CAPÍTULO 5

"Sonhos alucinantes no silêncio da noite

Você sabe que eu peguei.

Mau, garoto mau, um brinquedo brilhante que tem um preço

Você sabe que eu comprei.

Me matando devagar, do lado de fora da janela

Eu estou sempre esperando que você esteja esperando lá embaixo

Demônios jogam os dados, anjos reviram os olhos

O que não me mata me faz te querer mais.

E é nova a forma do seu corpo

É triste a sensação que eu tenho

É um verão cruel

Tá tudo bem, é o que eu digo a eles

Sem regras, paraíso inabalável

É um verão cruel

Com você

Você diz que só vamos estragar tudo nestes tempos difíceis

Então corte os faróis, o verão é uma faca

Eu estou sempre esperando você simplesmente cortar tudo até o osso" - Cruel, Summer.

12:23AM, Florença

BUFO FRUSTADA quando acordo. A luz do dia batendo diretamente em meu rosto porque esqueci de fechar as cortinas. 

Eu deveria ir embora hoje, penso enquanto olho para o teto. Balanço a cabeça como se isso fosse afastar os pensamentos e ando até o banheiro para encher a banheira.

Faço um coque no cabelo antes de entrar na água e encosto a cabeça na borda. 

Flashback on

- Não me esforço com quem não vale a pena.

Flashback off.

[...]

Pego um vestido preto de com bolinhas brancas do cabide do closet, vestindo o mesmo. Rio quando lembro que Klaus dúzia, e ainda diz as vezes como eu me visto como se estivesse nos anos 50, mas eu gosto e foi a melhor época da moda no mundo. E nela encontrei meu estilo perfeito, e mesmo que não seja proposital, é bom para disfarçar. Você não imagina que uma pessoa vestida como eu é uma safada ninfomaníaca.

Olho o vestido no espelho, e calço saltos baixos na cor preta e deixo o cabelo solto com a franja penteada o cabelo alinhado. Hm, bonita demais para ser rebaixada a nada pelo sapo gosmento do pântano.

[...]

Olho pela janela ao ouvir um barulho de carro, um carro preto estaciona em frente a mansão e balanço a cabeça em negativo ao ver a oxigenada sair do mesmo. Corro da varanda quarto até a beira da escada que liga ao hall de entrada. 

- O que faz aqui? - Vejo o sapo receber a oxigenada. Continuo inclinando o corpo para ter uma boa visão, se eu cair eu morro mas a curiosidade é maior que o risco.

-Eu vim ver a Suzy, e você também. desde a nossa última noite, eu estava morrendo de saudade. - Espalma as mãos no peito dele, o que me causa uma pontada de encômodo. Um encômodo leve, cortar as mãos dele resolveria.

- A Suzana saiu com a minha mãe. você pode ir embora porque eu não estou podendo olhar na sua cara. - se afasta, me fazendo sorrir de satisfação, ainda bem que ele não pode ver.

- Mas o que eu fiz? 

- Não foi o que fez foi o que provocou. Não quero ouvir a sua voz porque lembro do aconteceu...- ele abaixa a cabeça, fazendo um rosnado de irritação. Mesmo daqui de cima, minha audição é ótima, ou ele rosnou muito alto. Bicho. - Vaza.

-Mas Lorenzo...

- Eu não vou falar de novo... - Fala ainda mais sério e duro com a oxigenada, fazendo ela abaixar a cabeça e andar até a saída. mas não vai antes de eu me vingar pela provocação da última vez...

Desço as escadas rapidamente aos tropeços, chamando atenção do sapo que me olha de cenho franzido mas não diz nada, porque não estamos nos falando. Passo por ele as pressas seguindo ela até o lado de fora.

- Tchau, oxigenada! - aceno do lado de fora da porta mas ela se vira e volta.

.- O que você tem haver com isso? - Pergunta desconfiada, a cara mais feia e raivosa que se pode imaginar.

- Eu?! - Aponto para o meu peito depois de olhar ao redor.

-É, você. o que fez? Estou percebendo que você está bem ativa nas redes sociais do Lorenzo. Comentando posts e curtindo as fotos. - Cruza os braços.

- ôh louca! - dou um passo a frente. Mas é muito abuso, vou resolver o jeito folgado dela na surra. - Eu estou aqui há vinte e um anos e você há dias. 

