Ela tinha mentido. Mentiu sobre a sua gravidez apenas para ver qual seria a minha reação? Não teria criança... isso me fez sentir estranho pra caramba, pois já tinha decidido que haveria uma criança e ela estava com raiva de mim por não ter ficado em êxtase e ainda me disse que era mentira.“Bem, já terminamos, tenho coisas para fazer”, ela respondeu, parecendo derrotada. Franzindo a testa, eu a olhei. Parecia que tinha muito mais coisas do que isso... “Valerie… você quer ter um filho?”. Eu perguntei baixinho. Ela fez uma pausa, seus olhos brilhando de dor enquanto olhava para baixo. Seu coração estava acelerado e percebi o sinal revelador de seu lábio tremendo. “Tenho trinta e cinco anos... sim, um dia terei”.“Tem mais coisas além disso, eu sei”, afirmei calmamente, sabia que tinha. Ela me olhou, seus olhos brilhando com lágrimas. "Eu fiquei grávida uma vez... logo no primeiro encontro com Jai... o dia em que ele formalizou foi quando descobri... e alguns dias depois eu abo
VALERIE. “Seu pai está aqui?”, perguntei a Zaia, enquanto abraçava a pequena Kaia. Deusa, Zaia e Sebastian tinham as crianças mais fofas que conhecia. Ela chupava os dedos, então tirei a mão da sua boca e sorri para ela, batendo em suas bochechas suculentas."Sim, ele está com Shelby”, ela disse calmamente. Claro, eles estavam juntos há algum tempo, mas desde que ficou doente Shelby estava com o filho, pois Hugh frequentemente lidava com o trabalho. “Achei que ele não estaria por perto por causa de Zade”, comentei suavemente. Ainda era uma situação delicada e nem eu tinha certeza de como as coisas aconteceriam se eles se cruzassem agora.Zaia sorriu tristemente. “E isso...não quero forçar Zade a enfrentar mais do que ele quer”. Ela suspirou suavemente. “Acho que irei avisá-lo de que Hugh está aqui, caso ele mesmo descubra”. "Essa é uma boa ideia". Zaia assentiu. “Mas papai está tentando ficar fora do caminho dele”.Eu sorri. "Obrigada". Ficamos em silêncio e eu suspire
“Senti sua falta, tia!”, ela disse, me abraçando. "Ownn, querida, também senti a sua falta!". Ela sorriu antes de olhar para o chá. “Fiz também para o vovô e a vovó. Não vi tio Atticus e nem papai, então não fiz para eles.“Seu pai estava lidando com Xander e não sei por onde Zion tem andado”, Zaia respondeu. “Mas tenho certeza de que vovô e vovó gostarão muito disso”. "Eles gostarão", ela respondeu com um sorriso e um aceno de cabeça. “Ela pode comer um biscoito?”, perguntei a Zaia enquanto Kaia olhava para o prato.“Sim, Kaia adora esses”, ela me respondeu, pegando um biscoito que kaia imediatamente o agarrou, colocando-o na boca. “Então, me diga, Sia, como vai a escola?”, perguntei. Ela prontamente respondeu. "Está tudo tranquilo. Estou gostando, fui classificada nas finais de patinação no gelo e selecionada para as regionais que acontecerão daqui há dois meses”. Ela sorriu.“Ah, isso é incrível! Eu e sua mãe não conseguimos patinar no gelo por nada! E aqui está você,
ZADE. A confusão tomou conta de mim ao olhar para o homem mais velho que estava na minha frente. Por que ele estaria aqui? Deveria me virar e ir embora? Havia crianças ali e Valerie estava gritando, mas ela parecia estar bem. Mesmo assim, eu me virei para ela que se aproximava de mim. “Zade...”. "Por que está gritando?". Perguntei baixinho enquanto ela colocava uma mão no meu peito, segurando uma caneca de chá na outra, com preocupação clara em seu rosto.“Você está…”, ela parou. “A Triqueta curou Sia. A medicação poderá não ajudar Shelby e Ada, mas talvez se pudermos canalizar o que curou Sia, isso poderia curá-las…”, ela parou ao se deparar com o silêncio. “Zaia tentou isso algumas vezes, mas não há mal nenhum em tentarmos juntos”, Sebastian falou, subindo as escadas, a ‘Ameaça’ estava logo atrás dele, seus olhos penetrantes fixos em mim novamente.“É o ciclope caolho!”, a ‘Ameaça’ disse apontando para mim e ganhando uma carranca de Sebastian. “Xander”, ele avisou.
