Precisávamos pelo menos encontrar um rumo para seguir. Não sabíamos por onde começar a procurar.— Pelo que pude ler em seu diário, podemos seguir várias linhas. Seu pai e sua mãe precisaram fugir de onde viviam. O pai de sua mãe não aceitava a relação deles, mesmo ambos afirmando serem companheiros. Por outro lado, o coven de seu pai ficou muito interessado na união deles por conta do poder que a criança gerada poderia ter.— Não existiam crianças híbridas? — Emily perguntou, sem entender.— Muitos tentaram criar um ser que tivesse os dois genes, o de lobo e o de feiticeiro, mas por não serem companheiros, por algum motivo, essa gestação nunca evoluía. Não posso afirmar que você seja a primeira dessa união, mas posso dizer que nunca vi alguém com tanto poder quanto o seu. — Anna explicou.— Quando imaginamos que uma família abandonou tudo para esconder os filhos, só podemos deduzir que eles guardavam algo muito valioso, que despertaria o interesse de muitos. — Disse.— Emily tem um p
EMILYAlguns dias se passaram e nenhuma notícia do tio de Matthew, nem de ninguém ligado a ele. Anna contatou sua amiga e ela veio em seu auxílio para ajudá-la a me treinar. Estava me revezando nos meus treinos como feiticeira e como loba. Matthew imaginou que eu não aguentaria aquela carga de treino, porque além deles, ainda dava plantão no hospital e dedicava-me à "nossa" filha, como agora me referia à Lara. Quando chegava em casa, no final do dia, estava totalmente exausta, mas evoluía muito nos meus conhecimentos.Após quase quinze dias, recebemos a notícia da alcateia do meu avô. Eles decidiram vir me conhecer pessoalmente, então precisávamos estar preparados para recebê-los, além de mais alguns guerreiros que os acompanhariam. Aquilo estava me deixando extremamente estressada.Não sabia o que eles achariam de mim, ou o que eu descobriria sobre meus pais. Hoje, na véspera da chegada deles, quase tive um colapso nervoso. Para piorar, fazia dias que não tinha um momento só meu com
Quando eles desceram daquele jatinho, senti um grande frio na barriga. De certa forma, tinha medo de não ser aceita por eles e, mesmo não verbalizando isso, queria poder conviver com a única família de sangue que ainda me restava.Quando fiquei de frente com eles e minha avó me abraçou, senti meu coração sendo confortado, e quando meu avô fez o mesmo, me senti completa. Há muitos anos pensei estar sozinha, claro que tinha meus pais de criação e minha amiga Vivian, mas ter alguém do meu sangue é reconfortante. Matthew estava ao meu lado, com uma das mãos na minha cintura. Meu avô olhou para ele e depois para sua mão.— Posso deduzir que ambos são companheiros? — Vovô perguntou com uma cara meio fechada. Olhei para Matthew e ele encarava meu avô.— Sim, ela é minha companheira. A mulher por quem meu lobo é totalmente submisso. — Isso fez minha avó sorrir, ela deu uma cotovelada de brincadeira no meu avô.— Esse aí está tão submisso quanto você está por mim… não reclame, nossa neta já se
MATTHEWApós relatarmos o motivo de termos entrado em contato com seus avós, percebi uma comunicação silenciosa entre eles. Havia algo que não sabíamos, disso tinha certeza. Talvez agora vamos descobrir se podemos ou não confiar neles. Vi quando a senhora respirou fundo, tomando sua decisão.— Minha netinha, o que você deduz sobre o fato de seus pais terem fugido?— Sinceramente, vovó? Que a família não os apoiou. — Vi seu avô balançar a cabeça em negativo.— Sabíamos que sua mãe não tinha como lutar contra a ligação de companheiros, Emily. Quanto mais você se nega a aceitar, mais aquele elo te puxa para aquela ligação. — Sr. Jacques explicou.Ele parece ter definido o que sentir no começo da minha ligação com a Emily.— Quando sua mãe disse ter encontrado sua outra metade, foi motivo de comemoração para nós, mesmo ela já estando noiva de outro lobo. Sabíamos que depois daquela informação nada mais importava. — Sra. Lilian completou.— Quando ela enfim nos apresentou seu companheiro,
