LauraDepois das palavras de Javier, refleti um pouco e resolvi trabalhar a minha mente para não permitir que a influência negativa de todo tormento que vivi com Valentin possa atrapalhar a minha vida conjugal.Aquilo que passei nas garras daquele monstro não pode atrapalhar a minha vida com o meu marido, preciso encontrar uma maneira de enterrar definitivamente aquele ser sem luz e tudo que me faça lembrar dele.Olhei o meu visual no espelho, retoquei o meu batom, passei uma deo colônia bem suave, calcei um sapatinho fechado e estava pronta.Rapidamente chegamos na casa de Martina, é uma casa bem pequena, porém muito organizada e aconchegante, com um pequeno jardim e alguns vasos coloridos espalhados pela varanda, que dão um toque alegre à casa pintada da cor laranja e janelas brancas.Luna está sentada na varanda brincando com o Pantera, que quando fareja o nosso cheiro se vira na nossa direção latindo e chamando a atenção de Luna que abre um lindo sorriso e vem correndo para mim e
Javier Estar junto com os rapazes e trabalhar com os cavalos é um dos meus maiores prazeres, e eu já estava com saudades desse trabalho com eles, por esses dias longe devido às esculturas e logo depois o meu casamento e a minha lua de mel. É claro que foram muito bem aproveitados, finalizei as obras com nova inspiração, dou um pequeno sorriso vitorioso e lembro também dos momentos com a minha Laura, ah se me lembro! O tempo com a Laura foi maravilhoso, nunca senti por uma mulher o que sinto com ela, e pretendo desfrutar desses momentos até o meu último suspiro. – E aí chefe veio trabalhar? – me pergunta Horácio. Em dúvida por causa dos dias que fiquei longe. – Foi isso que eu vim fazer aqui, ou vocês acham que eu vim olhar pra cara de vários marmanjos? – retruco para o Horácio. – Com certeza não foi patrão, com todo o respeito, o senhor não ia deixar a D. Laura para olhar para a nossa cara, com todo o respeito ao patrão ela é muito bonita e nós somos todos feios perto dela. – diz
Laura Nesse momento a Catalina está com a Luna, na casa de Martina a pedido meu. Eu me aproximo do quarto de hóspedes e abro a porta, a decoração segue o estilo rústico, um closet no canto da parede do lado esquerdo e na outra ponta a porta do banheiro. Que não é muito grande, mas bem confortável com pisos desenhados com algumas formas geométricas nas paredes de cores sólidas, uma pia oval com torneira aquecida, tudo muito bem organizado e limpo. Do lado direito no centro uma cama king size com cabeceira alta, algumas almofadas de crochê enfeitam a cama que está forrada com uma colcha também de crochê, com os desenhos combinando formando um conjunto gracioso de um trabalho artesanal muito bem feito. Mesinhas de cabeceira de cada lado da cama, com abajures de leitura na parede central, uma parede panorâmica com uma linda visão da paisagem externa, cortinas de voal dá um toque de delicadeza ao ambiente. Próximo a janela uma pequena mesa com duas cadeiras e um sofá reclinável
Laura Meu coração está acelerado, estou com a penúltima caixa, e até agora nada, me aproximo da mesa e vejo a porta se abrir e Martina entra no quarto carregando uma bandeja com sanduíches e suco de pêssego. – Laura trouxe um lanche para você, observei que está há muito tempo aqui no quarto e seria bem vindo uma pausa e um lanche. – diz a Martina. – Pensou muito bem minha amiga, sente-se e vamos lanchar juntas. Retiro a caixa da cadeira, me sento e ofereço a outra para Martina. Martina coloca a bandeja na mesa e senta-se, me serve um sanduíche e um copo de suco em seguida pega um sanduíche e um copo de suco para si mesma, olha na direção da cama e fala: – Parece que veio muitas coisas com a Luna da antiga casa dela. – Sim é verdade, agora precisamos colocar tudo isso em condições de uso, está tudo em ótimo estado é somente higienizar as peças. – Pode deixar que vou providenciar isso e já colocarei no quarto de Luna, mas teremos que providenciar prateleiras para os livro
