-Será que eu estou bem para encontrá-lo ? Perguntei a mim mesma enquanto retocava a maquiagem no banheiro do escritório.

São vinte para o meio dia e cada minuto que passa, fico mais ansiosa.

Marcamos as 12h aqui no estacionamento do shopping em frente ao prédio que eu trabalho.

-Calma ! Ele nem é tudo isso...

-Fernanda fica na sua que o cara é um Deus grego ! Vê se não vai espantá-lo com essa sua antipatia porque se você não quer, eu quero.

-Será que ele gosta de crianças ? Gosta né.... Ele tem filha.

-Mas pelo amor de Deus, dá para vocês pararem ? O nome que está na certidão de nascimento é o meu ou o de vocês ? O meu certo ? Então me deixem em paz para pensar como eu quiser nele.

-Para né ? Se eu for deixar por sua conta Natalie, você vai deixar esse homem escapar.

-Quer ir no meu lugar Luíza ?

-Lógico que eu quero !

-Mas não vai. Respondi sorrindo e dando uma leve piscadinha para o meu reflexo no espelho.

Quando cheguei no estacionamento ele já estava lá... Sem blazer, só de calça jeans e camisa.

Estacionei do outro lado, pois próximo ao carro dele não tinha vaga.

Meu tesão aumentava a cada passo que eu dava em direção a ele, que me olhava fixamente como se tivesse lendo meus, ou melhor nossos pensamentos.

Quando cheguei ele deu um leve sorriso, antes de desencostar do carro e vir me cumprimentar com um beijo no rosto.

-Boa tarde ! Com todo respeito... Você está linda. Falou me analisando.

"Não precisa respeitar tanto não, a gente te quer". Foi o que a Luíza me fez pensar naquele momento, porém por sorte, não falei isso em voz alta.

-Obrigada ! Você também está muito bonito de azul.

Ele me encarou com desejo, eu percebi.

-Vamos ?

-Sim, vamos. Respondi.

Eu o segui até o local de destino, o funileiro era muito gentil e realmente cobrou super barato... Levando em consideração que são dois carros caros, achei que ficaria um valor muito mais alto.

Lá foi super rápido, marcamos o serviço primeiro no meu carro, para depois o dele, pois segundo o mesmo, eu preciso mais já que ele tem a viatura para usar.

-Pronto... Resolvido esse problema ! Falou ao saírmos do estabelecimento.

-Que bom... Eu estou realmente envergonhada por ter danificado seu carro.

-Imagina... Já te falei que isso acontece.

-Mas você ficou bem bravo na hora que bati. Lembrei.

-Na hora não pensei direito... Além disso, não sei porque, mas não me dei conta de que podia ser mulher que havia batido.

-E qual a diferença ? Sendo homem ou mulher, danificou o seu carro do mesmo jeito...

-Sim, mas sendo mulher o tratamento é mais sutil... Mais delicado.

"Quando for me comer, deixa essa delicadeza de lado."

M*****a Luíza ! Não me dá sossego com esses pensamentos devassos que só ela consegue ter.

-Entendi... Tem razão, nós merecemos esse tratamento mesmo. Falei sorrindo.

-Tenho até as 14h livre... Almoça comigo ? Convidou

Ele mal fez o convite e eu influenciada pela energia sexual da Lú, aceitei na hora.

-Também tenho até às 14h então eu aceito.

-Perfeito ! Tem um restaurante ótimo a 300 metros daqui.

-Vai na frente e eu te sigo, pois não conheço nenhum restaurante desse lado da cidade.

Já dentro do carro, tanto a Fernanda como a Angel estavam em completo silêncio, apenas a Luíza falava descompassadamente sem parar por nem um segundo.

-Quero dar para ele !

-Acabamos de conhecê-lo. Respondi

-Quero conhecer mais profundamente então.

-Você não cansa ? Nunca perde o tesão não ?

-Cansar de que ? Já fez as contas de quanto tempo faz que não transamos ?

-Eu sei quanto tempo faz !

-E acha que eu sou de ferro ? Preciso gozar com língua, com pau... Já estou sem digitais nos dedos.

Eu sorri...ela tem o dom de só falar besteira, mas é muito engraçada.

-Admita meu amor, você também quer dar para ele, esqueceu que eu conheço seus pensamentos ?

-Quero ! Mas eu quero mais que isso... Quero conhecer ele melhor, talvez ficar algumas vezes antes de transar, não quero que ele suma após me comer.

-E quem falou que isso vai acontecer ?

-Não foi o que aconteceu da última vez ?

-Negativo ! A minha intenção com aquele cara era só sexo casual mesmo.

-A sua era, a minha não... E agora para de dar pitaco e fica quieta porque nós chegamos, por favor não me faz passar vergonha.