- Não interessa, fiquei bem longe do meu namorado.

- Ou o quê? - Avanço mais, rosnando entre dentes. 

- Está transando com ele. - Diz para si mesma, ficando mais vermelha de raiva. - Óbvio que está transando com meu Lorenzo. 

- Seu? O seu nome não está escrito nele. - Arqueio a sobrancelha. Não está porque eu analisei cada centímetro..

Ela desfaz a expressão de raiva para colocar um sorriso no rosto.

- Quer saber... eu não vou me preocupar. Todo mês ele arruma uma diversão diferente, mas no final eu sou a única fixa. ele sempre volta pra mim... Aproveite porque tem prazo de validade.

- O jeito que você não tem dignidade é diferente. - Perco até a raiva na voz, deixando só a pena. Mas que mulher doida, como alguém diz isso? 

- Pode falar o que quiser, eu sou a preferida dele. eu sou a única que ele sempre trás de volta para a cama dele.

- Tá bom então...- Franzo o cenho. - Vai lá colocar um curativo na bunda depois de levar um pé nela.

- E quem vai fazer isso? Você?

Reviro os olhos, loira burra. A tinta de farmácia deve estar entrando demais no couro cabeludo.

- ele já fez lá dentro. - Aponto. - Mas se quiser eu te dou mais uns hematomas...- Olho ameaçadoramente. Agora tudo que eu mais quero é estourar a cara dessa folgada louca. Estalo os dedos, me preparando.

- Tem que ser muito mulher pra tirar ele de mim, e não vai ser o lanchinho da vez que vai fazer isso. - Ela me olha cima com desdém.

- Não é porque você é mais alta que não vou dar uma surra em você. - Puxo seu cabelo pela raiz, trazendo seu rosto para perto de mim. 

- Me larga. - Franze o rosto de dor quando sua raiz é puxada com mais força e ao se jogar para trás ela se afasta, alguns fios ficam na minha mão. Eu devia ficar pra fazer magia negra. Ela faz menção em revidar enquanto eu a olho em aviso e ao olhar para cima por um segundo, ela se detém por ver Lorenzo na Janela e se afasta. -Vai aproveitando, que ele vai chamar a mulher dele em breve. - Sussura.

- Cadê ela? - Reviro os olhos.

- Bem aqui. - Aponta para si.

- Vai embora logo, esquizofrênica. - aponto. - Antes que eu quebre você.

Ela olha de novo para a janela, antes de me dar as costas e ir em direção ao carro

20:40PM, Florença

Klaus entra no quarto enquanto eu arrumo a mala em cima da cama, colocando as roupa dobradas em pilha na cama, uma por uma.

- Vai mesmo embora. - Constata, fechando a porta enquanto eu concordo com a cabeça. - Achei que ia acabar não indo.

- Eu também achei, mas eu quero voltar pra casa e preservar o mínimo de dignidade que me resta.- Soco a roupa com força na mala. 

- Já avisou nossos pais que vai voltar?

- Não, vou avisar amanhã de manhã e fazer mandarem o jatinho de tarde.

- Ainda dá tempo de mudar de ideia. Não sei o que o idiota do Lorenzo disse de tão errado pra te magoar de verdade pela primeira vez depois de tantos anos, mas se quiser eu dou uma surra nele.

- Eu quero. - me viro para ele, balançando a cabeça.

- Legal, vou esperar ele chegar.

- Saiu com a Sônia. - Faço voz enjoada para dizer o nome dela. Ser madura não é uma das minhas maiores qualidade mesmo.

- Não saiu com a loira vagabunda. - Falo com ódio. É, ele também odeia ela. impossível não odiar, falei com ela duas vezes e a primeira já foi o suficiente para eu querer quebrar a dela, a segunda é o suficiente para eu querer ela morta. - Pelo que eu conheço ele foi encher a cara no bar mais próximo. Saiu puto.

- Idiota. - Largo as roupas, suspirando. - Eu quase dei uma surra na oxigenada hoje. - Me sento na cama em um pulo.

- Por que? Ela encostou em você? - cerra os olhos. Eu sei que se eu disser sim, mesmo que ela não tenha feito, ele vai matar ela e se ele não tivesse que estar bem com a Suzy, eu diria que sim. Mas ela nunca vai perdoar ele se ele matar a amiguinha dela, então vou ficar na minha.