Eu pude ouvi-los conversando de onde estava, pois em algum lugar, uma das janelas estava aberta, mas continuei fumando meu cigarro. "…Juntando-se a nós?". A voz fraca de Zaia chegou até mim. “Não”, era a voz de Valerie."Oh…". “Desculpe”, a voz calma de Valerie se dispersou pela janela. “Não se preocupe. Ele tem todo o direito de fazer o que considera melhor para ele”, Hugh respondeu.Ele poderia estar morto...e Jai estar vivo e com Valerie... afastei o pensamento intrometido. Vê-lo trouxe essas memórias sobre vingança de volta. E se eu o tivesse matado naquele dia? Sem saber a verdade, se eu o matasse, teria me arrependido?Mas, de novo eu fiz o suficiente para alimentar os demônios em minha mente. "Pai, está tudo bem?", Zaia perguntou.“Sim, porém, a vida é curta... e então, com a sua bênção e claro, com a de Atticus... quero pedir Shelby em casamento”, era a voz de Hugh. “Quer dizer, tive essa conversa com você, Atticus, há algum tempo, mas espero que ainda esteja de
ZADE. Já era bem tarde da noite, os três filhos mais velhos de Sebastian e Zaia já tinham ido para a cama e isso me deixou aliviado. Por alguma razão, a ‘Ameaça’ se recusou a parar de me olhar a noite toda. O mais velho, Zion, era bastante maduro para sua idade e cresceu muito desde a última vez que o vi. Sia, ela era decente e tentou afastar a ‘Ameaça’ de mim, ainda que tenha falhado.A mais nova, Kaia, tinha menos de um ano e andava agarrada às coisas, mas ainda não ficava sozinha. Ela continuou chorando quando me viu pela primeira vez e a ‘Ameaça’, claro, teve que dar sua opinião. 'Ela está com medo do seu rosto. Você sabe que seus olhos são estranhos?’.Ainda podia ouvi-lo reclamando de seu quarto que não queria dormir."Mas, por que?". "Xander, por favor, mamãe está um pouco cansada agora". "Então, mamãe, vá para a cama, Xander não está cansado".Aquele garoto… “Ele é uma criança difícil! Ele nem tem medo de você”. Valerie ria, olhando para Sebastian que estava traba
Ficamos em silêncio, refletindo sobre essas palavras. “Mas temos que tentar, por seus entes queridos, por Adriana, por Atticus, por Linette e por Hugh”, disse Valerie colocando Kaia no meu colo e olhando para mim. Atticus olhou para cima, balançando a cabeça devagar antes de desviar o olhar, suspirando pesadamente.“É rude ficar olhando”, disse baixinho, prestes a colocá-la de volta no colo de Valerie, mas ela agarrou meu braço e ficou de pé no meu colo. Instintivamente, segurei seu corpinho enquanto ela cambaleava para ficar em pé na minha coxa. “Ela vai cair”, avisei as duas mulheres, que sorriam divertidas. “Ela não vai”, disse Zaia com confiança.“Certo...”, 'pegue-a', acrescentei a Valerie no momento em que Kaia decidiu me dar um beijo babado de boca aberta bem na minha bochecha. Eu a puxei de volta, resistindo à vontade de enxugar o rosto e olhar para a criança, que sorria para mim com olhos grandes. “Ah, ela gosta de você”. Valerie falou com uma voz estranha de bebê.Ka
Se antes eu tinha alguma dúvida de que algo o incomodava, agora tinha total certeza. Pude ver a dor em seu rosto, a música e a maneira como ele colocava sua alma nisso. Eu esperei observando seus dedos voarem sobre as teclas do piano, seu coração batendo mais alto a cada toque. De alguma forma, a música parecia nostálgica, me lembrando de dor e angústia… A música chegou ao fim e ele abaixou a cabeça, batendo o punho no piano."O que o deixou tão nervoso?". Eu perguntei baixinho. Ele tensionou a cabeça, inclinando-se em minha direção. "O que está fazendo aqui?", ele perguntou, com os olhos frios. “Vim te perguntar algo”, disse caminhando em sua direção. Ele se levantou, olhando-me diretamente nos olhos."E sobre o que seria?". "Por que?". "Porque, o que?", ele perguntou. "Por que ela foi embora?".Senti a mudança em seus batimentos cardíacos e ele exalou irritado, suas narinas dilatadas. "Quem?". "Quem? Realmente? Adriana, sua companheira, certo? Foi por isso que ela f