Fernando

Estou no meu escritório, imerso na rotina de sempre. Reuniões com clientes, assinaturas de documentos, conversas rápidas com alguns clientes. Tudo é mecânico e, ao mesmo tempo, exigente. Cada detalhe importa, cada palavra que sai da minha boca pode ter um impacto enorme nos resultados que prometo aos meus clientes. Hoje, porém, me pego mais distraído do que o normal. Sinto a cabeça um pouco longe. Me concentro de novo, trato cada caso com a seriedade de sempre, mas, no fundo, algo me tira do foco habitual.

Depois das reuniões e do trabalho finalizado, decido me dar uma pausa. Passo em um restaurante, busco uma mesa tranquila e peço uma taça de vinho. Escolho um vinho tinto encorpado, algo que ajuda a desligar das responsabilidades e me permite saborear o momento. O jantar é tranquilo, o ambiente agradável, mas algo ainda falta. Tento ignorar o incômodo e aproveito o vinho. O calor dele ajuda a relaxar, mas não é suficiente para afastar o vazio que cresce conforme a noite