Tive dias turbulentos aqui, e bem surpreendentes, confesso, ouvir Vanessa dizendo que queria vir comigo de uma certa forma me alegrou, vou poder fazer algo por ela que está totalmente desolada.
Célio não sabe que Vanessa veio comigo, mas não me importo com o que ele acha, quero somente ajudá-la, pude acompanhar um pouco do que o seu ex noivo fez, nunca vi em toda a minha vida, atitudes tão covardes vindo de um moleque que se intitula como homem.A deixei no hotel e quando volto para irmos embora a encontro dormindo naquela cama Vanessa desperta a minha atenção, observo cada traço do seu lindo rosto quando ela acorda e se assusta com a minha presença.Uso a minha frieza falando que aquele hotel me pertence, quando já estávamos no avião mais uma vez me preocupo com ela, pois a mesma dorme sem limites, nunca vi uma mulher dormir tanto, fico sempre atento, mas ela diz que está tudo bem.Quando chegamos a fazenda somos recebidos pela tia Lurdes, mas não contava com Rose ali também e outras mulheres.Rose sempre deixou claro que é apaixonada por mim, nunca a vi como uma mulher, ela armou a maior confusão pensando que Vanessa é a minha namorada, e Vanessa não a deixou sem desaforos, tive que me alterar para conter as duas, partimos para o casarão da minha fazenda, fui direto para o meu escritório antes de ir descansar e pedi a tia Lurdes que fizesse tudo para que Vanessa se sentisse bem aqui nessa casa.Não imaginava que ela fosse parar no meu quarto, quando estou retirando a roupa, Vanessa entra de uma vez.— Meu Deus! O que é isso? — Ela fala assustada.— Esse quarto é o meu? Como assim o que é isso?— Desculpa Laerte, deve está havendo um mal-entendido, é a tia Lurdes disse que aqui é o meu quarto. — Vanessa fecha os olhos.— Entendi agora, ela pensa que somos um casal. — Falo sem graça. — É Vanessa tem um quarto ao lado e se quiser ir para lá posso ajudar a levar as suas coisas.Ela confirma que irá para o quarto ao lado a ajudei com a sua mala que está pesada, depois que voltei finalmente pude relaxar um pouco no banho.Na hora em que iria descer ela me acompanha e chegamos a sala de jantar, as empregadas nos olham com uns olhares curiosos.— Como vocês formam um casal lindo. — Uma das empregadas fala sorrindo.— Vocês podem nos deixar a sós. — Falo friamente.Elas saem uma, a frente da outra…— Desculpa pelo incômodo Vanessa, elas são assim mesmo, você é a primeira mulher que trago para essa casa, é natural elas pensarem que você é a minha namorada.Ela ouve tudo calada, jantamos em silêncio, percebo ela comendo, muito pouco, tia Lurdes senta conosco e Vanessa foi se soltando mais conversando com a tia sei que aqui não é o ambiente que ela queria estar.Depois que subi ao meu quarto ela sobe em seguida, espero que ela goste daqui, lembrei das palavras da (Rose) de que Vanessa não aguentará uma semana aqui do meu lado, deitei na cama e adormeci.No dia seguinte acordei cedo para trabalhar, subi no meu trator e fui aradar as terras, o nascer do sol é perfeito, os cantos dos pássaros, tudo é lindo, cheiro da terra.— Patrão já está de pé? Quer café?— Aceito! Quero trabalhar, esses dias na capital me deixam doente, não vivo sem o campo.— Lhe entendo patrão, mas a viagem não foi ruim assim, veio até acompanhado.Não sei porque não consigo dizer que não somos nem amigos e que a qualquer hora ela partirá do meu lado.— Vamos deixar a minha vida pessoal de lado e vamos trabalhar. — Falo sério.Seguimos para olhar a colheita, vejo que muito planejamento e trabalho duro está saindo tudo como planejei.Na volta para casa de longe observo, Vanessa sentada sozinha no balançador olhando para o nada, dá vontade de saber o que ela pensa, mas não falei com ela.Entrei no casarão, já vou em busca de saber como Vanessa se comportou.— Tia, Vanessa se alimentou? Como foi o dia dela?— A filho, você não a viu, ela comeu muito bem, está um pouco solitária, ela é moça da cidade, é um mundo totalmente diferente para ela.— Tudo bem, tia, a senhora tem razão.Se ela soubesse como conheci Vanessa, que foi num dos momentos de mais vulnerabilidade da vida dela, o abandono no dia do seu casamento, observo da janela que Nanci, esposa do Nico, está com ela e a bebê filha deles, Vanessa brinca com a criança, espero que elas se dêem bem.Tomo banho rapidamente, vou até onde às duas estão.— Patrão Laerte, boa tarde estou aqui junto da patroa Vanessa, trouxe o meu pequeno para apresentar a patroa.— Ele é tão lindo, parabéns — Digo fazendo um carinho no bebê, é incrível como todos aqui pensam que ela é a minha namorada.