- Não. 

- Não mente, Stella. Não importa se a Suzana vai me odiar, se ela encostou em você, eu arranco as mãos dela. 

- Ela não encostou. - balanço a cabeça. - E se tivesse, eu arrancava a mão dela no dente. 

- Certo...- olha desconfiado.

- Onde esteve o dia todo?

- Resolvendo uns negócios para o nosso pai. Tenho que voltar para a Sicilia antes do nosso aniversário. 

- Vou estar te esperando, e, planejando nossa festa com a mamãe. - ando até ele para o abraçar. - Vou sentir sua falta. - ele retribui, me abraçando.

- Eu também vou sentir a sua, mas vai valer a pena. Quando eu voltar, vai ser com a Suzana e ela vai ter aceitado que é minha. - Fala ainda no abraço, seu queixo encostado no topo da minha cabeça.

- Espero que dê tudo certo pra você. - me separo, e ando até a porta. Ele me olha questinador. - Vou dar uma volta para espairecer.

Ele assente em concordância e eu jogo um beijo no ar.

O olho de longe, o único sentado na fileira do bar. Um copo na mão, e uma garrafa a frente. Com passos lentos eu ando até sua direção, ficando em pé entre o espaço de sua cadeira para outra. 

- Já está na hora de parar. - Deslizo a garrafa pela bancada, a trazendo até mim. Ele não me olha em nenhum momento, só encara o nada e se não fosse um lugar que está totalmente silencioso, eu até acharia que ele não está me ouvindo. Mas está, e está me ignorando então talvez eu dê um couro nele. Respiro fundo. 

- Você. - Constata frustrado ainda sem me olhar. - Vai embora. - Ele diz com a voz mole, está bem bêbado e teve dificuldade para não embaralhar as palavras enquanto erguia levemente um dedo para apontar, não para mim e sim para sua frente. 

- Não.

- Você já fez o suficiente. - balanço a cabeça em descrédito com sua acusação. O que é essa bebida?! Deve estar batizada para ele pensar que a pessoa errada sou eu. Ele me menosprezou como nunca ninguém tinha feito e feriu meus sentimentos, mas como todo homem, sempre acha que é a vítima da história. E eu sou a louca cruel. Mais uma vez, puxo o ar dos pulmões para não esfregar a cara dele nesse balcão. 

Ele está bêbado, Stella... dê um desconto.

- Não fica agindo como se você não fosse o errado. - Aponto. 

- Eu não sou, brigou comigo por nada. - ele vira mais um pouco de líquido transparente em seu copo. 

- E todas as coisas horríveis que disse pra mim não são nada?! 

- Eu estava com raiva de você porque você me rejeitou. - Bebe mais.

- Não te rejeitei, já tínhamos transado naquele dia.

- Você entendeu. - Ele tenta se levantar do banco, mas para no meio da tentativa por não aguentar o peso do próprio corpo, e com certeza o peso de ser um grande babaca. 

- Por que está secando as adegas? - Olho para a garrafa que eu havia puxado a minha frente. 

- Porque eu tenho muitos problemas, e você veio da Sicília para ser mais um. Se enfiou na minha cama e agora saiu, eu sinto sua falta. - solta o copo no balcão bruscamente, fazendo ele tremular a base redonda de vidro na madeira do balcão por alguns segundos se estabilizar, mas solta algumas gotas de bebida ao redor. 

- E não era a oxigenada a dona do lugar vago?

- ESQUECE A PORRA DA SÔNIA! Eu não sei o que aconteceu entre vocês duas mas eu não ligo pra ela... Eu ligo pra você... - engole em seco, nossos olhos se encaram na luz baixa de led vindo do bar por alguns segundos até ele completar a frase -Pra vocês duas. - Eu quase o agrido com um tapa por achar "nós duas" somos eu e ela mas paro quando ele aponta repetitivamente de mim para o meu lado, me fazendo olhar para o mesmo e não ver ninguém. 

- Quem? - Continuo a olhar para o lado.

- Você. - Aponta certo, agora.

- Vamos embora. - estendo a mão pra ele.

