Valentina achava que depois de tantos meses divorciada que nunca mais veria o ex em seu restaurante favorito e que ele estaria acompanhado pela mulher que ter sido o pivor da separação. E o pior, se aproximar da mesa para cumprimentá-la.- Ora, ora. Parece estar muito bem depois de acabar comigo na audiência de divórcio. - O que foi? Esperava mesmo que eu não usasse dos vídeos enviados para o meu celular pela sua amante?- Você mandou o vídeo para os meus pais.- Ah, mas sua mãe disse que o problema era meu. Que eu só pensava em trabalhar. Como eu poderia ter um bebê? Bem... Eu posso ter um bebê. Foi bem rápido. - Você está grávida? Você fez uma inseminação artificial? - De jeito nenhum, meu bem. Willian, esse é o idiota do meu ex.- O coelhinho de cinco minutos?- Exatamente.- Você está tendo um caso com o advogado?- Não! Estamos noivos, mas eu não irei lhe mandar convite. E pare de dizer para todo mundo que eu o depenei. Você não t
Caramba!Só quem tem um bebê ou já teve um bebê em casa sabe as dificuldades no início da mudança de rotina de pais de primeira viagem.Valentina se afastou do escritório. Precisava cuidar do bebê nascido de sete meses e não tinha mais tempo para nada. Às vezes, via por vídeo como havia ficado alguma das obras que havia projetado entre uma mamada e outra, mas não podia se encontrar a disposição como antes.Já Willian tentava ser o pai presente e o marido perfeito, que apoia e ajuda a mulher durante as mamadas e trocas de fralda, mas durante o dia cochilava durante as reuniões e durante três audiências, irreconhecivelmente, ele esqueceu do que falava.- Dr. Willian, não estou lhe reconhecendo. O que está acontecendo com o senhor?- Eu me tornei pai, Meritíssimo. Minha filhinha não aguentou a monotonia do ventre materno e veio ao mundo dois meses antes. Veja como é linda! Ela tem cara e tamanho de uma prematura? Não. E tem pulmões fortes. Eu não consigo dormir
Valentina chegou no escritório em plena boa forma, com um novo corte de cabelo, unhas feitas e empurrando a bebê simpatia no carrinho sem a babá. Era a visão perfeita da mulher moderna e independente. Todos adoraram o bebê, principalmente porque ela sorria ao ter aquela atenção para ela.- Eu não sabia que estava tão bonita.- Obrigada, Roberto. Eu não me sinto assim, mas obrigada. Eu não tenho saído muito de casa além do roteiro de sempre. - Achei que voltaria a trabalhar. Willian disse que voltaria a trabalhar.- Tínhamos um acordo e ele rompeu. Então...- Que acordo?- Sobre beber depois do trabalho.- Oh, que merda! Poxa! Eu não sabia disso. Ainda bem que não tenho bebido ultimamente senão teria problemas sérios com você.- Por quê não tem bebido?- Estou namorando, Valentina. Willian, não lhe disse? Se tudo der certo, caso no final do ano.- Meus parabéns!- Valentina? Você por aqui?- Eu queria mesmo falar com você. E
Valentina voltou para a cidade com a filha depois de um mês distante de tudo. Estava mais calma, havia alugado um apartamento de três quartos e contratado uma babá para ajudá-la. Assim que ajeitou tudo mandou uma mensagem para avisar a Willian que estavam bem no novo apartamento e que ele poderia ver a menina na casa dos pais dele. A levaria depois do almoço, mas não o queria ver. Falaria apenas com Stella. Buscaria a filha às sete. Nada de telefonemas! Só mensagens."Eu aceito, mas me mande uma foto agora. Estou entrando numa audiência. Ela mandou e lhe desejou boa sorte.Quando viu a menina já eram cinco e meia. Ela o reconheceu e ficou sorrindo o tempo todo. Ele mesmo deu banho nela e quando Valentina chegou a menina não quis deixar o pai.- Valentina, querida, o que quer fazer?- Eu não sei. Eu não estava preparada para isso.- Quer entrar e comer alguma coisa?- Eu não sei. Minha cabeça dói tanto.- Entre, Valentina! Por favor.Val
