Abro a porta que me dá visão plena da rua e enquanto recebo o pacote, ao que parecem ser livros, sinto alguém me olhando. Estendo o pescoço, procurando pela rua, mas não vejo ninguém, no entanto, a sensação permanece. Termino de receber a encomenda e fecho a porta logo atrás de mim, começo a andar de volta aos elevadores, mas a sensação está lá e assim resolvo olhar para trás e nesse momento sinto um frio na barriga que a muito tempo não sentia e quando olho vejo um vulto correr. Volto rapidamente para olhar a rua, corro até a calçada, não há nada e ninguém, mas a sensação está lá e não gosto nada de estar sentindo isso.É como se eu estivesse sendo observada o tempo todo. Não me sinto bem com essa sensação. Difícil momentos assim, não me levarem ao passado, não me recordar o porquê e por causa de quem, mudei radicalmente minha vida, deixando para trás toda uma história. Minha mãe bem que insistiu para que eu não me mudasse, achando que a terapia me ajudaria, só que eu me conheço e
Fiquei paralisada em meu lugar, nem percebi quando Dr. Palmer pai chegou e se me perguntar o que falamos não me lembro. A conversa do Rick com a Sonya não saiu da minha cabeça. Quando euzinha iria imaginar, que ficar plantada em uma sala me renderia tamanho conhecimento. Por que bonitas, vou te falar, nunca em minha existência imaginária ser cúmplice, ainda que às escondidas, de uma conversa como aquela. E a Sonya bancando a boa moça, mas o boa passa longe ali, viu! Acho que nem Anthonny sabe a bisca que ela é. Tadinho do meu amigo e pior, ele achando que Rick é um canalha, que o traiu. Não faz ideia da sorte que teve, quando Rick levou Sonya para a cama. Com certeza ele teria sofrido muito mais, porque verdade seja dita, Rick acabou fazendo um grande favor, mesmo que esse favor tenha sido tão imundo como foi. Mas conhecendo um pouco como conheço Anthonny, Sonya o faria de gato e sapato. Bonitas, há males que vêm para o bem e isso só vamos entender lá na frente.E aqui estou eu e
Sábado, dia de não fazer nada ou quase nada. A turma ficou de se encontrar para um almoço no parque e ar puro, fiquei de me encontrar com eles, mais cedo fui até a rotisserie que fica aqui perto e comprei algumas coisas para que Ethan levasse.Deixei tudo pronto e fiquei de me encontrar com eles, porque Ethan ficou de pegar Alex e Lorena iria pegar Joyce no hotel. Não sei porque ela insiste em ficar em um hotel, se pode usar nosso quarto de hóspedes. Deve ser por estar acostumada a ficar sozinha.Termino meu banho e sem pressa nenhuma escolho uma roupa confortável. Vou de macaquinho, está um sol lindo e nada como tomar um solzinho nas pernocas. Estou voltando do meu closet quando de repente do nada, minha perna direita vai para frente e eu desabo em cima da minha perna esquerda. “Aiiiiiiii”, grito.Que dor, que dor, que dorrrrr!!! Meu Deus pronto morri! Não consigo nem respirar direito, sinto as coisas perderem a forma ao meu redor e percebo que vou desmaiar. Respiro fundo buscando
Meu pai, esse era uma canalha com C maiúsculo, nem chegou a se casar com minha mãe, foi em apenas uma noite que fui gerada e nunca mais estiveram juntos, depois minha mãe descobriu que ele não prestava, era muito mulherengo. Anos mais tarde recebemos um telegrama solicitando nossa presença no fórum da cidade, lá ficamos sabendo da morte trágica do meu pai e da herança que ele tinha deixado para minha mãe, ele nunca reconheceu minha paternidade. Minha mãe quis fazer isso depois da sua morte, mas falei para ela de que adiantava ter um sobrenome apenas, se o que mais de importante poderia ter havido e não recebi, que foi seu amor de pai. Acho que ele fez isso, para que de alguma forma, viesse a compensar o que fizera a ela, mas a verdade é que até hoje, acho que minha mãe não superou o que meu pai fez. Mesmo estando com ele apenas uma noite, acredito que ela não o esqueceu. Ela chegou a conhecer outros rapazes, mas nunca se deixou envolver de verdade.Assim também é com a tia Nancy, o
Hummm… ama quem?!? Para tudooooo!!! Lá vem ele de novo com essa história, já falei para ele não começar com isso inúmeras vezes e aqui está ele, de novo."Rick já te falei...""Não Angel, dessa vez não será assim!"Ele me olha de uma maneira nova, não sei bem explicar como, mas seu jeito mudou."Olha Angel..." - ele para, é nítido a escolha das palavras."Sabe quando as coisas tomam uma proporção jamais sonhada ou imaginada, tem sido assim comigo. Nada é exatamente como se espera e assim, meus dias tem se tornado um verdadeiro pandemônio. Nunca me preocupei muito com essa coisa que chamam de 'alma gêmea' ou 'par perfeito', sempre achei coisa de menininhas, mesmo tendo alguns amigos casados e apaixonados, ainda assim, não cheguei a acreditar de verdade nessa coisa. Ainda mais quando Sonya surgiu em..."Interrompo ele sem paciência:"Não... não quero saber da sua história e seu lance com a Sonya..."Enquanto falo ele vai até o bar e se serve de uma dose tripla do whisky que ali tenho.