EMILYSentindo-me mais recuperada, voltamos para a sala onde os demais estavam. Vovô, ao ver vovó abalada, levantou-se e veio até nós, enquanto eu tentava ampará-la. Percebi o olhar preocupado de Eric na minha direção, mas fiquei feliz de que ele não tenha tomado qualquer atitude, conhecendo bem Matthew. Já tínhamos problemas demais para que ele fosse mais um.— Sei que é um momento conturbado para todos, mas precisamos encarar o elefante rosa na sala. Gostaria de compartilhar com vocês algumas suspeitas. — Anna falou e todos olhamos para ela.— Que tipo de suspeita, meu amor? — Austin fez a pergunta de milhões.— Quando fazia parte de um coven, toda forma de magia era debatida, porém, nem todas eram usadas. Muito pude escutar sobre uma magia, a magia negra. Nunca tive vontade de conhecer esse tipo de magia, porque se falava que essa magia corrompia a alma daqueles que a praticavam.Aquilo arrepiou até os pelos de Ivy. Anna encarou todos nós e parecia que aquela ainda não era a pior p
Quando chegamos ao nosso destino, Ivy sentou observando a paisagem. Eric também sentou ao nosso lado, mas minutos depois caminhou para dentro do rio. Sabíamos que naquele horário a água estaria gelada. Nem mortas faríamos o mesmo. Deitamos ali onde estávamos, apenas observando.Quando ele saiu do rio, seus pelos estavam completamente molhados. No entanto, apenas quando estava ao nosso lado, ele se sacudiu. Seu lobo soltou um ganido e Ivy levantou-se, agora molhada, olhando para ele. Sem ele esperar, ela pulou em cima dele, o derrubando, e mordeu sua pata de leve.Nesse momento, sentimos a aproximação de outro lobo, e rapidamente o lobo de Eric se colocou de pé, encarando o outro lobo que se aproximava. Ivy logo se mostrou animada. Ela conhecia bem aquele lobo, afinal, era seu companheiro. Ela correu até ele e o circulou, jogando sua traseira contra a lateral do lobo de Matthew. Ele fez um carinho nela, e caminhamos juntos até o nosso convidado.Quando Matthew chegou diante do lobo de
Nunca imaginei viver aquele momento com Matthew. Meus olhos ficaram marejados, começando a enxergar as coisas um pouco turvas, mas lutava para não permitir que as lágrimas caíssem naquele momento.— Espero que você grave exatamente as palavras que está usando comigo, Matthew. Se você ainda não conseguiu esquecer, nem superar o passado, deveria ter ficado nele. Não ter me trazido para sua vida. Vou para casa dos meus pais e não quero mais você comigo. — Disse, encarando-o.Ele havia dito muitas merdas naqueles dez minutos ali. Havia ultrapassado meus limites. Não sabia se tudo que havia falado era de fato o que pensava ou se aquilo havia sido no momento da raiva, mas ele iria assumir as consequências de seus atos.— Eu sou seu alfa e você minha Luna, você não vai sem mim. — Verbalizou.— Quem te falou que isso te dá direito sobre mim? Posso carregar uma marca sua, Matthew, mas você não tem uma coleira no meu pescoço, fique ciente disso. Você me fez sua Luna por escolha sua, não te forc
Eu poderia não ter gerado aquela garota, mas o vínculo que criamos já era bastante forte, de mãe e filha de verdade. Assim que chegamos e desci do carro, escutei os gritos da Vivian, correndo em minha direção. Quando chegou até mim, nos abraçamos.— Estava morrendo de saudades de você, garota! — Disse para ela.— Você é uma amiga ingrata! Por que não veio me visitar antes? — Ela questionou-me, e naquele momento senti bracinhos envolvendo minha perna.— Vivian, deixa eu te apresentar minha filha… — Puxei Lara para minha frente. — Vivian, essa é Lara, Lara, essa é uma grande amiga da mamãe. Pode chamá-la de tia Vivian. — Minha amiga abaixou-se para ficar da altura dela.— Oi, florzinha! Você é muito mais linda do que as fotos que sua mamãe me mandou. — Lara sorriu para ela. — Posso te dar um abraço? — E ambas se abraçaram.Meus pais chegaram em seguida. Fiz as devidas apresentações. Primeiro com as pessoas que meus pais já conheciam por eu falar: Lara e Matthew. Depois apresentei meus a