Olhares curiosos seguiam Joseph e Anala pelas ruas da cidade. Os cochichos já estavam alto o suficiente para que Anala se sentisse incomodada. Joseph percebe e segura na mão da garota.
–Estão curiosos. É normal. Vamos comer alguma coisa?
Ela assente e então seguiram para o restaurante favorito do rei. Todos recepcionaram a futura rainha com muita educação e os serviram com o prato favorito de Joseph.
–Isso é um ensopado de frutos do mar levemente apimentado.–Explica enquanto a loira encara o prato.–Experimente.
Ela assente, pega o talher e prova o tal ensopado favorito. Anala surpreende-se com o sabor e acaba soltando um sorriso simples.
–É realmente muito bom, alteza.–Prova mais um pouco.–Conheço pimenta e essa eu nunca tinha provado.
–Ela é cultivada aqui em Ganilla. É especial.–Sorri.–Fico feliz que você tenha gostado. Minha falecida esposa odiava isso.
–Poderia falar dela um dia né? Ela parece ainda ser muito presente dentro de você.–Ana
O dia pra Shanti amanheceu mais cedo do que gostaria. Sua sogra avisou que ela receberia um dia inteiro de mimos e atenções pré-casamento. Depois de relaxada, Shanti irá preparar algo para que Fatina e Denzel pudesse provar.Shanti estava achando aquilo um saco. Não entendia pra quê ter que cozinhar se ele casaria com ela de qualquer forma. Levou a crer que essa história de cozinhar era mais pra sua sogra do que para seu marido.–Vamos, você precisa tomar seu banho de rio.–Ramera e mais duas mulheres levam Shanti às pressas.–Tem que ser tão cedo?–Resmungou.–Não tinha ideia que iria sofrer tanto, Haddaed. Minhas irmãs devem estar em uma situação muito melhor que eu.–Com quem você está falando, senhora?Shanti nega e sorri. Logo estava nua e sendo lavada pelas mulheres. Recebia massagem nas costas e no couro cabeludo. Procurou relaxar. Uma esponja vegetal, entregue em suas mãos, era esfregada com delicadeza sob sua pele.–Seu corpo é tão lindo...
Léia se joga em sua cama e espera que William inicie a conversa. A garota estava de ressaca, mas bem menos que o homem em sua frente.–Você não cansa de beber tanto? Eu nem consigo te acompanhar, baby.–William senta à beira da cama.–Eu acho que devemos maneirar.–Por causa da sua esposa?–A jovem ergue uma sobrancelha.–Eu já disse a você que nós nunca poderemos ser felizes, príncipe. A sombra da sua família sempre vai nos perseguir. Até fizeram você casar.–Bufa e se levanta ajeitando seu uniforme.–Preciso voltar a trabalhar.–Baby...–Ele a abraça e a suspende no ar enchendo seu pescoço de beijos.–Não fale assim. Você não quer desistir de mim né? Eu só tenho você nessa droga de vida.–Então me dê um presente. Um bem lindo e bem caro.–Ela faz um gesto como se quisesse um colar e William assente.–Ai eu pensarei se desistirei de você.–Dá um selinho nele.–Vou trabalhar. Pode ficar, caso queira.William nega, mas promete voltar. Sai rapidamente da taberna e va
Anala retornou para seu quarto com o peito apertado. Sentia uma sensação esquisita, uma vontade de gritar. Mas não o fez. Pelo contrário, se recolheu em sua cama e chorou baixinho abraçada ao travesseiro.Foi duro ouvir que só o seu corpo que interessava. Questionou que tipo de visão as pessoas tem de Amrita. Não deveria ser tão equivocada assim.Amrita pode ser uma cidade com uma história de cunho sexual, mas as pessoas que são de lá tem sentimentos. São seres iguais todo o resto. Merecem o respeito da mesma forma que os moradores de qualquer outra região têm.Por que só frisar nas mulheres e no sexo?Amrita é uma região/cidade fundada por um Deus. Será que ninguém se interessa por história? Amrita tem a própria forma de ditar a vida, a forma como cada um encara relacionamentos, como trabalham, como vivem... Será que ninguém se interessa por cultura?Acabamos sendo resumidos a sexo e mulheres.
