Ricardo estava sentado no sofá de sua casa, a escuridão do ambiente combinando com o vazio que sentia por dentro. O silêncio ao redor parecia aumentar o peso da solidão que o dominava. Desde a morte de Noemi, ele não conseguia dormir ou comer direito. As olheiras profundas em seu rosto denunciavam noites de insônia, e seu corpo cansado refletia o esgotamento emocional pelo qual passava.

Ele se sentia traído pela vida. Não apenas por ter perdido Noemi de forma tão trágica, mas também por tudo que tinha acontecido entre eles antes de sua morte. O divórcio, a distância crescente, o abandono. Agora, ele se via completamente sozinho. O hospital e a fundação pareciam distantes e sem importância. Nada mais tinha sentido.

O som da campainha ecoou pela casa, cortando o silêncio. Ele hesitou por um momento antes de se levantar lentamente. Quando abriu a porta, encontrou Ana, a irmã mais nova de Noemi, parada ali, com um semblante preocupado. Ela o observou por alguns segundos, como se estivesse