Ele terminou de falar e olhou para Mariana:— Vai lá ficar com o Didi. Falo com ele.Mariana, que não queria ter mais conflitos com Lucas, não hesitou e voltou para dentro da casa.Simão fechou a porta, apertou os punhos e encarou Lucas com provocação:— Por que você vive atrás da minha namorada? Qual é o seu problema?Lucas o olhou friamente:— Vocês dois não combinam.Simão levantou uma sobrancelha:— Ah, não? E você acha que é o par perfeito pra ela? Sou mais novo, mais dedicado, não fico pulando de galho em galho e, ao contrário de você, nunca machucaria ela. De onde vem essa sua confiança absurda de que é melhor que eu?— Isso é entre mim e ela. Não tenho que te explicar nada.— Não precisa explicar por que não tem argumento, né? Já tá encurralado e sem saída. Pois é, Lucas, sabe como é, quando a pessoa envelhece, a cara e a vergonha desaparecem juntas.— Não se empolgue demais, Simão. Mariana nunca se interessaria por alguém como você.— Tá enganado, Lucas. Ela gosta, sim e muito
Mariana olhou para o rosto de Simão, onde já dava para ver o inchaço avermelhado. Ela suspirou:— Ele não devia ter batido! Está doendo muito?Simão respondeu, com os olhos cheios de lágrimas: — Muito... tá doendo demais...Lucas, que estava ali do lado, cerrou os punhos. Ele nem sabia exatamente o porquê, mas aquele jeito de Simão o irritava profundamente, e tudo o que ele queria era bater nele de novo.Mariana disse enquanto segurava Simão:— Sr. Lucas, Vou falar pela última vez: espero que você fique longe da minha vida de agora em diante. O Simão disse que vai deixar passar dessa vez, então eu não vou levar isso adiante. Mas se acontecer de novo, eu chamo a polícia, entendeu?Mariana falou com firmeza, antes de ajudar Simão a entrar na casa. Os dois deram alguns passos e pararam de repente.Diego estava de pé na entrada, com o rosto sério. Ele já tinha acordado e, pelo visto, ouviu parte da conversa.Mariana disse apressada:— Didi, entra.Diego falou com um tom calmo, mas firme:
Jaime massageou a têmpora e disse:— Eu já te avisei antes, agora que ela tem namorado e até filho, o que você está tentando fazer? Se meter na vida deles assim? Está querendo ser amante?— Eu sei... mas eu gosto dela, não consigo controlar isso.— Se você conseguir controlar, então você é humano. E se não conseguir, então é um animal. Não pode simplesmente deixar uma pessoa boa de lado e se tornar um animal.— Pelo menos, ser um animal não dói tanto.Jaime ficou sem palavras:— Se for pra falar assim, então não tem mais o que discutir.Lucas contou a situação na época e comentou:— Esse homem realmente não é adequado para ela!— Ela já tem filho, você continuar falando isso, qual é o propósito?— Ele é um coração vazio, traiçoeiro. Como a Mariana vai ficar com alguém assim? Mesmo não gostando dela, não posso deixar ela se meter com alguém tão sem caráter!Jaime suspirou:— Já pensou que, aos olhos dos outros, você tentar destruir o relacionamento dos outros também é ter um caráter rui
Mariana abaixou as pestanas, escondendo as emoções em seu olhar.Lucas não podia ver, mas pensava que, provavelmente, aquele olhar ainda era indiferente.Ele continuou:— Eu só quero saber, se ainda há chance de... sermos amigos.Mariana ficou alguns segundos parada, antes de balançar a cabeça.Lucas falou com dor:— Eu sei que meu pedido é rude, mas, se eu não fizer isso, não vou conseguir desistir de te perseguir.Mariana o encarou:— Ou seja, se eu não aceitar ser sua amiga, você vai continuar me perseguindo? Você tá me forçando?As palavras de Lucas fizeram ela lembrar de Fernando. Naquela época, Fernando também disse algo parecido.Será que todo homem pensa assim? Quando não consegue conquistar, tenta ser amigo?Lucas a olhou:— Não. Só espero que, Mari... você tenha um pouco de piedade de mim.Seus olhos estavam vermelhos, com olheiras profundas, claramente devido à falta de sono.Mariana desviou o olhar, não queria mais olhar para ele:— Por que tá fazendo isso?Lucas ainda a ol