Stella sorriu e chegou a bater palmas quando os viu descer juntos como uma família. Foi a vez do pai de Willian chorar. Abraçando Valentina que considerava ser a sua nora há muito tempo e lhe dando dois beijos no rosto como sempre fazia quando estava feliz.- Stella, ligue para o escritório. Eu não vou. Vou ficar com a minha família. - Ora, isto é um milagre!- Quero aproveitar a minha netinha.- Bôbô!- Sim, meu amor! Sou seu vovôzinho. Você é a princesa do vovô. Dois meninos da Elizabeth e uma menina do Willian.- Por enquanto.- Nem comece com isso, Willian. Victoria não tem nem um ano.- Eu sei, mas seria bom pensarmos que a nossa idade não vai nos ajudar a vida toda.- Vou pensar, mas não vou querer passar por isso sozinha. Vou querer tudo o que tenho direito. Uma babá para Victoria e uma enfermeira para mim.- Uau! Valentina já aceitou a ideia?- Só para deixar o jogo empatado com Elizabeth. Dois a dois.- Então está ferrada, Valentina. Eu estou grávida novamente. Vai ter que c
Willian riu da quantidade de caixas e sacolas espalhadas na sala. Victoria brincava no cercadinho brincando com os seus bichinhos, mas ele ficou apreensivo quando viu Valentina tricotando no sofá. - O que houve, Valentina?- Encontrei a Hellen.- Ela está bem. Eu nunca mais a vi desde a última vez.- Quando foi foi isso exatamente?- Eu não faço ideia. Você tinha ido embora. Fiquei mal e saímos durante um tempo.- Sexo?- Algumas vezes.- Seria possivel vocês terem um filho?- Bem, eu sempre me protegi.- Como ela ficou grávida daquele bebê? - Não era meu filho, Valentina. Era de outro cara. Eu nunca transei com alguém sem usar preservativo. Você é a única com quem fui tão relaxado.- Mesmo assim, quando foi a última vez que saiu com ela?- Caramba! Quando você foi embora, eu fiquei muito mal e saímos por algum tempo.- Sexo?- Algumas vezes. Eu sempre me senti muito à vontade com a Hellen.- É, eu sei. Eu me lembro muito bem de como ficava à vontade com a Hellen.- Então você tem c
Apesar de Valentina se mostrar confortável com a paternidade de Willian recém descoberta de um garoto de quase quinze anos, algo a incomodava. Eles estavam bem, o menino a tratava bem, o menino gostava da irmãzinha e ria com Valentina ao imaginar a nova bebê, entretanto o excesso de amabilidade de Hellen a fazia ver aquilo como falso.- Eu não sei o que dizer. Ela jurou que o menino não era o seu filho e depois aceita jantar tão facilmente quando seria impossível negar a paternidade? Algo não bate.- Você me disse que não se importava, Val.- Eu falei algo sobre o Eric? Eu não estou falando sobre o Eric. Gosto dele. Muito. Ele é um ótimo menino. O meu problema é Hellen.- Olha, trata-se de um pacote.- Você é burro ou teimoso? Eu estou na dúvida. - Está com ciúme. Eu entendo.- A presença dela me sufoca um pouco. É como se ela estivesse preparando algo.- Está insegura?- Vou desenhar para ver se entende. Você sempre disse que usou pres
Eric era um menino encantador, mas parecia estar aborrecido com algo. Talvez por imaginar como havia sido concebido ou estava com medo da reação dos avós e de sua tia ao vê-lo. - Eu quero que você tenha um pouco de paciência com os seus avós. Eles gostam das coisas bem organizadas e a sua chegada na família tumultuou as coisas.- Eles não gostam da minha mãe. - Eles a odeiam agora. Tem que entender que sua mãe foi desleal. Eu sempre que ela era a pessoa mais confiável ao meu lado e agora percebo que ela era alguém mais próxima da pessoa que a minha mãe enxergava. Foi uma decepção. - Ela nunca falou sobre a gravidez?- Não comigo.- Você nunca imaginou que poderia ser pai de alguém? - Não. Eu sempre usei proteção. Sempre. Sempre tive o cuidado para nunca ficar bêbado demais para não saber o que estava acontecendo. E quando a Valentina resolver que já tivemos todos os filhos deste mundo, farei uma vasectomia.- Como a minha mãe ficou grávida? <