Os primeiros dias após a transferência de propriedade do hospital foram animadores para Ricardo. A ideia de ser dono e diretor de uma instituição que ele amava trazia um entusiasmo genuíno, e o desejo de melhorar cada aspecto do ambiente hospitalar o impulsionava. Ele sentia-se determinado a fazer o melhor trabalho possível. No entanto, conforme as semanas passaram, o peso da responsabilidade começou a se tornar evidente.

Ricardo costumava chegar ao hospital às 6 da manhã e, muitas vezes, só saía por volta das 11 da noite. Ele queria se envolver em cada detalhe, desde a qualidade dos atendimentos médicos até o funcionamento da limpeza, segurança e administração financeira. Porém, a realidade era que a carga de trabalho era muito maior do que ele imaginava.

"Ricardo, temos que revisar esses contratos com os fornecedores até o final da semana," avisou Janaína, sua assistente administrativa, que se tornara essencial em sua rotina. "Além disso, há reuniões marcadas com a equipe de enferma