Só posso agradecer a você que segue acompanhando e curtindo. Esse é o maior retorno de uma autora.😘🙏🏼 Para quem não gosta de histórias longas, me desculpe, mas esse é o meu estilo de escrita. Além disso, não gosto de deixar pontas soltas, preciso dar um encerramento para Britney.
****LIARA ALMEIDA**** — Tudo bem? — Felipe pergunta pela milésima vez, enquanto mantém minha mão entre as suas. Estamos a caminho do tribunal. Tensão é meu nome e ansiedade o sobrenome. O julgamento de Britney será o primeiro, e só Deus sabe o que pode acontecer. Não se trata apenas de justiça, mas de reviver algo doloroso. Afinal, além de me humilhar, eles poderiam ter me matado pelo excesso de calmante. — Vai ficar tudo bem. Estamos juntos nessa. — Lipe busca os meus olhos com preocupação. — Eu sei… — sussurro, tentando passar uma confiança que não sinto. Olho pela janela do carro, a paisagem da cidade passando num borrão. Dentro de mim, uma tempestade se forma. Nunca me imaginei em uma situação como essa, e por vezes penso que seria melhor não ter feito denúncia alguma. Finalmente chegamos. O tribunal se ergue imponente diante de nós. Fecho os olhos, respirando fundo antes de aceitar a mão de Felipe e saltar para fora do SUV. Smith nos aguarda do lado de fora, e como eu temia
****LIARA ALMEIDA****— Senhorita Almeida — o demônio de saia começa com uma voz condescendente — você saiu do Brasil para trabalhar como babá, correto?— Sim.— Mas acabou se envolvendo com o senhor Sossmeier. Seria correto supor que era seu objetivo desde o início? Afinal, um homem bem-sucedido é um alvo bastante tentador para uma mulher em sua posição, não?— Vim pra Nova York porque consegui um emprego, não tinha intenção de me envolver com ninguém — afirmo, tentando manter o controle. — O que aconteceu entre mim e Felipe foi natural. Não sou caçadora de fortunas, se é o que tá insinuando.— Então a senhorita nega que sempre nutriu sentimentos pelo senhor Sossmeier, com quem conviveu durante a infância e parte da adolescência? Afinal, não é segredo que eram próximos.— Protesto! Sem relevância para o caso.— Aceito. Advogada, mantenha o foco no incidente em questão.— Senhor juiz, o questionamento é totalmente pertinente. — Sorri, cínica. — A intenção é demonstrar que a senhorita A
****FELIPE SOSSMEIER**** — Dou um doce pelos seus pensamentos. — Provoco Lia, que está descansando a cabeça no meu peito. Estamos deitados, juntinhos, na cama de solteiro que ela comprou para economizar espaço em seu novo lar. O estúdio é pequeno, mas traduz perfeitamente a jovialidade e alegria que Liara carrega em si. O lugar é exatamente o que minha garota precisava para sua nova fase. Hoje fui buscá-la novamente no restaurante. Ela diz que preciso parar de fazer isso, já que as colegas de trabalho ficam fofocando e soltando indiretas de como ela não precisa trabalhar por ter um namorado rico. Mas hoje ainda é quarta-feira, e combinamos que ela só iria para a cobertura nos fins de semana, o que me deixa morrendo de saudades. Lia passa quase todos os dias antes do trabalho para dar um beijo em Chloe. Imagino a correria que deve ser ir até lá e depois voar para o restaurante, mas sei que ela faz isso porque ama minha filha. Ela ainda teme que a nossa Sunshine tenha outro episódio
****FELIPE SOSSMEIER****Acordo com os primeiros raios de sol entrando pela fresta da cortina, iluminando o pequeno apartamento de Liara. Não estou acostumado a acordar aqui, nesse espaço tão pequeno. Ainda assim, é aconchegante e tem sido uma espécie de refúgio para nós dois nas últimas semanas. Ela está deitada ao meu lado, a cabeça apoiada no meu peito, dormindo profundamente. Ao menos por algumas horas conseguiu descansar.Minha mente, por outro lado, está a mil. Decidimos que vamos logo cedo até o Departamento de Polícia de Nova York (NYPD). Mando uma mensagem para o detetive Frank. Ele responde de imediato, avisando que vai estar nos esperando. Envio também mensagem para Smith, nossa advogada. Conto com os dois para nos ajudar com a questão das ameaças que Liara recebeu, mas também, quero conversar sobre a nova bomba que Britney lançou: o