Ao dizer isso, Mariana lançou um olhar para Lucas.Ele a encarou com um traço de culpa no olhar. — Na época, eu enxerguei tudo apenas pela ótica de um empresário...Mariana disse: — Não vou opinar sobre questões de negócios.— Não, a culpa foi minha por não ter pensado direito. — Lucas disse: — Se fosse hoje, eu veria de outra forma. Luísa é sua amiga, eu não só desistiria da aquisição, como também ajudaria a família dela a superar a crise.Mariana sorriu de leve. — Então eu deveria te agradecer por isso?Lucas ficou um pouco sem jeito, mas ainda assim disse: — Na verdade, eu já tinha falado com Luísa. Se a família dela quiser voltar a fazer negócios, posso ajudar.— Eu também perguntei a ela, mas disse que os pais estão bem tranquilos na cidade natal. Depois de tantos anos de trabalho, agora finalmente conseguem aproveitar a vida. Acho que foi o melhor para eles.— De qualquer forma, eu ainda me sinto culpado...— Sua culpa vem de mim. Se você insistir em ajudar Luísa, ela só vai se s
Mariana não sabia a qual pergunta Lucas se referia. Quando estava prestes a perguntar, ele empurrou a caixa em seus braços e se virou para ir embora.Instintivamente, Mariana segurou a caixa, observando as costas altas e imponentes de Lucas, sentindo, de forma inexplicável, uma sensação de melancolia.Ela balançou a cabeça, tentando afastar seus pensamentos confusos, e olhou para a caixa em suas mãos.Era uma embalagem de presente, não muito grande, mas pesava consideravelmente.Mariana abriu a caixa e, ao ver o que estava dentro, ficou completamente atônita.Dentro da caixa havia uma pequena escultura de madeira, com cabelo curto e traços que mostravam uma expressão marcante. Embora fosse um pouco rústica, tinha um charme inegável.Mariana olhou para o objeto nas mãos, incrédula, passando suavemente os dedos sobre ele.Não sabia quanto tempo se passou, até que seu coração deu um salto forte. Ela virou a escultura, a examinando e cima a baixo, e finalmente, na base, encontrou uma inscr
Com ele por perto, Mariana não precisava se preocupar com sua segurança.Então, se ela queria beber, ele a deixava à vontade para isso.Mariana sabia muito bem que, com Matheus ao seu lado, ela poderia se permitir se embriagar uma vez.Desde que voltou ao país, ela já esperava ter algum tipo de contato com Lucas.Mas não imaginava que, após cinco anos, ele ainda não tivesse superado o passado.Em vez disso, a insistência dele em a conquistar só aumentou.Para ser sincera, a mudança dele foi bastante marcante.Lucas de agora estava completamente diferente do que ela conhecia.Mas esse novo Lucas era totalmente desconhecido para Mariana.Desde pequena, ela nunca tinha visto um Lucas tão gentil com ela.E ainda tinha aquele pensamento: se Lucas sempre tivesse sido apaixonado por ela, então esses anos todos de vida dela não passariam de uma piada.Uma piada...Mariana tomou mais um gole de bebida.Ela sempre teve baixa resistência ao álcool e, até então, raramente bebia.Dessa vez, queria
Quando Mariana acordou, já era bem de manhã.Ela ficou deitada na cama por um tempo, em silêncio, até finalmente se levantar para se arrumar.O Carnaval estava chegando, e seria o primeiro Carnaval de Diego no país.Mariana queria organizar tudo no trabalho o mais rápido possível, para poder aproveitar e mostrar para ele as tradições desse feriado.Mas a situação complicava, pois Luísa iria viajar. Ela tinha que sair para participar de um concurso internacional de design de moda que começaria em poucos dias.Luísa pegaria o voo da tarde, precisando chegar mais cedo para conversar com os modelos sobre alguns detalhes.Camila já tinha chegado pela manhã. Mariana ia para o instituto, então ela ficaria em casa tomando conta de Didi, enquanto Luísa arrumava suas malas.Mariana saiu de casa e parou em frente ao elevador, olhando para a porta fechada ao lado.Depois que lhe deu a escultura em madeira, Lucas não entrou em contato mais.Nem se encontraram, nem trocaram mensagens.Parecia que el