— Patrão, quero aproveitar que os dois estão aqui para lhe fazer um convite. Vocês aceitam ser padrinhos do Henrique?Olho para Vanessa, ela me olha assustada, tento encontrar uma resposta para a seguinte pergunta.— Eu e Laerte — Vanessa fala sorrindo sem graça e olhando para mim.— Eu e Vanessa como padrinhos, não esperava Nanci de verdade. — Falo.— Ficarei feliz senhor Laerte, agora que está acompanhado me sentirei honrada se aceitarem.— Eu aceito, você aceita Vanessa?— Sim, aceito.Depois que Nanci sai, ela me olha, ficamos em silêncio.— Laerte não tem nada para me fazer, me sinto entediada, aqui não tem nada para me ocupar.— Você sabe fazer o quê? Veio aqui para descansar e não para trabalhar.— Sou médica dermatologista, fiz várias especialidades e preferi trabalhar como dermato numa clínica que eu tinha.— Se quiser atender o pessoal da comunidade, todos aqui são carentes de um bom atendimento médico. Posso conseguir um local para você atender.Ela ouve tudo atentamente e sai da minha presença, sem responder nada o orgulho dessa garota vai acabar engolindo-a o tempo em que ela passar aqui aprenderá muito. Conviverá com mais gente, pessoas carentes e humildes.Entrei de uma vez no quarto e Laerte estava somente vestido numa calça, mesmo com o susto levado, vi o quanto ele tem um corpo perfeito, másculo, tenho que admitir que ele é lindo, mas é um homem distante e frio.Ficou visível como nós dois ficamos sem jeito na frente um do outro, está difícil lidar com todos os olhares das mulheres deste lugar. Após o jantar subo para o meu quarto e fico em meio aos meus pensamentos até o sono me vencer.Quando acordo, olho o relógio, já são quase dez da manhã, o calor aqui é muito grande, tomei um banho, e quando desço tem uma mesa com um belíssimo café da manhã.— Bom dia, minha princesa, fique a vontade, está tudo quentinho e muito delicioso. — Lurdes fala e abre um sorriso ao me ver.— Fico muito agradecida. — Sento-me ao redor da mesa.Aproveito o meu apetite elevado, e desfruto de toda aquela alimentação exposta na minha frente, penso que vou engordar demais e ao terminar saio para andar um pouco, tudo aqui é tranquilo muito diferente do que eu
O meu coração ficou feliz que Vanessa aceitou a proposta de trabalhar, mas tenho me preocupado por ela passar mal uma vez ou outra. Perdi a minha paciência pelo fato dela ter se iludido tanto por um homem que nunca a amou que só ferrou a vida dela.Vanessa não me contou o que de fato estão cobrando, sinto ela desgastada com esse assunto, ela quer voltar para tentar uma solução no pagamento das suas dívidas.Mesmo sem ela aceitar a minha ajuda, irei, sim, resolver toda a sua situação e durante o trajeto ela vira o rosto para não me ver e quando chegamos a casa ela sobe para o seu quarto, brava e tia Lurdes chega curiosa ao meu lado.— Vocês dois discutiram, meu filho?— Sim, mas não é nada importante. — Falo.— O que Vanessa é sua? No primeiro instante pensei que ela é a sua namorada, vi que não dormem juntos.— Não sei o que somos, tia, ela apareceu! Vou para o meu escritório, fique de olho nela para mim.Entro naquela sala, não posso deixar me levar por Vanessa, será que ela vai embo
Depois da minha fúria com Laerte, tentei me acalmar, não quero mais ser digna de pena de ninguém, penso como irei pagar essas dívidas se não tenho dinheiro, e se eu pedir ajuda a ele, mas no mesmo instante desisto, lembro que só estou aqui porque o meu pai o pediu, não estou conseguindo descansar e tudo isso que estou passando foi só por confiar em alguém cegamente.No dia seguinte pela manhã o arquiteto esta a minha espera acompanhado do Laerte que ao me ver me lança um olhar dos pés a cabeça me apresento ao profissional e Nico nos leva até a casa que passara pela reforma, disse como quero tudo e o arquiteto confirma que me entregará essa casa pronta o mais rápido possível.Ao voltar para casa todos percebem que nos dois estamos afastados, inclusive a tia Lurdes.— Filha, estou vendo que você e Laerte estão se evitando?— É melhor assim tia fiquei um pouco chateada com Laerte, ele não me entende e acabamos nos desentendendo, ele também sumiu, não o vejo saindo e nem chegando.— Ele t
