Fernando Começamos o nosso lanche e trocamos algumas ideias sobre o mundo das artes, Javier estava confiante sobre a exposição em Buenos Aires, as peças já estavam todas embaladas, aproveitamos e já colocamos peça por peça no meu carro.Terminamos o nosso lanche e começamos a acertar os detalhes da exposição, contrato e toda parte burocrática do evento.Ficarei para o almoço, voltarei a tarde a cidade, após terminarmos de carregar a pick up, e acertar os últimos detalhes, Javier me contou sobre algumas peças, aquelas que ele acredita que vão se destacar, eu também falei sobre as minhas preferidas e até fizemos apostas sobre o resultado dessa exposição.Depois de tudo isso, cada um seguiu para o seu quarto, estávamos precisando de um bom banho, nos sentamos na varanda para uma cerveja gelada e um bom bate papo, depois de todo aquele esforço.– Javier , a Fazenda Feitiço do Sol Nascente está cada dia mais bonita, você tem feito um ótimo trabalho aqui!– Eu concordo com você Fernando, e
TeodoroEstou no escritório da máfia, a penumbra dos móveis escuros combinando com o silêncio que só é cortado pelo som da cápsula de café sendo perfurada na cafeteira. Observo o líquido quente escorrer na xícara e o aroma forte preenche o ar, me despertando de verdade. Dou o primeiro gole e deixo o amargor do café correr pela garganta.Enquanto saboreio, a lembrança da noite anterior me vem à mente. A farra no motel com Fernando, a Loira e a morena. Rimos, bebemos, e foi uma diversão daquelas. Nada como deixar a tensão do trabalho para trás com companhia à altura. Depois de uma noite daquelas, regata a uma bela fodah nada convencional, acordei tarde, ainda rindo sozinho ao lembrar dos detalhes, e vim direto para o escritório da máfia, deixando a manhã passar sem pressa.Me sinto bem comigo mesmo, mais homem que qualquer um dos meus colegas, sem dúvida. A liberdade de ter mulheres ao meu redor, sempre que quero, é algo que valoriza o meu controle e o meu poder. Sei que poucos na orga
LauraEnquanto o mais novo mascote da fazenda se desenvolve rapidamente, chega o dia da exposição em Buenos Aires.Sinto Javier um pouco ansioso, mas acho que seja normal, pois até eu ficaria nervosaEu preparei algumas coisas para o almoço,e uma sobremesa para ajudá-lo a relaxar, uma deliciosa mousse de maracujá que sei que ele gosta e vai ajudá-lo a diminuir a sua ansiedade pela sua exposição.Após o almoço, como sempre sentamos para aproveitar o horário do descanso e pergunto a Javier porque que ele não vai à exposição de suas obras, e ele me diz que não gosta de movimento e nem de tumulto de pessoas e que as pessoas sempre querem abraçá-lo e tirar fotos e ele não gosta, assim ele evita constrangimento com os seus admiradores.O que é uma coisa boa, pois não cria atritos e nem fofocas na rede social.Pelo que andei pesquisando, Javier é muito conhecido pela sua arte e as pessoas tem muita curiosidade em saber quem ele é, seu rosto é desconhecido e isso causa um furo para se descob
LauraRecordo-me de onde venho e sinto um arrepio de arrependimento pelo meu noivado com o Valentín Pérez!Foram anos de namoro com Valentin, até ficarmos noivos, eu sonhava com a nossa vida de casados e já estava preparando o enxoval, bordando as peças, tudo com muito capricho.Eu trabalhava fora, estava recém formada e havia conseguido trabalho como turismóloga em uma firma muito conceituada e morava com os meus avós.Os amores da minha vida, a minha avó apesar da idade, cuidava da casa e do meu avô e assim a nossa vida ia seguindo, e com meu novo trabalho nossa situação financeira mudaria bastante.Até que naquele fatídico dia em que os meus avós foram a uma consulta médica de rotina, já que eles gozavam de boa saúde!Infelizmente ao voltarem para casa sofreram um acidente de trânsito onde um carro desgovernado os atingiu provocando a morte instantânea dos dois.Minha dor foi imensa, perder os meus avós desse jeito, eu só podia contar com eles, toda minha vida foi somente eles!Qu
