Todos observaram com espanto a cena, sentindo um formigamento no couro cabeludo. A incredulidade tomou conta deles ao ver Harvey York agredindo Hugh brutalmente, logo depois de Oliver Bauer, o temido líder dos Longmen ter dito que Harvey deveria se ajoelhar e se punir, por ter tocado em Hugh. ‘Será que ele não tem medo da morte?’ pensavam os dândis. A surpresa de Oliver aumentou quando, na sua visão, qualquer pessoa sensata teria se rendido naquele instante. Afinal, ele era o líder da filial Longmen, em Mordu, detendo uma posição elevada e grande poder. Eliminar Harvey seria tão simples quanto esmagar uma formiga. Contudo, ninguém previu que Harvey ignoraria completamente a presença de Oliver, agredindo Hugh publicamente e até mesmo pisando em seu peito. Isso não apenas era um desafio direto a Oliver, mas também um golpe na Longmen como um todo. — Acabem com ele! Se ele morrer, é por minha conta! — Exclamou Oliver, enfurecido. Todos prenderam a respiração ao ouvir a ordem e cap
Harvey ignorou o comportamento dos inimigos e disse, com um tom de voz tranquilo:― Velho Bauer, claro que eu não ousaria te pedir que fizesse alguma coisa por mim. Mas, gostaria de tirar uma dúvida: qual era sua intenção original quando decidiu estabelecer a Longmen? ―Samuel Bauer percebeu que havia algo errado, mas ainda sorriu e respondeu:― Você sabe muito bem. Quis criar mais um braço para proteger o país para o imperador! ―― Também pensei que fosse por causa disso... ― Harvey riu ― Mas, a dúvida continua... É para o proteger o país que seus líderes andam por aí agindo como foras da lei, agredindo e intimidando cidadãos comuns? Eles fazem isso em nome da proteção do país? Porque... se for assim, sinto que não há mais necessidade de a Longmen existir. ―Samuel permaneceu em silêncio, ponderando as palavras, e depois continuou:― Harvey, o que aconteceu exatamente? Com certeza lhe darei uma declaração justa. ―O poderoso guerreiro respondeu calmamente:― Abuso de poder e n
Tanto os homens de Hugh, quanto os da Longmen trocavam olhares. Afinal, uma das maiores autoridades dos Longmen tinha se ajoelhado na frente de um zé-ninguém e se permitia humilhar, como uma criança de castigo. Ninguém acreditaria se não estivesse lá para ver com os próprios olhos. Naquele ponto, não importava mais saber a identidade de Harvey, pois a vitória daquele confronto já tinha sido decidida. Quando Oliver Bauer se ajoelhou, todo o orgulho e dignidade já haviam desaparecido. Além do que, mesmo sem entender o que acontecia, todos os outros Longmen também estavam ajoelhados no chão, sem coragem nem de levantar a cabeça.Era seguro dizer que, o que existia de arrogância em Oliver, um minuto antes, tinha se tornado tristeza.Hugh também não entendia o que estava acontecendo. Uma após a outra, as pessoas que vinham mostrar sua influência, acabavam prostradas e humilhadas diante de Harvey, por isso, o grupo que tinha levado consigo, discretamente, recuava silenciosamente. Embora
De volta à Residência Jardins, Harvey entrou silenciosamente, pretendendo tomar um bom banho. Mas, com um estalo, a sala que estava escura como a noite foi iluminada, exibindo Mandy e Xynthia, que estavam ambas, de pijamas e de braços cruzados olhando para Harvey, com expressões carrancudas.O mesmo homem que acabara de humilhar um dos líderes da Longmen, como se fosse uma coisa casual, sentiu medo. Então, forçando sorriso, perguntou:― O que vocês duas estão fazendo acordadas, a uma hora dessas? ―Ao invés de responder, Mandy questionou de volta, com uma voz ríspida:― Sou eu quem te pergunto, o que você estava fazendo na rua? E por que voltou tão tarde? ―― Não foi nada demais. Só fui conversar com o padrinho de Hugh. ― Harvey respondeu.― E o que aconteceu? ―― Ah, nada... Os dois perceberam seus próprios erros. Eles prometeram nunca mais pisar em Buckwood e, depois de se desculpar, foram embora. ― Disse Harvey, cheio de confiança.Mandy e Xynthia se entreolharam incrédulas,