Não tenho o que dizer quanto a tudo o que Rick está me falando e percebi pela forma com que se mexe que ainda tem muito mais por vir."Como ela estava grávida, meu pai tomou as rédeas da situação, pois não queria especulações sobre seu filho ter engravidado uma moça. Então meus pais e os dela, se moveram para organizar o casamento. Ficamos noivos logo depois da notícia ser dada a nossas famílias e os preparativos seguiam para a realização do casamento… Tivemos problemas com a agenda do meu pai, depois com a minha e acabou que não houve outro meio, a não ser marcar o casamento para quatro meses depois, mesmo que ela estivesse de seis para sete meses, com a estrutura óssea dela, ainda não havia uma barriga tão aparente e Sonya achou melhor escolher um vestido que não mostrasse nada. Como se eu estivesse preocupado com isso, de qualquer forma, a criança já estava sendo gerada, ela existia! Nada iria mudar isso… Os meses foram passando, para mim nada havia mudado muito, apenas as desc
"Quando esperava que os médicos socorressem Sonya, só pedia em pensamento a Deus que ajudasse que meu filho continuasse conosco. Os médicos fizeram os primeiros procedimentos e viram que o quadro era grave pelo que ali se mostrava. Eu não precisei perguntar, sou médico, correram para colocá-la na ambulância e ali fui eu, atordoado por não poder fazer nada. Quando se é médico, você se habitua a sempre lutar pela vida, no entanto, a coisa muda muito quando é um dos seus que precisa dessa luta. Você se vê impotente, essa é a verdade!... A hemorragia continuava e ela estava perdendo muito sangue, colocaram uma bolsa, porque exige que a trouxesse, facilidades de ter um pai diretor de um centro médico. Chegamos ao hospital rapidamente, mas para mim o tempo era lento, demorado, torturante até… Sonya foi levada a sala de emergência do hospital e eu fui impedido de entrar devido ao meu estado, alegaram que como estava no mesmo acidente que precisava ser examinado, uma vez que não deixei ningu
Ele me olhava com tanta dor, que me fazia sentir o desejo de entrar e tirar tudo aquilo de dentro dele."Como eu já esperava, Sonya não segurou muito bem a perda do nosso filho, a levei para ficar conosco em casa e meu pai orientou que ela fosse acompanhada por um terapeuta que ele mesmo indicaria. Assim fizemos, foram dias de altas e baixas, até Sonya encarar a perda e seguir em frente. Nos últimos anos tentei dar a ela a oportunidade de terminar com nosso noivado que já não fazia mais sentido. Mas ela sempre se escondia na perda do meu filho, o que tornava as coisas muito difíceis, meus pais me pediam paciência, compreensão, muitas foram as vezes que ela me culpou, cheguei até a acreditar que sim, que eu tinha culpa, passei muito tempo levando esse fardo, afinal, eu estava ao volante, mesmo não tendo a menor ideia de que iríamos ser atingidos por um caminhão desgovernado"Rick busca refúgio em suas lembranças e vejo em seus olhos a verdade."Só que até então, eu levava as coisas sem