Está feito

                  Capitulo 6

                     Flavia

Nunca tremi tanto na vida, mas era uma alegria tão grande saber que aquele homem  nunca mais me tocaria, ele entrou no quarto depois que eu estava pronta e mandou minha mãe sair e ir pro altar esperar.

Uma arrepio na espinha me deu quando ele se aproximou e disse:

  -Quando ele te tocar lembre de mim!

Uma ânsia subiu e eu corri pro banheiro se não sujaria meu vestido, ele gargalhou no quarto sabia o terror que me fazia.

Queria mil vezes entrar com meu irmão, mas não podia regras são regras, mas tentava pensar na alegria dele nunca mais poder me tocar, mesmo sabendo que outro homem me tocaria, mas na minha cabeça eu pensava que nada pode ser pior que o que passei a vida toda, assim eu espero...

Arrumo o baton e sigo, ao chegar na entrada do caminho pro altar vejo meu futuro marido, e uaaal!

Porque um homem desse precisa de um contrato pra casar, ele devia ter 1.90 de altura tinha os olhos levemente puxados cabelos e barba escura, seus olhos tinham uma cor de mel eram claros e vibrantes, o terno estava justo no seu corpo bem torneado, eu simplesmente nem vi que cheguei, vim o caminho todo olhando meu futuro ali na minha frente, e olha me parece muito, muito bom!

Mas me aperta o peito a hora que lembro que as aparências enganam, como Gustavo...

A cerimônia acontece e chega a hora do pode beijar a noiva, me arrepio toda quando ele ergue meu vel, ele se aproxima e eu me preparo para ser beijada, mas ele beija a minha testa, sinto me desapontada, mas né fazer o que...

Vejo um grupinho, e Ellen a vendedora estava ali, todas de preto, elas riram quando ele beijou minha testa, fingi não prestar atenção, e continuei séria!

Logo o Bispo chama nossa atenção novamente. 

  -Agora casados vamos a cerimônia de Dom!

Aaa não, o que ta acontecendo?

Nicolas pega em minha mão e me conduz até uma sala atrás do altar, Dom Aquiles que agora entendi é seu pai, nos segue.

Meu Deus onde eu vim parar...

Saio dos meus devaneios ouvindo a voz do meu agora marido...

  -Flavia é um prazer enfim te conhecer, e agora ser seu marido, espero que possamos nos dar muito bem.

Meu pai não me deixa abrir a boca e fala por mim.

  -A vão sim, com certeza, Flavia será submissa as suas vontades e uma ótima esposa!

Nicolas o olha com fúria nos olhos... 

  -Eu quero uma esposa pra liderar comigo, lado a lado, agora antes de pai, você deve respeito a ela e nunca mais, repito, nunca mais diga que uma mulher deve ser submissa ao marido, se lá onde você mora é assim, irei fazer uma limpa nesse quesito por lá!

Aqui ela fará as coisas a seu modo, terminará a faculdade e fará suas coisas a seu tempo e tudo que for de ordem da organização se assim ela quiser estará ao meu lado para resolver!

Vejo meu pai abaixar a cabeça e ficar em silêncio, pela primeira vez na minha vida, e confesso eu amei ver ele assim, Nicolas beija minha mão e segue a frente com o pai, o bispo, e um cálice.

A cerimônia começa, o bispo coloca vinho no cálice, e uma gota de sangue do Don Aquiles e entrega para o Nicolas beber e repetir o juramento tornando assim o novo Don supremo.

Nicolas me entrega o cálice para que eu beba também, assim terei quase o mesmo poder que ele, serei a segunda voz no poder, nem todos os dons fazem isso, o que deixou meu pai branco sabendo o que posso fazer agora...

 -Recite o juramento minha esposa.

Nicolas fala e olha pro meu pai que a essa altura já estava ficando roxo de desespero.

Repito o juramento e o Bispo acente.

Saímos dali por trás da cerimônia não participaremos da festa.

Abraço minha mãe que a essa altura já não chora mais, ela sabia que eu faria algo...