Shanti estava vestida de branco, enfeitada com suas jóias e alguns adereços artesanais e um pequeno buquê de girassóis nas mãos. Estava espetacular. Sua sogra sentiu felicidade ao vê-la pronta.–Denzel já está aguardando por você.–Ramera surge arrumada e sorridente.–Ele não parece estar tão feliz. Desculpe dizer.–Meu filho não é muito expressivo, Ramera. Você já deveria estar acostumada com o jeito do seu líder.–Fatina defende prontamente seu filho.–Podemos ir, Shanti?Ela se olha mais uma vez no espelho e depois assente. Estranhamente a ruiva sentia-se feliz.Denzel estava no pequeno altar aguardando sua futura mulher. Não estava contactante e muito menos alegre. Queria que tudo acabasse muito rápido.Tinha decidido que iria vestir a máscara de troglodita burro que interpretou no dia que foi em Amrita. Ao seu ver, Shanti não merecia seus esforços para ganhá-la. Ela era só uma garota muito mimada e cheia de sonhos. Decidiu que iria quebrá-la. Só estand
Kali estava sendo puxada de forma desgovernada. Foi então que estancou fazendo William parar também. Ele olhou para ela furioso.–O que foi?–Eu ouvi tudo, William. Mas por que tratam um príncipe assim?William nega com a cabeça, volta a segurar na mão de Kali e levá-la para a proxima livraria. Na portaria, William abraçou Kali pela cintura e encarou o proprietário.–Vim trazer minha esposa para escolher uns livros. Poderia indicar alguns para ela?O dono prontamente atendeu o pedido de William enquanto ele observava o tempo do lado de fora. Estava estressado. Não iria tolerar essas falácias envolvendo sua amada Léia.–Quero esses, William.O príncipe realizou o pagamento dos livros escolhidos e rapidamente já estavam voltando para o castelo. Kali ainda ansiava por uma resposta.–Você não quer me contar sobre o que aconteceu hoje? Você pode me ver
Os dias se passaram e era chegado o dia da reunião com os compradores de café. Anala tinha estudado tudo que podia, mas estava indo temerosa. Ela sabia que imprevistos sempre acontecem.Para se dedicar aos estudos até refeições pulava. Joseph que ficava no pé enviando Rita ou Simione com comida até a biblioteca. O homem, muitas vezes, encostava na porta da biblioteca e ficava observando Anala estudar.–Eles já estão na sala de reunião, alteza.–Thael avisa a Joseph.–O que faço?–Sirva-os de café e avise que a futura rainha logo irá ao encontro deles.Thael assente, reverencia e se retira. Joseph termina de ajustar seu paletó e depois vai atrás de Anala. A porta estava aberta. A garota estava colocando seus sapatos, mas logo nota a chegada do homem.–Já é a hora?–Joseph assente.–Só vou me perfumar.Anala ainda estava magoada com Joseph e pra não gerar discussões e nem mal estar, r
Shanti não escondeu que estava praticamente babando por todos os lados. Denzel ri de lado observando a cara da mulher a sua frente.–Você é uma verdadeira piada mesmo.–Bufa.–Você sabe que se pegar barriga eu nunca vou deixar você ir embora com a criança né?–Quem falou em ir embora?–A ruiva franze a testa.–Você quer abrir essa boca e me contar o que está acontecendo? Você mudou. Você me tratou super mal no nosso casamento. E isso não foi do nada. Fala, Denzel. Tira essa máscara de homem burro que não combina com você e fala.Denzel realmente estava cansado de ter que forçar ser algo que não é. Mas estava incomodado com as palavras de Malia. Então, resolveu abrir a boca e contar. Shanti ouvia tudo calmamente e no final da narrativa gargalhou.–Mas é uma piranha mesmo!–Bradou.–Ela usou uma coisa dita entre mulheres e foi usar isso contra mim. Maldita hora que confiei naquela cobra!–Mas não é iss
A tristeza na face de Kali incomodava Charles de alguma forma. Ele não queria vê-la desolada.–Não fique triste, Kali. Meu irmão sempre foi muito inconsequente.–A pressão em cima dele pode tê-lo feito inconsequente, Charles. Não quero justificar nada, mas não me imagino sendo impedida de viver um grande amor por causa dos meus pais. Justamente quem deveria me apoiar.–Mais uma vez o homem se vê admirando Kali.–Vou me recolher. Eu realmente preciso de uma boa noite de sono. Com licença.A morena sai da presença do príncipe caminhando lentamente até seu quarto. Kali estava chateada com toda a situação que agora estava sabendo. Era difícil demais. Uma moça se aproxima de Kali e a observa com carinho. Ela logo reconheceu a moça da cozinha.–Precisa de ajuda, senhora Kali?A voz doce e cheia de empatia fez Kali desabar em lágrimas. Logo abraçou-a como se dependesse daquele abraço para viver. A serviçal retribuiu um tanto timidamente.–Não chore, senhor