Agora, ela finalmente percebeu que as pessoas sempre eram inclinadas a favorecer certos sentimentos.Se soubesse antes que Paulo estaria em perigo, com certeza não teria vindo até aqui.Este lugar estava em meio a uma guerra interminável, com o povo sofrendo, mas, no fim das contas, o que isso tinha a ver com ela?Foi o governo incapaz, exércitos fracos, que não conseguiram proteger os civis.Se ela estivesse aqui por causa dos compatriotas, se colocando em risco, aceitaria qualquer consequência como sendo um sacrifício inevitável.Mas se Paulo realmente perdesse a vida neste lugar, Mariana nunca se perdoaria.Ela sempre repetia a mesma coisa: era uma médica sem fronteiras, guiada pela compaixão, salvando vidas e aliviando sofrimentos, algo que até fazia sentido.Mas isso não era desculpa para ela agir por impulso e colocar Paulo em risco.Ela não deveria ser tão impulsiva.Agora, ao ver Paulo a salvo, seu alívio se misturou com um medo profundo.Lucas segurava Paulo com firmeza, e ela
Mariana olhou para ele, surpresa: — O que eu decido fazer, se volto ou não, o que tem a ver com você?Lucas cerrou os dentes: — Você quer me matar de raiva, é?Mariana balançou a cabeça: — Não quero ficar com rodeios, e tudo o que precisávamos esclarecer já foi dito. Lucas, eu já falei que não me arrependo, e você também disse que, daqui para frente, não teríamos mais nada a ver um com o outro. Agora, o que você quer?— Eu não falei isso.— Mas foi isso que você quis dizer.Lucas franziu a testa: — E se eu pedir desculpas?— Não precisa. — Mariana sorriu. — Lucas, não se diminua. A vida é curta, setenta ou oitenta anos no máximo. O melhor é viver de acordo com o que a gente quer, não acha?Ela já estava virando para ir embora quando Lucas a segurou pelo braço: — Desculpa.Mariana parou surpresa.Após o divórcio, Lucas parecia ter enlouquecido em alguns momentos, já tinha se desculpado.Mas cada vez parecia algo forçado, como se fosse um favor, e isso a incomodava.Desta vez, no entanto
O departamento de internação do hospital de fronteira foi parcialmente destruído, e a maioria das vítimas eram profissionais de saúde.Com isso, os recursos médicos ficaram ainda mais escassos.Mariana havia prometido a si mesma que partiria, mas ao ver os feridos em fila para as cirurgias, ela não conseguia simplesmente ir embora.Por sorte, soube que Paulo havia retornado ao país em segurança.Agora, mesmo com o perigo à vista, ela não temia mais nada.O que ela não imaginava era que, embora não tivesse partido, Lucas também não a pressionou mais a ir.No entanto, ele também não foi embora.Quando Mariana estava realizando cirurgias, ele sumia.Assim que ela parava, ele aparecia.Ou forçava ela a comer, ou insistia para que descansasse um pouco.Antes, Mariana conseguia se revezar com os outros, mas agora, com menos médicos, todos estavam trabalhando sem parar.Quando estava cansada, ela apenas fechava os olhos por alguns minutos na sala de plantão.Lucas observava, impotente, enquan
Quem imaginaria que Lucas ainda estaria por aqui, insistindo em aparecer de novo?Pelo tom de sua voz, não parecia que ele voltaria ao país tão cedo.Com o tempo, Pedro também não teria mais motivos para permanecer.Lucas não foi tolo. Este projeto, desde o início, já não trazia grandes lucros. Paulo podia tentar enganar os outros acionistas com promessas extravagantes, mas não a Lucas.Ele atravessou oceanos, correndo o risco de fracasso e perdas, para quê em um país tão insignificante?A resposta foi evidente.Portanto, o tempo restante para Pedro foi curto. Se Lucas decidisse permanecer, ele ainda teria alguma chance?Ao mesmo tempo, Felipe também recebeu a notícia.Ao saber de tudo o que havia acontecido na fronteira, seus olhos brilhavam com uma intensidade cortante.Por que Lucas não morreu sob aqueles escombros do prédio desabado?Se ele tivesse morrido, todos os problemas se resolveriam de imediato.Além disso, seu falecimento teria ocorrido em um país em caos, onde a Família O