Foi apenas no dia seguinte, no início da manhã, que Harvey recebeu a notícia do assassinato de Oliver Bauer.Depois de ligar para Yannick Bisson, Harvey foi a uma funerária.O status de Oliver era tão extraordinário que, além de Yannick, Yoel Graham também estava no necrotério observando o corpo pálido de um fantasma. O homem tinha vários hematomas pelo corpo, mas o motivo da morte era óbvio: um dedo acima da sobrancelha esquerda havia um buraco de bala.Harvey avaliou o corpo e perguntou calmamente:― Como isso aconteceu? ―Yannick respirou fundo e respondeu:― Depois que Oliver e o grupo deixaram o estacionamento, eles foram ao Hospital Edward para tratar seus ferimentos, então dirigiram em direção ao Aeroporto Internacional de Buckwood logo em seguida. Mas, quando estavam a cerca de vinte quilômetros do aeroporto, Oliver pediu para abrir a janela do carro, logo na saída do bairro urbano. Foi então que uma bala atingiu sua cabeça. O atirador acertou no primeiro disparo. Ele foi
Mesmo compreendendo a situação, Harvey parecia indiferente. Foi então que Yannick Bisson, que se mantinha em silêncio, falou:― CEO York, quais você acha que são os motivos do atirador para assassinar Oliver Bauer? ―Harvey respondeu:― Não é por dinheiro e não é por vingança. Então, é mais provável que ele fosse causar problemas para alguém, ou que quisessem causar problemas aqui na cidade. Pode não ser contra mim, mas o assassino está pelo menos tentando agitar as coisas em Buckwood por algum motivo. Nenhuma dúvida sobre isso. Afinal, Buckwood é basicamente um balde de metal agora. É quase impossível para quem está de fora entrar quando quiser e se estabelecer. Mas se eles me empurrassem para o centro da luta e o governo de Luz do Sul tivesse que me expulsar para dar a Samuel Bauer uma declaração justa, então, eles poderiam ter uma chance de entrar. ―Sem pensar duas vezes, Harvey continuou falando.― Se pensarmos desta forma, o motivo do atirador não era matar Oliver, e certame
Harvey respondeu serenamente a Rachel Hardy: ― Se tudo o que você afirmou for verdade, qual seria sua atitude diante disso? ― Rachel cruzou os braços e encarou Harvey: ― Vamos parar com essa loucura. Ajoelhe-se e quebre os braços, e só então poderemos discutir, depois de você passar sete dias inteiros ajoelhado diante do túmulo do meu mestre. Caso contrário, não terá como lidar com as consequências! ― Rachel demonstrava autoridade, e estava envolta em uma aura indescritível. Era evidente sua habilidade e experiência em situações de conflito. Seus colegas fixaram um olhar feroz em Harvey, como se estivessem prontos para atacá-lo a qualquer momento. Mas, Harvey apenas respondeu com calma: ― Então, você está dizendo que não investigará isso mais a fundo? ― ― Investigar?! ― Rachel respondeu friamente ― Todos os fatos estão aqui, por que precisaríamos de investigação?! ― ― Mesmo que não seja necessário, você acredita mesmo que é digna o suficiente para que eu quebre meus bra
Rachel Hardy observou Yoel Graham com atenção e soltou uma risada debochada: ― Você deve ser o líder do governo de Buckwood, Yoel Graham. Mas, diante de mim, você não é nada! A presença do líder do governo de Luz do Sul seria mais apropriada aqui! ― Rachel disse enquanto fazia seu discurso, retirando uma carteira vermelha e a arremessando na direção de Yoel ― Estou lhe dizendo, ninguém pode proteger Harvey hoje! Ele está praticamente morto! ― Ao examinar a licença, a expressão de Yoel mudou: ― Licença para matar?! ― ― É bom que você saiba disso. Mesmo que eu tenha saído da Longmen, minha licença ainda é válida. O soberano concede permissão especial para matar primeiro, antes de denunciar. E se você ficar no meu caminho, Yoel, eu vou matar você também! Quem se atreveria a te defender?! ― Rachel menosprezou Yoel. A licença para matar era seu trunfo. Além disso, ela já tinha oferecido a Harvey a chance de quebrar os dois braços, mas ele não ouviu. Agora, ela estava determinada a