POV Elizabeth CollinsNós três nos olhamos sem ninguém dizer nada. Coloco minha xícara de café na boca e tomo o último gole antes de me levantar.—Bem, tenho que ir —coloco minha bolsa no ombro. —Acho que já está tudo pronto e preciso descansar.Os dois se levantam e me olham com cara feia, como se estivessem esperando que eu dissesse mais alguma coisa.—Noemi, eu sei que isso não compensa o que você fez por nós esta noite, mas eu gostaria que você aceitasse —Damian me entrega um cheque. —Sem sua ajuda, não teríamos conseguido salvar nada.Dou uma olhada na folha e vejo que é de US$10.000. Fico ofegante, sem saber o que dizer. É muito dinheiro, muito mais do que eu imaginava.—Não posso aceitar —respondo, entregando o cheque de volta a ele.—Por quê? —Fedora exclama. —É muito dinheiro. Isso pode lhe ajudar muito.—Realmente, é muito dinheiro e é por isso que não posso aceitar. Se eu os ajudei, foi por minha própria escolha, não para ganhar nada.—Não podemos deixá-la ir embora assim
POV Dante Edwards—Você vai falar na conferência sobre o caso do incêndio? Isso não vai colocar Alissa em alerta?—Sim, falarei —olho para meu reflexo no espelho enquanto ajusto minha gravata. —O que aquela mulher faz não me surpreende mais, Ariel. Se ela tentar alguma coisa, será pior para ela, porque estará se mostrando.—Eles são perigosos —acrescenta ele. —Você não tem medo de que eles retaliem a Lissy?Faço uma pausa por alguns segundos, atordoado com a possibilidade, depois limpo a cabeça e continuo com o nó.—Ela está lá por vontade própria. Ela sabia no que estava se metendo e do que eles são capazes.Termino de me arrumar e começo a organizar alguns dos documentos que preciso enviar para o agente que está investigando o caso e outros que são para o julgamento do divórcio marcado para amanhã.—Sei que você me pediu para não mencionar isso novamente, mas já pensou na possibilidade de conversar com ela sobre a mãe dela? Contar-lhe toda a verdade desde o início?Paro abruptamente
POV Elizabeth Collins —Noemi, você pode levar esses documentos para o escritório da Sra. Fedora? Por favor. —Fidel, o gerente geral, me passa uma pasta. Eu deveria ir pessoalmente, mas ainda não almocei e estou morrendo de fome. Posso confiá-los a você? —Claro, sem problemas —pego a pasta de sua mão. —Ela tem que assinar ou algo assim? —Ela tem que assinar a primeira folha como recibo, depois as outras ficam com ela para que ela possa analisá-las e ver se quer mudar alguma coisa ou qualquer outra coisa. —Eu vou fazer isso agora mesmo. Vá almoçar, eu cuido disso —eu lhe dou um sorriso sincero antes de subir as escadas. Fidel é um designer com vasta experiência no mundo da moda e tem sido meu chefe desde que trabalho aqui. Aprendi muito nesse tempo com suas técnicas e sou muito grato por isso também trazer algo de bom para minha carreira profissional, além de passar o dia todo procurando a oportunidade de encontrar as provas de que preciso. No caminho, penso no pouco ou no muito q
POV Elizabeth Collins—Olá família! —Alejandra entra gritando pela porta. Eu levanto a cabeça do sofá onde estou aconchegada assistindo às notícias e nego com um sorriso. Adoro quando ela faz isso ao chegar.—Olá, amiga. Como foi o seu dia? —respondo ao ver sua expressão de exaustão crônica.—Agitado, estou morta de cansaço —ela se joga ao meu lado e começa a massagear os pés. —E você, como foi com aquele cara?—Bastante bem, consegui outros documentos e já os entreguei ao agente —ela para de massagear os pés e me olha bem abertos.—Do que você está falando? Você conseguiu entrar no escritório da sua mãe... quer dizer, da bruxa? Porque no de Damian não havia nada.—Sim, fiz isso —me gabo da minha façanha. —Consegui alguns documentos que eles vão analisar para ver se servem ou não como prova sobre a lavagem de dinheiro e a fraude contra a Edwards Design. Também encontrei alguns discos de vídeos que ainda não tive a chance de ver do que se trata. Preferi vê-los antes de entregá-los. Par