Fernando Estou parado na área de desembarque do aeroporto, esperando aquela que, até pouco tempo, nem sabia que existia: Luna. Ela é sobrinha de Laura, uma amiga que a vida me deu e a essa hora está bem longe, na fazenda com Javier. Como advogado e procurador dela, resolvi toda a burocracia para trazer a menina para o Brasil, mas a responsabilidade parecia bem distante, até agora. Vejo uma pequena figura de cabelos castanhos, segurando uma mala maior que ela e procurando alguém com os olhos curiosos e doces. Quando me aproximo e chamo seu nome, um sorriso tímido surge em seu rosto, derretendo qualquer defesa que eu, Fernando, tenha construído ao longo da vida. Ela é encantadora. Seus olhos brilham de um jeito inocente e gentil, e ela me diz: — Meu nome é Luna. — Eu sou o Fernando. Uma mulher se aproxima e me entrega as demais malas que vieram com ela e fala algumas coisas que nem presto muita atenção. Nos despedimos e ela volta, deve esperar o próximo vôo para a Itália. Mal po
FernandoEnquanto andamos pelo parque, Luna se solta mais, correndo à frente, rindo e me chamando para acompanhá-la. Quando nos sentamos na grama para um descanso, ela se aproxima e diz: — Tio Fernando, você é muito legal. Acho que mamãe e papai iam gostar muito de você.Essas palavras me deixam sem jeito, mas ao mesmo tempo, me dão uma sensação de que talvez, só talvez, eu esteja no caminho certo para cuidar dela. E naquele instante, sem pensar demais, faço uma promessa silenciosa: vou estar aqui por ela, o tempo que for necessário.Olhando para Luna, percebo que essa nova fase não é só um desafio; é uma chance de crescer de um jeito que eu nunca imaginei. Ela precisa de mim, e, de algum modo, eu também preciso dela. E assim, com ela ao meu lado, sinto que estou pronto para encarar o dia, e todos os outros que virão.Depois de um tempo no parque, decido levar Luna para almoçar em um restaurante italiano tradicional. Ela me olha animada ao ouvir a ideia, e logo estamos lá, sentados
JavierQuinze dias após a exposição da galeria de artes, para nossa surpresa Fernando chega Fazenda, eu que estava no campo volto rapidamente, ele estaciona a picape cuidadosamente.–Bom dia Fernando, você por aqui meu amigo, não esperava a sua visita por esses dias.–Nem eu Javier contava de estar por aqui hoje, vim trazer uma encomenda que acredito será uma surpresa para a dona.–Como assim Fernando! Explica isso melhor.–Lembra-se da conversa que tivemos sobre a Laura.–Sim, claro que eu me lembro, mas sobre que parte você está falando?–Da parte da família que ela não tinha mais nenhum parente vivo.–Ah sim me recordo que você falou sobre isso, pois bem chegou uma encomenda para ela.Fernando dá a volta na picape, abre a porta e faz sinal para que eu veja o que há no interior e eu fico abismado.No banco traseiro da picape de Fernando, há uma cadeirinha de bebê com uma linda menina de cabelos castanhos escuros adormecida na cadeirinha.–E sem contar Javier, as coisas que estão no
Laura–Oi Luna querida, eu sou sua tia Laura, irmã da sua mãe, infelizmente eu não sou a sua mamãe.– Como você está se sentindo?–Você é minha titia? Você é igualzinha a mamãe!– Eu quelo beber água.–Sim, eu sou a sua titia e vou cuidar de você. Eu moro num lugar muito bonito e você vai conhecer e vai gostar desse lugar também, vem beber água.–Sim titia, é muito bonito onde eu estou agora, onde eu estava depois que a mamãe foi embora não era como aqui e eu estava com minha madrinha. Diz Luna e continua:Ela disse que quando eu crescer eu ia ver ela novamente e que você é muito parecida com a mamãe!–Não fique triste preciosa, agora onde você estiver sempre será muito bonito e nós vamos estar sempre juntas.Laura pega um copo com água e dá a Luna que bebe com prazer.–Agora Luna, eu vou te apresentar o tio Javier, pois o tio Fernando você já conhece não é?–Sim titia Laura o tio Fernando eu já conheço ele é muito bonzinho e ele tem um cachorro muito bonito chamado Bob.– Fala para