Na escuridão, Lucas abraçou Mariana, pressionando-a contra a parede do elevador, enquanto ele próprio ficava do lado de fora, usando seu corpo como um escudo para protegê-la.Então, ele estendeu a mão e apertou rapidamente alguns botões no painel do elevador.Parecia que passou muito tempo, mas, na verdade, foi apenas um instante.O elevador continuava caindo, e Mariana logo voltou a si.Quando ela se deu conta, percebeu que, em algum momento, já estava abraçada fortemente à cintura fina de Lucas.— Não tenha medo.— Estou aqui.— Fica bem perto de mim.Mariana estava com os pés fora do chão, sentindo seu coração bater acelerado.Não sabia quando o elevador pararia, nem o que aconteceria com a queda... mas as palavras de Lucas estavam bem ao seu ouvido.Ela podia até ouvir sua respiração e o som do seu coração batendo.Nesse espaço pequeno e escuro, ela deveria sentir medo, mas naquele momento, abraçada a Lucas, ela sentia a tensão e o pânico desaparecerem, se acalmando aos poucos.— L
Do lado de fora, estava um pouco barulhento.Mas para duas pessoas que acabaram de passar por um momento de vida ou morte, esse barulho só parecia mais vivo.Era como se os sons as ajudassem a relaxar e a se sentir seguras.Mariana falou:— Já passou, me solta...Lucas a ergueu um pouco mais:— Não dá. Assim é mais seguro.— Mas...Mariana não se atrevia a se mover. E Lucas também ficou em silêncio.No espaço apertado, parecia que a temperatura de repente tinha subido.Mariana sentiu que sua temperatura também estava subindo:— Lucas... me solta...— Mari...No escuro, os dois não podiam se ver. Mas Mariana conseguia ouvir a respiração de Lucas.Pesada e irregular, como se ele estivesse tentando controlá-la, mas não estava funcionando muito bem.Para Mariana, aquele som era o tipo que fazia qualquer mulher ficar com o rosto corado e o coração acelerado.— Me solta...Quando Mariana falou, percebeu que sua própria voz tinha saído um pouco diferente. Era que a posição deles estava muito
Simão estava quase em pânico, abraçando-a com força até se acalmar um pouco:— Mari! Você tá bem?Mariana deu uma tapinha nas costas dele:— Tudo bem.Lucas estava ali ao lado, com um olhar cheio de dor. O que aconteceu foi que, momentos atrás, ele a havia segurado em seus braços. Mas agora, outro homem podia abraçá-la de maneira legítima e confortá-la.Lucas apertou as mãos em punho, controlando a dor e os ciúmes que se agitavam dentro de si.Ele já foi, legalmente, o marido de Mariana. E Tinha todo o direito de estar ao lado dela, sem questionamentos.Mas ele foi quem destruiu tudo isso.Mariana empurrou Simão e perguntou:— Como você chegou aqui? E o Didi?— Didi disse que você já estava quase terminando, então veio procurar você. Quando ele adormeceu no carro, eu desci pra ver, e não é que ouvi que alguém estava preso no elevador.Vendo os olhos de Simão vermelhos, Mariana tentou acalmá-lo:— Tô bem. Desculpa por te preocupar.— Só de saber que você tá bem, já fico tranquilo.Depo
Jaime suspirou:— Vocês, hein... Nem sei mais se devo me envolver em um relacionamento.Primeiro era Pedro, que ficou obcecado pela esposa do amigo, e fez tantas coisas para dividir a amizade deles.Agora era Lucas, cego de coração e mente, com a mulher que amava ao seu lado, mas não conseguiu perceber nada durante mais de três anos de casamento.De qualquer forma, o que aconteceu com os dois fez com que Jaime se sentisse desiludido com o amor.Os dois conversaram por um tempo, e Lucas se levantou:— Vou lá dar um oi para a Luísa.Jaime não conseguiu evitar:— Você ainda vai lá?Lucas fez que sim com a cabeça e foi em direção à porta.Preocupado que algo de ruim pudesse acontecer entre Lucas e Luísa, Jaime acabou o seguindo.Quando saíram, levantaram os olhos e viram uma cena inesperada: a garota que estava sentada à frente de Luísa pegou o copo na mesa e jogou a bebida no rosto dela.A voz da garota foi afiada e desagradável:— Se faça de pura, né! Você acha que ainda é a filha mimada