Meu pai tentou puxar ela de mim, e olho pra Nicolas, suplicando com o olhar e ele entende.

  -Minha sogra, preciso que nos acompanhe até nossa nova casa.

  -Sendo assim, eu vou também. 

Meu pai fala. 

  -Não, você eu preciso que siga esses homens, tenho uma missão pra você.

Nicolas fala e ele segue Denis e os demais de mal gosto...

  -Vamos então.

 Faço que sim com a cabeça e sigo meu marido entro no carro e minha mãe entra logo atrás.

  -Eu não quero atrapalhar vocês.

  -Eu já sei de tudo,  investiguei tudo sobre vocês, e lhes digo, nunca mais ele tocará na senhora e nem em você Flavia.

Isso não parecia real pra mim, parecia um sonho, mas eu não consigo dizer nada, acreditar em homens é tão difícil.

Minha mãe chorava de felicidade e me abraçou e quando vi tava abraçando Nicolas que retribui meio sem graça pois não esperava.

Algum tempo depois chegamos em uma casa enorme e linda, tinha vários quadros dos antepassados dele, ali era como se contasse a história da máfia.

Ele vê que estou observando e se aproxima me contando:

  -Aqui é Alicia e Massimo meus tataravos, Maite e Benjamim meus bisavós, Celina e Hayash meus avós, e aqui meu pai Aquiles e minha mãe Pérola.

Sinto a dor na voz dele, mas não sabia o que fazer.

  -Entendi de onde vem seus olhos puxados. 

Ele sorri levemente e continua a história...

  -Meu pai é filho de uma união única nas máfias, a China tentava contra nossa família a séculos, até que meus avós se apaixonaram e como pra nós família é acima de tudo, teve a última grande guerra das máfias, minha avó Celina era uma mulher decidida e jamais deixaria meu avô.

  -Dizem que os Schnepper só se apaixonam de verdade uma vez na vida, então por isso lutam tanto pelo amor!

  -Então eles lutaram e ficaram juntos,  depois logo ela engravidou do meu pai, que se apaixonou pela própria prima Pérola, mas como minha avó Celina era adotada, não tiveram muitos problemas em assumir o amor, mesmo minha mãe sendo dois anos mais velha que meu pai.

  - Uaal que história linda gostei mesmo de saber.

  - Isso é um breve resumo, tem livros sobre eles se um dia quiser saber mais, tem de gerações anteriores a essas ainda!

Mas a curiosa que habita em mim tinha que perguntar...

  -Mas sua mãe ela...

  -Ela faleceu quando deu a luz a mim, ela tinha dificuldades pra engravidar tinha perdido dois bebês antes de conseguir levar uma gravides até o final, meu pai queria adotar mas ela não queria,  sonho dela gerar um filho um herdeiro dele, meu pai nunca fala disso as histórias que sei são minha avó Celina ou a bisa que me contam.

  -Desculpa não quis ser tão invasiva.

  -Está tudo bem, mas teremos muito tempo pra você saber mais sobre mim e minha família.

Seguimos pelo corredor avisto minha mãe entrando em um quarto, ela sorri pra mim e entra.

Algumas portas depois Nicolas entra e eu entro em seguida.

  -Bom pedi para deixarem um quarto pra você, não sei se está pronta para dormir com um estranho ainda, mas o meu quarto e o da frente, se precisar de algo estarei ali, vou te esperar até estar pronta pra isso, não se preocupe.

  - Já ouvi isso antes...

Eu sussurro baixo pra mim mesma...

  -Disse algo?

  -Não, não, obrigado por essa gentileza!

  Ele sai e me deixa ali sozinha com meus pensamentos 

Sério isso? Dois quartos ele nem tentou nada comigo, será que é assim tão certo? Mas a sei lá, vou tomar um banho...

Começo a me despir tiro minha meia calça, mas não consigo desamarrar o vestido sem ajuda, procurei pela minha mãe mas não estava no quarto, o que me resta é recorrer a ele, bato mas ele não responde entro e  pego ele saindo do banho só de toalha...

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