem certeza de que quer fazer isso? — Leonardo perguntou, seus olhos fixos em mim.— Não vim até aqui para recuar agora, Leonardo — respondi, ajeitando o vestido preto que usava. Era um pouco revelador demais para o meu gosto, mas era parte do disfarce. Precisávamos nos misturar, e D
Capítulo 19: “Labirinto de Sentimentos”(Sofia Narrando) De volta a nossa casa, o silêncio parecia tão espesso quanto a escuridão que preenchia o espaço entre mim e Leonardo. O som de nossos passos ecoava enquanto subíamos as escadas em direção ao quarto. Era estranho como o perigo parecia mais real agora. Antes, era apenas uma ideia, um conceito abstrato. Mas depois do que vimos e ouvimos no casino, o risco se tornava cada vez mais palpável.Quando chegamos ao quarto, Leonardo fechou a porta, girando a chave na fechadura como se pudesse isolar o caos que nos cercava.— Você está bem? — ele perguntou, seu olhar fixo no meu.Assenti, mas sabia que ele enxergava através da minha resposta. O reencontro com Marco havia mexido comigo de uma forma que eu não queria admitir. Uma mistura de nostalgia e desconfiança, um sentimento de traição que eu não conseguia dissipar. Marco não era apenas uma lembrança do meu passado, ele estava aqui, agindo como um fantasma, mas com intenções muito
CAPÍTULO 20: “Encontros e Jogos”(Sofia Narrando) A lanchonete não era exatamente o tipo de lugar onde eu esperava estar em plena manhã de segunda-feira, mas depois de tantos dias presa na casa de campo, a liberdade de sair um pouco me fazia bem. Eu tinha Vincenzo e dois outros seguranças comigo, então não havia razão para me preocupar.Enquanto esperava meu lanche, olhei pela janela ao meu lado, observando o movimento tranquilo da rua. As pessoas seguiam suas vidas, alheias ao caos em que eu estava envolvida, e, por um momento, pensei em como minha vida poderia ter sido diferente. Mas o estalo da porta ao se abrir me trouxe de volta à realidade. Senti o cheiro de café e pão recém-assado e deixei a nostalgia de lado.O sanduíche chegou, e dei uma mordida, quase sorrindo ao sentir o gosto. Uma das poucas coisas simples e boas em meio a tantos problemas. Mas, antes que pudesse dar outro gole no meu café, ouvi um pigarro e, ao erguer o olhar, encontrei os olhos de Marco.Ele estava
Capítulo 21: “A Reunião dos Líderes e a Traição Explosiva”(Leonardo Narrando) A noite estava especialmente fria e silenciosa enquanto eu e Sofia entrávamos no galpão abandonado. O lugar, escondido na área industrial da cidade, tinha sido cuidadosamente escolhido para nossa reunião com alguns dos aliados mais influentes. Paolo e Vincenzo estavam ao nosso lado, tensos. Eu podia ver a seriedade no olhar de cada um, conscientes de que aquele encontro poderia definir o rumo dos próximos meses.— Certo, todos sabem o que fazer? — perguntei, dirigindo o olhar ao grupo de seguranças que nos acompanhava. Eles assentiram, com as mãos próximas às armas.Olhei para Sofia. Ela não parecia assustada, mas sim focada, como sempre. Naquele momento, a mulher que eu tinha ao lado não era apenas minha esposa, mas também uma herdeira do submundo, alguém que entendia o valor e o perigo de uma reunião como aquela.Os líderes começaram a chegar em carros pretos, um a um. Primeiro, Don Angelo, que contr
Capítulo 22: “Atração e Desconfiança”(Sofia Narrando) A adrenalina ainda pulsava em minhas veias enquanto eu tentava processar o caos da noite. O tiroteio, a traição, o desespero. Tudo se misturava na minha cabeça como uma tempestade que não parava de girar. Estava ali, com Leonardo ao meu lado, mas algo estava diferente. A sensação de estar com ele, agora, não era apenas proteção ou necessidade, era algo mais profundo. Algo perturbador, mas ao mesmo tempo inevitável.Algo tinha mudado ali e eu não sabia o que era. Após a fuga do galpão, os dois carros que conseguimos escapar estavam agora estacionados em uma rua escura, quase deserta. O silêncio entre nós estava carregado de significado. Eu sabia que Leonardo sentia a mesma coisa que eu, algo tinha mudado ali, mas nenhum de nós estava pronto para admitir isso. A desconfiança ainda pairava sobre nós, mas havia algo mais. Uma energia irreversível que nos atraía como um imã.Apenas com a mão ele fez sinal para o outro carro seguir
Capítulo 23: “Revelações do Passado e Novas Intrigas”(Sofia Narrando) O peso da noite passada ainda estava sobre nós, mas a tensão entre Leonardo e eu tinha mudado. Já não havia mais desconfiança ou jogos de poder. Quando ele me olhou, não havia mais questionamentos, só uma determinação silenciosa que falava mais do que mil palavras. Não estávamos apenas sobrevivendo a essa guerra juntos, agora éramos uma unidade. Uma força que se reconhecia nas pequenas coisas, como a forma como ele me segurava pela cintura sem pedir permissão ou como ele se aproximava, ainda que em silêncio, nas horas mais difíceis.Eu sabia que havia algo mais entre nós. Algo que não precisava ser dito, porque já estava implícito em cada toque, em cada olhar. Mas a verdade era que o que estávamos vivendo agora era uma faca de dois gumes, a confiança entre nós crescia, mas o perigo à nossa volta também aumentava a cada dia.Hoje, no entanto, algo novo estava prestes a acontecer. Algo que poderia mudar tudo.Eu