Enquanto isso na Argentina… Teodoro Chego em casa e me preparo para mais uma daquelas noites que detesto. Um jantar beneficente, com toda a pompa e falsidade que essas ocasiões exigem. Como Dom da máfia argentina, não tenho escolha. Faz parte do papel que desempenho. O que torna tudo mais complicado é que preciso levar Jordana. Jordana, minha esposa. Ou, ao menos, ainda é isso no papel.Ela não queria comparecer, mas sabe que isso faz parte do nosso teatro e vou aproveitar para me reaproximar, ela está me evitando, mas mantém as aparências porque sabe que um divórcio não é algo que a máfia aceita. Nosso casamento é um símbolo, uma aliança, e por mais que as coisas entre nós estejam tensas, ela entende o peso dessa posição. Passo para buscá-la na casa que passou a morar desde essa m*****a decisão. Quando ela desce as escadas, meu coração dá um salto que me recuso a admitir. Jordana está deslumbrante em um vestido vermelho que abraça suas curvas com perfeição, os cabelos soltos caindo
Teodoro Eu estaciono o carro na garagem e fico ali, no silêncio ensurdecedor, com o motor ainda ligado. A raiva me consome por dentro, como um fogo que não se apaga. Não consigo deixar de pensar naquelas imagens, Jordana sendo observada por todos aqueles homens, sorrindo e se mostrando tão descomplicada e feliz, como se não fosse minha. Como se não me devesse nada. A cada pensamento, a raiva só cresce. Eu não sou de perder o controle, mas ela descobriu como me deixar louco. Ela sabe como me tirar do sério de uma forma que ninguém mais consegue. Eu sempre fui o homem que controla tudo, que manipula as situações, mas agora, sinto que estou à mercê dela, e isso me corrói. Respiro fundo, tentando me acalmar. Olho para o relógio. Já é tarde, mas eu preciso extravasar de algum jeito. Eu sei o que posso fazer. Sigo em direção ao celular e faço uma ligação. Ela atende depois de dois toques. Sabia que ela estaria disponível, sempre está. A mulher do momento, com quem posso aliviar a tensão.
Horácio Temo pelo Ruan, sendo muito jovem e extrovertido, acredita que só existe o bem entre as pessoas e isso me deixa sempre atento a ele, eu sei muito bem o que é a maldade do ser humano, ela pode nos machucar profundamente, eu havia vivido isso na pele, há alguns anos atrás. Me casei durante a juventude e decidi com minha esposa ir para o Sul do Brasil e lá, juntamos as nossas economias, compramos uma chácara, achávamos que um país maior traria mais oportunidades para os nossos filhos. Era realmente um lugar lindo, não era grande, mas seria o cantinho ideal para eles viverem. Os primeiros anos foram felizes e fizemos a chácara produzir com a criação de gado leiteiro e fabricação artesanal de queijos, feito pela minha esposa. Tudo ia muito bem, e nós já estavamos prosperando e com pensamentos em poder aumentar a família, quando um dos fazendeiros da região virou seus olhos em direção às minhas terras que estavam florescendo de tão bem cuidadas, tentou comprá-las porém não co
Javier Não consigo entender como eu passei tantos anos vivendo praticamente recluso. Laura com o seu jeito delicado de ser, me dominou completamente, hoje sou um homem apaixonado e completamente rendido, a pequena conseguiu derrubar todas as minhas proteções. Fui criado para não me apaixonar, o meu coração era apenas um músculo involuntário que pulsava apenas para manter a vida, porém ele estava trancado com correntes e cadeados. De forma inocente, agindo como quem não quer nada, Laura arrebentou todos os cadeados e correntes, invadiu o meu coração, sem a menor cerimônia e fez morada. Agora ela dorme tranquilamente ao meu lado, deposito um beijo na sua testa e vou até a cozinha, bebo um copo de água. Passo no quarto da Luna que dorme toda espalhada na cama, da mesma forma que o meu irmão dormia, uma perna esticada, a outra semi flexionada, e o braço por baixo do travesseiro. A saudade bateu com força… Me aproximo da minha menina, dou um beijo na sua testa e volto para o