Mariana agradeceu brevemente, e Lucas puxou a cadeira para ela.Mariana lhe lançou um olhar.Lucas ergueu uma sobrancelha: — Você não disse que eu devia a respeitar? E aí, tá bom assim?Mariana sorriu, balançou a cabeça e se sentou.Os dois estavam famintos e Mariana não queria conversar, então a refeição transcorreu em silêncio.Depois de saciados, eles foram para a sala.— Vamos conversar um pouco? — Mariana perguntou. — Quando você volta para o país?— Já lhe disse, não vou voltar tão cedo.Mariana perguntou: — Então, o que está fazendo aqui?— Achei que você já tinha entendido.Mariana não disse nada.Lucas se aproximou dela: — Mariana, eu sei, você ainda está brava comigo. Muitas coisas que aconteceram foram, de fato, culpa minha. Eu lhe peço desculpas, me perdoe. Espero que você possa me perdoar.— Não quero mais falar sobre o passado. — Disse Mariana. — Você já se desculpou, e eu aceitei. Agora estamos quites.— Então posso tentar reconquistar você?Mariana achou que tinha ouvid
— Claro que sei! — Lucas respondeu, já mais impaciente. — Mas eu nem comecei ainda, e você já me rejeitou?Mariana disse: respondeu: — Então, comece.Lucas ficou surpreso.A atitude inesperada de Mariana o deixou sem saber como reagir.Ele só conseguiu dizer: — Então, amanhã nós...— Eu recuso. — Mariana sorriu ao olhar para ele. — Sr. Lucas, posso ir agora?— Mariana!Agora estava claro que Mariana estava apenas brincando com ele.Lucas ficou tão irritado que quase perdeu a compostura: — Você está indo longe demais!Mariana olhou para ele: — Para conquistar alguém, tem que demonstrar determinação. Um obstáculo tão pequeno e o Sr. Lucas já está à beira de um ataque? É isso que você chama de amor? Francamente, não parece nada impressionante.Já sabia que Mariana tinha a língua afiada, mas hoje estava provando mais uma vez a força das palavras dela.Ao ver os lábios dela se movendo, tudo o que ele queria era calar aquela boca com um beijo que a deixasse incapaz de dizer, apenas murmurar
Mariana seguiu em frente, sem sequer olhar para trás.Lucas caminhava ao lado dela, insistente: — Vou a acompanhar. A segurança aqui não é como no nosso país. Estou preocupado que você vá sozinha.Durante o trajeto, Mariana quase não disse uma palavra.Lucas sempre foi adorado e cercado por atenção, acostumado a ocupar posições de prestígio, sem experiência em se humilhar ou se rebaixar.Ela permaneceu em silêncio, enquanto ele tentava puxar alguns assuntos, mas Mariana não dava nenhuma resposta. Lucas lutava para controlar sua irritação.Quando chegaram ao instituto e Mariana se preparava para entrar, ele a puxou bruscamente: — Pelo menos me dá alguma resposta.Mariana olhou para ele, calma e firme: — Eu já disse, eu rejeito. Sr. Lucas, volte para o país e pare de desperdiçar seu tempo comigo.Lucas franziu a testa, com a expressão de quem não acreditava no que ouvia.Mas segurou a raiva que crescia dentro dele. — Você só quer curtir a sensação de ser perseguida, né? Eu entendo. As me
Ela terminou a ligação e desligou.Lucas ficou alguns segundos atordoado, ainda achando que seu ouvido estava com algum problema.Ele não tinha ouvido errado, certo?O que Mariana acabou de dizer?Mandou ele… se afastar dela?Como ela ousa!Ele foi tão sincero, pediu desculpas de verdade e até disse que queria cortejar ela, e ela ainda não confia nele?Ainda por cima, fez essa brincadeira com ele?Imediatamente, ele ligou novamente.Mariana atendeu e perguntou:— Ainda tem algo, ou será que o Sr. Lucas não entendeu o que eu disse?— Mariana, não estou brincando com você. — Lucas falou. — Eu estou falando sério quando digo que quero te cortejar, espero que me dê uma chance. Mas não exagere, cometi erros antes, mas não posso aceitar esse tipo de insulto.— O Sr. Lucas acha que eu o insultei? — Mariana respondeu. — Se você pensa assim, não posso fazer nada. Já que o Sr. Lucas não pode aceitar, basta não me cortejar.— Você!Mariana estava com a postura de uma mulher superficial, e Lucas f