Recém chegada.

Os homens levam Thalía encapuzada para o purgatório e a jogam no chão fazendo ela ficar ajoelhada ela grita de dor. " O que é isso seus marginais! Eu vou chamar a policia quando eu sair daqui!" Os homens começam a rir e um deles fala. "Cala a boca patricinha, você vai ter sorte se sair daqui com vida." Thalía fica calada e sua respiração começa a ficar ofegante, ela olha pela parte de baixo do saco e só consegue ver o piso de cimento e sentir um cheiro forte de cigarro, ela levanta as mãos na intenção de tirar o capuz mas um dos homens diz. "Se tirar o saco da cabeça vai levar bala." Ela volta as mãos para o lado do corpo quando ouve passos de pessoas entrando no lugar, ela escuta uma voz masculina dizer. "Essa é a garota?" Um dos homens responde. "Sim chefe". O homem passa do lado dela e ela consegue ver os tênis dele. "E a Renata onde está?" O mesmo homem responde de novo. "Ela disse que teve problemas com a mãe e teve que ir para casa chefe, disse que mais tarde volta para ver o que senhor fez com a patricinha." O homem se afasta de Thalía e dá a ordem para os outros. "Saiam todos daqui." Thalía ouve vários passos de pessoas saindo da sala e uma porta se fechando. "Qual o seu nome garota?" Thalía não responde então o homem se aproxima. "Você é surda? Qual o seu nome?" Thalía responde. "Não é da sua conta! Por que não me mata logo? Minha vida já está uma merda mesmo..."  O homem ri amargamente. "Me fala logo seu nome antes que eu perca a paciência!" Thalía não responde de novo então o homem agacha na frente dela e puxa o capuz de uma vez, Thalía fecha os olhos e lágrimas descem pelo rosto dela, ela senta sobre os calcanhares e vira o rosto, Leandro está olhando para ela com os olhos arregalados, ele para por um momento e analisa Thalía, ele olha cada centímetro do corpo dela, Thalía sempre praticou muitos esportes então seu corpo é atlético e curvilíneo, ele olha para seus cabelos longos e pretos caídos sobre o rosto e seu olhar pousa em uma marca vermelha no braço onde o homem apertou para a arrastar morro acima, Leandro toca delicadamente no braço dela, Thalía vira o rosto novamente para olhar para ele e abre os olhos chocada com o toque dele. "O que você está fazendo?" Leandro olha para os olhos azuis de Thalía agora vermelhos de tanto chorar. "Seu braço está machucado." Thalía puxa o braço de uma vez. "Seus homens fizeram isso..." Ele olha para o curativo no nariz dela. "E o seu nariz?" Thalía toca no curativo lembrando da briga com Renata. "Foi a maluca da sua mulher que me atacou na rua..." Leandro levanta e ajuda Thalía a se levantar, ele pega uma cadeira que está no canto do grande galpão e a leva para ela sentar, ela se senta  ele fica de pé diante dela. "Me conte o que aconteceu." Thalía respira fundo enquanto olha nos olhos de Leandro. "Eu perdi meu colar na rua enquanto levava minhas malas para dentro da casa da minha tia, e quando percebi voltei para procurar por ele na rua e a sua mulher estava com ele no pescoço então eu pedi para que ela me devolvesse e ela colocou o dedo na minha cara e começou a gritar igual uma maluca, então eu puxei o colar do pescoço dela e ela mandou eu devolver e eu disse que não devolveria nada então ela veio pra cima de mim..." Leandro olha para Thalía curioso. "Porque tanta briga por causa de um colar?" Thalía responde. "Porque meu pai me deu ele antes de morrer." Leandro faz uma expressão de surpresa e respira fundo. "Renata as vezes pode ser temperamental... Sinto muito pelo seu pai, faz tempo que ele morreu?" Thalía olha fixa o olhar em Leandro. "Tem dois dias." Ele toca no ombro dela. "Eu sinto muito." Thalía olha para a mão dele. "Será que eu posso ir embora agora?" Leandro tira a mão do ombro dela vendo que ela está desconfortável. "Pode mas só depois que você me disser o seu nome." Ela levanta da cadeira. "É Thalía." Leandro fica a poucos centímetros dela. "Não conte a ninguém que fui gentil com você." Thalía da uma risada debochada. "A julgar pelos machucados nos meus joelhos, minha calça rasgada e o roxo no meu braço, ninguém vai dizer que você foi gentil." Leandro aproxima a boca do ouvido dela e diz. "Poderia ter sido bem pior..." Um arrepio passa pelo corpo de Thalía e Leandro sai do lado dela bruscamente indo até a porta, ele a abre e diz para Thalía. "Vamos eu vou te levar até lá fora." Thalía vai andando atrás dele, ela passa por um corredor onde os homens estão e olha para eles com nojo, até que chega ao portão e Leandro o abre e aponta para a rua com a cabeça. "Vai." Thalía passa pelo portão sem olhar pra trás e quando ela já está na metade da rua Leandro grita. "Cuidado por onde anda patricinha!" Thalía olha para trás e depois continua andando.

