CAPÍTULO 5

MAYA

- Você resolveu do nada voltar pro Brasil?

- Não foi do nada né Maya - ele responde como se fosse algo óbvio.

- Eu sair daqui pra estudar, e você sabe disso.

- É...soube uma semana antes de você ir - falo sentindo toda a mágoa que senti naquele dia.

- Você tinha terminado comigo lembra?, eu ia simplesmente ligar pra você e falar que eu ia embora?

- Uma viagem pra ir morar em outro país não se planeja em uma semana Miguel, e você sabe muito bom porque eu terminei com você.

- Você terminou por paranóia sua e eu ia te falar da viagem no dia que você terminou comigo.

- Paranóia né? Ta certo, e nem foi por sua boca que eu soube, pra você ver o nível de consideração que você teve.

- Mas isso ja passou e eu estou de volta - passou pra você seu fdp - temos que ver como vai ficar a rotina da Sófia.

- É assim? Você passou a gravidez e o um ano inteiro longe dela e agora vem do nada pra ver como vai ficar a rotina da minha filha?

- Nossa filha - ele corrige.

- Pai de internet tem vários ai.

- Você não tem o direito de falar isso - fala se levanto.

- Tenho mesmo o direito não, mas eu tenho o direito de trocar fralda, o direito de passar madrugadas em claro, eu tenho o direito de largar minha faculdade, eu tenho o direito de ir pra hospital quando ela passar mal, eu tenho direito de levar uma criança de 1 ano pro meu trabalho porque não tenho com quem deixar, esses são os únicos direitos que eu tenho né? - falo ja com os olhos cheios de lágrimas.

- Você fala como se a Sófia fosse um castigo.

- Aaahh Miguel cala a boca que você não tem moral nenhuma pra falar nada aqui.

- Mas eu continuo sendo pai dela.

- Você so é o pai dela porque eu coloquei, porque você não estava nem aqui pra registrar sua própria filha.

- Eu tive meus motivos pra não está aqui, e você fala tanto mais meu dinheiro você aceitava e não so sua vida mudou não.

- Nossa sua vida deu uma reviravolta, você dar os 50% da mesada que seu pai te dar e dar 5 minutos do seu tempo pra sua filha, nossa palmas pro paizão do século - falo batendo palmas.

- Maya eu entendo seu lado, mas precisamos conversar como adultos e resolver, você ta sendo infantil.

- Eu estou sendo infantil? Ta bom beleza, va senhor da maturidade começa uma conversa civilizada.

- Eu sei que no começo vai ser difícil pra você, mas eu também quero acompanhar o crescimento da Sófia, eu vou me casar a alguns meses e a Sófia tem que conhecer minha família, e também a Carol ja que ela vai conviver com ela também.

- Que se foda a sua família e que se foda a Carol, enquanto eu estiver viva minha filha não pisa no mesmo teto que aquela vagabunda.

- Sua família me odiava, me chamavam de preta imunda, lembra? A Sófia ta ai com um ano já, você acha que eles se importaram ou se importam? Você acha que eles estão pulando de alegria que a preta imunda engravidou do filho deles e que eles tem uma neta preta?, me fala Miguel, falaaaa - falo ja gritando e chorando ao mesmo tempo.

- Você tem que parar de chamar a Carol de vagabunda e minha família não gostava de você mas eu sempre te defendi.

- Você quer que eu pare de xingar a vagabunda com quem você me traiu? ai Miguel conta outra, e você me defendia? Miguel você sempre foi um covarde, nem pra me assumir você teve coragem, quando qualquer pessoa perguntava, eu era sempre "sua amiga", a amiga que você fudia e ja tinha pedido em namoro as meses né. E eu boba acreditava que você so queria " preservar" nosso namoro, mas em que mundo o menino branco rico iria assumir a preta pobre né.

Ele vai começar a falar, so que com os meus gritos a Sófia acorda e começa a chorar.

- Vai embora da minha casa - falo.

- Maya a Sófia ta chorando.

- VAI EMBORA DA DROGA DA MINHA CASA - Falo gritando - Não se preocupe que da minha filha eu cuido, como sempre cuidei .

Ele sai e b**e a porta, eu tranco e vou pro quarto da Sófia coloco ela pra dormir de novo e vou pro meu quarto.

E ali eu me permito chorar, chorar tudo que eu prendi esses anos.

Chorei a noite toda até dormir.

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