- Não. Eu estou com meu amigo garçom, cadê ele? - Olho em volta rápido de mais a procura desse garçom que pode, ou não, ser um delírio dele. E esse giro pelo perímetro com sete litros de álcool no corpo, com certeza deixou ele mais tonto do que já é.

- Vamos logo. - Puxo- pela mão do banco. - Você não vai mais beber.

- Você é chata. - Passo o braço pelo meu pescoço, começando a caminhar junto comigo pelo lugar vazio, em direção a saída. - Adoro seu perfume, ficou empreguinado na minha camisa... Se tornou a minha favorita. - Ele diz isso quando saímos pela porta e um vento forte sopra meus cabelos para o lado onde ele está, ainda apoiado em mim. Seu nariz enterrado no meu cabelo, próximo a minha orelha me faz arrepiar. 

- É que eu tomo banho todo dia, e você precisa. - Ando até o meio fio onde deixei o carro, abrindo a porta do carona para ele - Primeiro os bêbados...

- Eu não to bebado. - Ele joga o corpo para dentro, caindo de qualquer jeito ao ver seu pé para fora, eu penso em bater a porta com força só para me vingar um pouco, mas o lado do meu ombro onde a Stella anjinha está pousada, pesa mais do que a Stella diabinha. 

Depois de colocar todo o corpo dele para dentro, dou a volta no carro, sentando no banco do motorista e coloco o cinto de segurança em nós dois. - Não vomite no meu carro.

- Me leva para casa...- ele ergue a mão na mesma hora em um protesto enquanto dou partida. - Não! me leva para o meu apartamento. a mamãe vai me infernizar se me ver bebado.... Eu não to bêbado, to alto. - Suspiro em concordância para suas palavras desconexas. Não é como se sóbrio ele falasse coisas com sentido.

Dez minutos se passam no mais puro silêncio, meus olhos focados na estrada vazia e minha mente vagando nos pensamentos. Pensamentos do tipo: Ele estava falando sério? Por que ele sente minha falta se me odeia? Ele gosta da Sônia? Por que eu não fui embora?! 

- E onde fica seu apartamento? - Falo parando no sinal vermelho bruscamente, eu ia ultrapassa-lo mas não é um bom dia pra tomar uma multa. Meus pensamentos pausaram tão bruscamente quanto o carro.

- Onde eu levo as meninas para transa. você não pode ir la porquê você me rejeitou. 

- Tudo bem, te jogo na entrada do prédio e vou embora. - Acelero mais o carro quando o sinal muda de cor. Eu só queria saber o endereço, mas ele gosta de me irritar! E eu só estou tentando ter uma boa atitude, a madre Tereza também passava por essas coisas sendo bem feitora? Acho que "lugar onde eu levo as meninas para transar" não é um endereço. 

Será que tem no maps? Minha mente pergunta com deboche. Stella! Para de interagir com as vozes. ELE ME DEIXA LOUCA.

Em meio a essa guerra da minha mente, meus dedos apertam o volante do carro com força demais, ficando pálidos. A essa hora meus divertidamente estão tudo se matando no soco.

- No meu celular tem o endereço. - ele saca o aparelho do bolso traseiro com dificuldade, jogando no meu colo. 

Tem senha. Ótimo, ao pensar em algumas possibilidades eu opto pela mais óbvia de todas, o aniversário dele e acerto na mosca. Era mais fácil perguntar qual era a senha mas eu quis pagar de hacker. Prado, você está no chinelo. 

Ao deslizar a tela a procura do endereço, vejo na barra de notificações que há 567 mensagens de meninas. É, somos parecidos nisso. 

Coloco o endereço no GPS e faço o trajeto recomendado em silêncio, e é totalmente falha minha tentativa de ignorar as vozes.

- Acorda! - falo enquanto ele fecha os olhos lentamente, já chegando perto do local. O GPS indica que mais três ruas e vamos estar no abatedouro dele.

- Me deixa! - Resmunga de olhos fechados. Cada palavra que sai de sua boca vem com um vento com cheiro de álcool puro. 

- Vou te deixar na rua da amargura se me dizer o que fazer de novo.

- É aqui. - Aponta para o prédio por cima do vidro. 

- O GPS disse antes de você. - Após passar pela portaria e me identificar, abaixando ainda mais o vídro para o porteiro poder ver o bêbado do meu lado, quase morto. Com um sorriso e um aceno, eu me despeço dele. 