***

Quando Elza e Margot chegam em casa Thalía não está, Elza vai até o quarto o olhar mas não a encontra. "Thalía não esta aqui..." Margot olha para ela preocupada. "E se ela tiver ido atrás de nós e se perdeu no caminho?" Elza começa a andar de um lado para o outro. "Isso não é bom..." Até que de repente Thalía entra em casa, Margot e Elza olham para ela horrorizadas, Margot corre até ela. "O que houve com você?" Thalía se j**a no sofá e começa a chorar até soluçar, Margot senta ao lado dela e a abraça. "O que houve filha?" Elza olha para as duas preocupada. "Eu vou pegar um copo d'água." Elza vai até a cozinha e volta com o copo, ela o entrega para Thalía que bebe apenas um gole, ela olha para a mãe. "Esse é o pior dia da minha vida!" Thalía volta a chorar e Margot olha para Elza. "Você tem algum calmante? Ela está muito nervosa." Elza corre até a caixa de remédios e pega uma cartela de comprimidos, ela a entrega para Margot que tira um comprimido e dá para Thalía. "Beba, você vai se sentir melhor." Thalía coloca o remédio na boca e bebe o resto da água." Depois que Thalía se acalmou ela foi para o quarto e acabou dormindo com o efeito do remédio. Margot e Elza ficaram na sala conversando. "Será que fizeram algo com a minha filha?" Elza olha para Margot preocupada. "Acho que sim você não viu os machucados nela, mas vamos ter que esperar ela acordar para saber." Margot passa a mão pelos cabelos preocupada. "Como pode nossas vidas terem virado de cabeça pra baixo em três dias?" Elza responde. "Não sei... Mas vocês não tem nenhuma reserva para emergências, ou outra propriedade onde possam morar? Não acho que depois depois de viver com tantos luxos a Thalía vá se acostumar a morar aqui..." Margot olha para as malas que ainda estão na sala. "Tenho um bom dinheiro escondido mas não podemos fazer nada agora porque se estão nos investigando qualquer coisa que demonstrarmos ter eles vão tirar de nós." Elza se levanta "Thalía vai ter que ser forte até essa tempestade passar..."

***

Assim que Roger chega em casa o telefone dele toca. "Alô?" A voz do outro lado do telefone diz. "Deu tudo certo? Elas acreditaram em você?" Roger responde. "É claro que sim... Mas aquela bruxa da Margot me deu um belo tapa na cara que está ardendo até agora." A voz no telefone começa a rir. "Isso é bom... Mostra que ela ficou bem abalada... Você não as deixou levar nada de valor, certo?" Roger pigarreia. "Eu tive que deixar elas saírem com algumas coisas..." A pessoa do outro lado do telefone da um grito histérico. "Eu te falei para deixar elas sem nada seu idiota!" Roger responde. "Não tinha como... Elas não tem nem onde morar..." Fica silêncio por um tempo e a voz diz. "Você recolheu as joias?" Roger olha para o pacote que colocou na mesa assim que chegou. "Sim eu peguei as joias e as outras coisas já fora para o armazém." A voz então continua. "Perfeito e você sabe para onde elas foram?" Roger responde. "Não eu fiquei com tanta raiva quando Margot quebrou os celulares que sai de lá antes de fazer alguma besteira." A voz grita novamente. "O que? Elas ficaram sem celulares? Você é burro? Como vai se comunicar com a Thalía agora para descobrir onde elas estão?" Roger responde apressado. "Eu posso vê-la na faculdade e descobrir..." A pessoa do outro lado respira fundo e responde. "Roger se algo der errado nesse plano nós dois iremos presos e eu juro que eu te mato." A ligação é encerrada...

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