pedido de guarda compartilhada de Chloe.Com cuidado, me levanto para não acordar Lia, que está exausta. É incrível como ela se mantém firme, a
****LIARA ALMEIDA****Ainda estou tentando manter a sanidade e a rotina. Aula, trabalho, namorado, Chloe... tudo. Mas as mensagens não param de chegar. A cada notificação no celular, sinto um frio subir pela espinha. Queria ignorar, fingir que são apenas piadas de mau gosto, mas é impossível.Depois de mais um dia de aula, desço do metrô e sigo em direção ao meu refúgio. A cabeça tá uma bagunça. Aproveito para distrair a mente durante o trajeto. O Soho, bairro onde moro, nessa primavera está um sonho! A brisa acaricia meu rosto enquanto admiro a arquitetura dos prédios históricos, as vitrines das lojas e galerias de arte, e me deixo envolver pelo delicioso aroma que se espalha pelas cafeterias. É como se a cidade me abraçasse depois de dias tão intensos.Estou radiante por ter tido a sorte de conseguir alugar um lugar incrível, por um preço melhor ainda!Sigo meu caminho já planejando um banho relaxante antes de ir dar um cheiro na minha Sunshine e depois correr para o trabalho. Meus
****FELIPE SOSSMEIER****As mãos tremem, o coração b**e descompassado. Jamais imaginei que receberia uma ligação assim.Liara... presa? Isso não faz o menor sentido. Ela nunca se envolveria com drogas, muito menos esconder uma mala cheia delas debaixo da cama. Sei exatamente quem está por trás disso, mas como conseguiram entrar no apartamento trancado com senha se segurança?Essa é a parte que me deixa intrigado. Minha cabeça ferve, e minha garganta parece se fechar de tanta raiva. Foi armação... isso é tão claro quanto o sol que brilha no céu claro do meio da tarde.Contrariando todas as expectativas, Brian está dirigindo, o silêncio dentro do carro é palpável. Como ele veio para aqui? Parece irônico eu dizer isso, mas o cara se mostrou um verdadeiro amigo para minha namorada.Quando recebi a ligação de Liara, desesperada porque a polícia havia revirado sua casa, dando a ela voz de prisão, ele estava comigo no escritório. Estávamos discutindo a segurança dela no restaurante, Brian ve
****LIARA ALMEIDA****Felipe desembolsou uma fortuna de cem mil dólares pela minha fiança. Enquanto a tarde avança, aguardo a confirmação do pagamento que me permitirá sair daqui. Fui obrigada a entregar meu passaporte e assinar um termo comprometendo-me a comparecer a todas as audiências para as quais eu for convocada. Mal posso acreditar que estou passando por toda essa confusão, afinal, eu não hesitaria em esclarecer toda essa merda que armaram contra mim.O som metálico da porta se abrindo me tira dos meus pensamentos. Estou sentada, esperando o que parece ser uma eternidade. A policial ao meu lado me observa, mas não digo nada. Dentro de mim, há um turbilhão de emoções que mal consigo processar.— Senhorita Almeida, pode me acompanhar. — A funcionária da corte aparece e eu me levanto, um pouco cambaleante, sentindo o peso de tudo o que passei nas últimas horas.Sigo-a pelo corredor sem dizer uma palavra. A cada passo, minha mente gira entre o alívio de finalmente sair daqui e a ve
****LIARA ALMEIDA****Estou na cobertura de Felipe há dois dias, praticamente hibernando. Não saí pra nada. A ideia de enfrentar o mundo lá fora me dá calafrios, embora eu saiba que devo enfrentar meus medos de cabeça erguida. Só preciso de um tempo para digerir o que aconteceu.Brian foi um querido, me liberou do trabalho por uma semana, e as aulas, bom… essas eu recupero depois. Só de pensar em retomar a rotina, já me sinto exausta.Felipe tem sido o meu apoio. Ele e Chloe me fazem esquecer, ao menos por alguns instantes, o terror que foi ser presa e ter de passar a noite em uma cela imunda, com mulheres me olhando de um jeito estranho, como se pudessem arrancar meu pescoço fora sem o menor esforço.Vejo Felipe brincando com a filha no tapete da sala, completamente absorvido. A gargalhada dela ilumina o ambiente, e, por um breve momento, sinto como se tudo estivesse bem. Observo o amor que eles compartilham e me pergunto se um dia vamos poder viver sem essa sombra de ameaças.— Ah,