Estaciono o carro na vaga livre do estacionamento do prédio. Saio do carro dando a volta no mesmo e abro a porta para a madame sair. - Vamos. - Deixo ele segurar no meu pescoço enquanto entramos no elevador da garagem. - E qual é o andar? Esqueci a bola de cristal no carro. - falo quando ele se escora na parede.

- Vinte... Não, treze... Espera, quarenta. - Balbucia.

O prédio não tem quarentena andares! Por que eu não previ isso e perguntei na portaria? 

- Qual é?! - repito entre dentes.

- Acho que é vinte.

'- Acha...- Suspiro insatisfeita, apertando o botão.

- É.

Saio no vigésimo andar e paro no corredor, o mesmo contendo seis portas.-- Qual porta? - Questiono, o segurando novamente, e ele aponta para a última, cansado.

Ando até a porta e começo a procurar chaves em seu bolso. Testo uma por uma do molho de chaves até achar a certa e entro no apartamento Finalmente.

Ao entrar, me deparo com a sala de decoração moderna, esse prédio distoa dos outros de Florença, de fachada antiga, seguindo a arquitetura centenária de Florença. É moderno, aberto e prático. A decoração é bonita, com certeza não foi feita por ele. 

- Onde fica o quarto, sapo? - Saio do transe.

- Esquerda. - Aponta. Ando com ele pelo corredor, achando de primeira o quarto. Sorte. Ou não, sorte não é bom para definir o que eu tenho. 

Com a respiração difícil pelo esforço, eu o levo até a cama com dificuldade, jogando seu corpo em cima da mesma e o meu vai junto. Por um segundo o olho nos olhos e um sorriso Idiota ameaça brotar, o que faz eu me levar rápido. 

-Você precisa de um banho. E café.

- Vai me dar banho? - Sorri.

- Não, você vai tomar banho sozinho e eu vou fazer o café. - O olho de cima, dando as costas e fazendo o caminho até o banheiro depois de passar pelo closet.

Olho em volta do banheiro, a decoração segue o padrão do resto do apartamento. O lugar todo tem um cheiro único, algo parecido com pinho...

Coloco a banheiro para encher, voltando ao quarto. Ele está deitado na cama, os olhos fechados e a respiração regulada, o peitoral subindo e descendo. Chega de tentações...

Eu tiro sua camisa devagar, o suficiente para que ele não acorde e depois me livro de seus sapatos, meias e abro seu cinto, puxando o couro do seu quadril e levo tudo para o cesto de roupas sujas no banheiro, e desligo a banheira já cheia. Ele ainda dorme na cama.

Chacoalho seu corpo para que ele acorde, e demore até que eu tenha algum sucesso. Em alguns minutos, vendo seu corpo tão exposto, eu fecho os olhos por um segundo. Tirar uma casquinha é errado, assédio. Minha mente condena então mantenho o controle, até que ele abra os olhos e eu use toda minha força para puxar seus braços e me colocar de pé, o que resulta em eu caindo de bunda no chão para trás, e ele ficando plenamente em pé. Resmungo antes de levantar enquanto ele sorri.

O levo até o banheiro, e ele se livra de sua calça e cueca. Nada que eu já tenha vista antes...

- Na banheira, já que você não aguenta ficar em pé no chuveiro. - O conduzo até a mesma.

-- Tá fria. - Ele reclama fazendo uma careta ao entrar na água.

- É, isso que bêbedos merecem. - Falo saindo, em direção ao quarto.

Não é difícil achar a cozinha, os cômodos são grandes mas não tem muitos deles. 

Coloco a água na cafeteira, esperando a mesma fazer sua função enquanto fico encarando o nada, meu corpo apoiado na ilha da cozinha. Eu tenho certeza que uma menina, várias, meninas já sentaram a bunda nua delas nessa ilha e foram fodidas até perderem os sentidos. Será que a oxigenada também? Ah, com certeza.

Eu nunca fui tão trouxa, ele me ofende desde que nos damos por gente, ele, por sapo...e agora me menospreza e eu estou aqui, fazendo café pra ele no abatedouro. Burra! Burra! Burra!

E eu nem consigo dizer o porquê de eu fazer isso. A gente se odeia, eu não devia me importar...

[...]