POV Dante Edwards—Quem diabos está incomodando a essa hora? —resmungo enquanto massageio minhas têmporas com os olhos ainda fechados. As batidas na porta não param, e quem quer que esteja do outro lado parece estar muito apressado, e eu estou de péssimo humor.Me levanto do sofá como posso e arrasto os pés até a porta.—Que aparência é essa, Dante Edwards? —minha mãe grita assim que eu abro a porta. —Agora eu tenho um filho perdido? Você não tem casa e é por isso que está dormindo aqui? Você está fedendo.—Shhh —resmungo. —Minha cabeça está doendo, mãe. Não grite.—Já vi a farra que você fez ontem à noite —diz meu pai, pegando as duas garrafas vazias no chão e jogando-as no lixo.Me sento novamente no sofá e fecho os olhos enquanto tento amenizar as dores que me atacam sem piedade.—E agora? —questiona minha mãe, sentando-se no sofá em frente a mim.—E agora o quê? —minha paciência está nula com a ressaca que estou sentindo.—Você já se deu o prazer de nos desobedecer, suponho que ag
POV Elizabeth CollinsAlgumas horas antes...Meu celular toca e me assusto. Olho a hora no meu relógio de parede e, embora pareça que tenha se passado uma eternidade, já são mais de 22h.«Ariel?», penso intrigada ao ver o nome dele na tela. Não tenho certeza se devo atender. O que pode ser tão urgente a essa hora?Fico olhando para o celular até que a ligação cai, mas alguns segundos depois ele liga novamente. E assim, mais duas vezes.Fico em dúvida se devo atender ou não, mas acabo cedendo. Não tenho nada a perder, ou será que tenho?—Ariel, boa noite —minha voz sai rouca de tanto chorar nessas duas horas.—Lissy, boa noite. Desculpa te incomodar, mas gostaria de falar com você. Pode ser?—Amanhã à tarde estou livre, Ariel —digo levantando da cama. —Me diga onde é, eu te encontro depois do almoço.—Prefiro que seja hoje, Lissy, agora. É algo urgente e importante.Ele engasga e percebo que está bastante nervoso.—Se Dante te mandou aqui, diga a ele que não quero. Eu...—Dante não sab
POV Dante Edwards—Dante… —sua voz rouca e seus olhos lacrimejantes indicam que talvez ela estivesse chorando, o que não me surpreenderia, já que provavelmente escutou sobre a intensa reunião com meus pais e meu avô.—O que você está fazendo aqui, Lissy? —pergunto atordoado quando ela se aproxima completamente de mim, unindo sua testa à minha. —Como você conseguiu entrar? Desde quando está aqui trancada?—Queria falar com você e liguei para Ariel —responde colocando os braços sobre meus ombros. —Ele me disse que você estava aqui e pedi para ele me ajudar a entrar sem que ninguém percebesse.Aproveito que ela mesma se aproxima de mim e a envolvo com os braços para trazê-la completamente para junto do meu corpo. Sentir seu cheiro e seu calor é o alívio que preciso para diminuir a minha angústia de todos esses dias que não estive perto dela.—Tenho muitas coisas para te dizer —diz num sussurro. —Tinha medo que acontecesse tudo de novo, que você me rejeitasse e eu passasse por essa humilh
POV Dante EdwardsPercebo um nó incômodo no meu estômago; não consegui comer nada no almoço devido à ansiedade pelo julgamento, e agora que o juiz está prestes a dar o veredicto, sinto-me muito mais nervoso do que no início.Andrea não parou de chorar e isso me atormenta, assim como a todos os presentes na sala. É difícil para mim entender como ela pode ser tão hipócrita depois de tudo o que fez.O juiz chega quando o intervalo termina, e todos nos levantamos para retomar a sessão e ouvir a sentença.—Você está bem, senhor Edwards? —meu advogado pergunta. — Você parece um pouco pálido. Se quiser, posso pedir mais alguns minutos.—Estou bem —meu olhar não se afasta da pasta que o secretário tem em mãos e está prestes a ler. —Quero que isso termine de uma vez.Como era de se esperar, a sentença me favorece, embora eu precise cumprir alguns acordos aos quais tive que concordar para que a sentença fosse mais rápida, mas nada comparado ao que Andrea e sua família tentavam me tirar.Assim q