Não se podia negar, os filhos da Família Nunes realmente tinham muito em comum, até nas ideias.Mariana voltou a si e, então, disse: — Desculpe, eu não gosto de você. Não é possível agora, e nunca será. Todos estamos muito ocupados, então, Sr. Pablo, não perca mais tempo comigo.Depois de falar, ela se virou e foi embora. Foi como se Pablo tivesse levado um tapa público.Ele nunca havia se interessado por nenhuma garota de forma tão direta, achava que seria algo simples, mas não esperava que Mariana fosse tão difícil de lidar.Quando Lucas soube, correu até o local e acabou se encontrando com Mariana bem na porta do refeitório.Ele a olhou de cima a baixo, se certificou de que ela estava bem, e perguntou: — Pablo te incomodou de novo?Ao ver Lucas, Mariana foi tomada pela lembrança da escultura de madeira e pelas inúmeras dúvidas que ainda a atormentavam. Quando o viu com aquele semblante tranquilo, como se nada tivesse acontecido, a irritação dela só aumentou.Ela não disse nada, apen
Mariana levantou a mão e enxugou as lágrimas.Ela se desprezava por ser assim.Mas, no fundo, sabia que questões de coração não eram algo que ela pudesse controlar.Ela achava que havia se tornado alguém imune, com o coração em paz, sem nenhuma turbulência.Mas quando ela viu a escultura em madeira, sua defesa finalmente cedeu.Ela até poderia aceitar que Luca não a amasse.Mas o que ela não conseguia suportar era saber que ele, que a amou por tanto tempo, nunca teve a coragem de dizer isso a ela.Ela empurrou Lucas para longe, sem derramar uma lágrima, apenas com os olhos vermelhos.Ela balançou a cabeça: — Não há mais nada a dizer, não quero ouvir. Tenho que trabalhar, Sr. Lucas, fique à vontade.Dizendo isso, ela tentou sair, mas Lucas a segurou novamente.Sua voz estava cheia de urgência, como se sentisse que, se não a segurasse agora, nunca mais teria outra chance.— Talvez você ache isso uma loucura, mas, desde que me lembro, eu sempre gostei de você.— Talvez foi aos três, talve
— É, nós estávamos casados há três anos. — Mariana forçou um sorriso amargo: — Mas eu nunca senti o seu amor...— Isso é porque... — Lucas disse com uma dor evidente no rosto: — Eu sempre achei que você amava outra pessoa. Achei que você casou comigo por obrigação. Naquela época, eu também lutei, não sabia se deveria casar com você. Mas eu realmente não consegui resistir. Mesmo que você não me amasse, eu queria... que você ficasse ao meu lado...Desde o início, Lucas só amou Mariana.Até a tal de Gisela, além de um débito de gratidão, foi mais um capricho de Lucas, uma reação impulsiva por raiva.Se Mariana nunca o amasse de verdade, então ele também não precisava a amar.Mas, no fim, a dignidade e o orgulho acabaram com ele.Se ele tivesse usado um coração sincero com Mariana, não seriam três anos de sofrimento. Talvez, em apenas um ano, ele poderia ter explicado tudo e os dois teriam construído uma vida feliz juntos.Mas o destino foi cruel.Três anos de casamento, e o que conseguira
Lucas percebeu que havia uma mudança no tom de suas palavras e se encheu de alegria. Ele sorriu: — Eu sei, Mariana. Vou te mostrar a minha sinceridade!Mariana continuou: — Eu já estive tão submissa que me senti como se estivesse no fundo do abismo, mas no final, o resultado não foi satisfatório. Lucas, o amor verdadeiro é aquele que dura, onde ambos se entendem e se completam. Não é sobre um se humilhar diante do outro, sendo submisso e inferior.Lucas a olhou, os olhos cheios de ternura e carinho: — Eu entendo.Mariana terminou de falar e saiu pela porta.Lucas a seguiu de perto, observando a silhueta dela se afastando, e sentiu que, finalmente, seu coração gelado havia começado a sentir algo.Talvez ainda houvesse uma chance.Ele tentou esconder a alegria que brotava em seu peito e pensou em Pablo.Pablo!O que ele quer?Luca nunca teve coragem de dar flores para Mariana ou se declarar em público, e Pablo conseguiu fazer isso?Como ele conseguiu fazer isso, hein?No mesmo dia, Pablo