Finalmente consigo terminar de fazer o café, depois de derrubar uma boa quantia na bancada, ter que fazer outro, quebrar a xícara e ter que limpar tudo. Eu nasci com duas mãos e pés esquerdos! 

Ele entra no quarto com uma toalha preta amarrada na cintura, algumas gotículas de água em seu corpo e totalmente livre do cheiro de álcool.

- Seu café. - falo segurando a xícara com força demais, descontando nela o esforço que faço para manter o autocontrole.

Fico estática no lugar enquanto ele se aproxima, pegando a xícara da minha mão e tomando o líquido fumegante 

- Está amargo. - Faz careta.

- É assim que funciona. Você está melhor? 

- Tô. - Veste a cueca antes de tomar mais um gole, fazendo careta de bkvo e indo se deitar na cama, abaixo do edredom grosso. Parece macio...

- Ótimo. - Assinto antes de tirar a roupa, ficando de sutiã e calcinha e caminhar semi nua até o interruptor para desligar as luzes. De volta, me deito do outro lado em baixo das cobertas junto a ele e me viro para o outro lado, o dando as costas.

- Não estamos brigados? - Pergunta confuso.

- É, mas eu quero dormir aqui, pra ter certeza que você não vai morrer.

- Você seria a principal suspeita. - Diz, então me viro para responder e o vejo com o controle na mão, ligando a tv.

- Sem tv. - pego o controle da mão dele, desligando. - toma o café todo e dorme!

- Não, TV tira meu porre. - Diz, a ligando novamente.

- Sem tv! - desligo de novo, subindo em cima dele. - Ou dorme agora ou eu te desmaio no soco. - aponto para seu rosto, me inclinando e fazendo meus seios ficarem próximos de seu queixo.

- Você pode tentar. - Arrepio quando suas mãos geladas vão para o meu quadril. 

- Dorme, Lorenzo...- Murmuro de olhos fechados. Minha calcinha de algodão está ficando molhada nesse momento, em contato com sua rígida ereção.

- Não quero. - Sua mão desliza do meu quadril para minha bunda, a apertando com força e seus dedos afundando na minha carne aumentam mais minha excitação.

- Mas eu quero que você durma...- rebolo contra sua ereção a procura de alívio. Eu não sou de ferro...

- Você não manda em mim.

- Repete...- desafio ao abrir os olhos de imediato, encontrando suas íris.

- Você. - Ele investe contra minha intimidade. - Não. - Mais uma vez, arrancando um gemido. - Manda. - outra, me fazendo apertar os olhos. - Em. -aperta mais minha bunda. - Mim. - e mais uma estocada dura. Eu estou prestes a me livrar do tecido que separa nossas intimidades e afundar minha buceta na pau dele a noite toda. 

- Mando em quem eu quiser. Ou você me obedece ou eu não satisfação sua necessidade...- o olho me referindo a sua ereção contra minha calcinha. - Vou literalmente te deixar na mão.

- E eu ligo pra Sonia, ela vem correndo... Aliás, quem disse que quero transar? - Ri, arqueando a sobrancelha.

Idiota estúpido! Como eu vou esquecer ela quando ele fica me lembrando o tempo todo?! Cretino.

- Não pode ligar pra ela se estiver morto. E o seu amiguinho diz que você quer transar...- rebolo mais.

- Tá legal ...eu quero. - Geme. - Mas quero conversar primeiro. Stella, o que temos?

- Como assim o que temos? - Arregalo os olhos.

- A gente se odiava e agora estavamos transando? Isso não é normal, Stella.

- o único sentimento que precisa pra transar é tesão. A gente não precisa se gostar.

- Quem falou de sentimento? - Pergunta em alerta. - Estou querendo saber se vamos continuar transando ou não.

- Você disse sobre odiar...isso é sentimento. Além de bêbado é burro? E vamos continuar transando, mas se me rebaixar mais uma vez, eu acabo com a sua vida de todas as maneiras possíveis e eu juro que você nunca mais vai ser feliz. - falo, olhando sanguínaria.

-Tudo bem pra mim. - levanta os braços em rendição. Claro que ele está assustado. 

-- Claro que tudo bem pra você. - sorrio.

- Podemos transar agora? - Pergunta.

- Sim. - jogo meu corpo em cima do dele de uma vez para beija-lo.

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