Ao ver Vanessa chegando na arena de rodeio não sei se fico preocupado ou feliz, pelo semblante dela vejo que está brava e mais uma vez tive que me revestir de paciência para tentar conversar com ela.Paciência essa que nem eu, sabia ter tanto, mas o assunto é Rose, discutimos por uma mentira inventada por ela, quando Vanessa diz que fui um homem baixo, tive que falar sério com ela, não tenho tempo e nem disposição para discutir por algo que não falei quando Rose cruzar o meu caminho ela terá que me ouvir.Vanessa foi embora com Nico que depois de um tempo retornou para me ajudar.— Patrão, a dona Vanessa é brava, falei para ela que o senhor é inocente.— Não quero mais saber dessa conversa, com a Vanessa eu me entendo depois.Continuei o meu trabalho normalmente e no caminho para a casa penso em tudo o que aconteceu, queria tanto que Vanessa me conhecesse de verdade para ela ver que jamais fui um idiota com mulher nenhuma, tenho que admitir que ela trouxe emoção a minha pacata e solit
Me senti muito sozinha esses dias em que Laerte viajou, mas a tia Lurdes sempre me acompanhava durante os dias em que ia realizar os atendimentos.Ela sempre fala do Laerte com tanto amor que parece seu filho, mas é como se fosse os pais do Célio e Laerte morreram quando ainda eram crianças. Olho o álbum de fotos da família e como os dois irmãos não são nada iguais, Célio optou por cuidar de todo o patrimônio em outro estado e Laerte optou por viver e cuidar do lugar onde eles viveram os dias mais felizes da vida deles.Aqui é a vida do Laerte, ele morre como um peixe fora d'água se passar muito tempo longe do campo. Tia Lurdes conta que nunca sabe o que se passa na cabeça dele, mas que sabe de uma coisa ele tem um coração gigante.É verdade tudo o que ela fala, cada dia que passa estou mais adaptada na fazenda, todos aqui são muito legais, aprendi até fritar ovo coisa que não sabia fazer, estou desconstruindo a fama de patricinha convicta que tinha, os meus pais sumiram, nunca ligara
Os meus cuidados com Vanessa estão redobrados, tenho medo que ela venha tentar contra a vida do bebê. Só consegui dormir quando ela dormiu também eu como homem que sou e por aquilo que acho correto jamais iria deixar ela sozinha nesse momento.Ao amanhecer abro o olho e Vanessa não está na cama, o susto é grande saio a procura dela pelo quarto e a mesma está no banheiro passando muito mal, ajudo ela levantar.— Laerte, o que você está fazendo aqui?— Te ajudando, você está fraca, tomou os remédios prescritos pelo médico?— Sim, mas não adiantou nada, como é ruim ficar toda hora desse jeito.— Tire o dia para descansar, vai fazer bem tanto para você como para o bebê.Desci até a cozinha e dou ordens a tia Lurdes que prepare o café da Vanessa e leve até ela e o mais importante está atento a cada passo dela, subo para o quarto me arrumar, Vanessa está deitada.— Vanessa tente comer algo, já mandei trazer o seu café aqui, mandei avisar que você não irá atender hoje.Quando ia saindo a tia
Tenho sido mimada de todas as formas por todos dessa casa, Laerte liga a todo instante para casa para saber o que estou fazendo, se estou me sentindo bem, mesmo ele trabalhando muito por conta do rodeio ele fica preocupado por que cogitei em abortar o bebê me olho no espelho levanto a minha blusa e passo a mão no meu ventre chorando lembrando das palavras do Laerte que o bebê não tem culpa de tudo o que me aconteceu, naquele instante um arrependimento toma conta de mim por falar tanta besteira, só tenho que esquecer que o pai do meu filho é Leonardo e a tia Lurdes entra no quarto.— Chorando de novo, Vanessa, estou começando a pensar que você não está feliz por estar esperando um filho do Laerte.— Não é isso tia! É uma insegurança que estou com ela, medo de tudo, Laerte é seguro e corajoso, igual a ele nunca encontrarei tia, vocês dois me acolheram tão bem, nunca invadiram a minha vida, sempre me deixaram a vontade.— Se Laerte te trouxe aqui filha é porque você é especial e ele a am
A noite foi de muita festa e todos ficam admirados com Vanessa ao meu lado, é a primeira vez que apresento uma mulher como a minha esposa para todos, estamos nos aproximando devagar, fiquei feliz por Vanessa vir e se divertir sem sair de perto de mim durante todo o evento, falamos até do casamento, não posso mentir para mim que admiro Vanessa desde a primeira vez que a vi naquela manchete de jornal e de lá até aqui só caio mais e mais nos seus encantos e sabe o que é pior disso tudo é que ela tem somente gratidão por mim.Tento até me manter distante dela, ser indiferente, mas não consigo, e depois da gravidez então quero protegê-la de tudo, e sempre de olho nela, os três dias do rodeio foram um sucesso e ela sempre do meu lado, a sua barriga de grávida já está começando aparecer o que deixa ela mais linda e Nanci nos cobra se vamos ser padrinho.— Patrão quero muito saber se o senhor e a dona Vanessa vão ser padrinhos do meu filho, irei marcar para a próxima semana na capela de pedra