Duas semanas após a leitura do testamento, todos os amigos se reuniram em um evento beneficente. Ryan e Christine observam Melissa caminhar de mãos dadas com Eduardo pelo local, irradiando felicidade, enquanto eles ainda não conseguiram encontrar qualquer prova que confirmasse o envolvimento dela na tragédia que impactou a vida de seus amigos. À medida que a mesa dos amigos vai sendo ocupada, as conversas fluem animadamente.— Alex, quando você planeja voltar para Zurique? — Pergunta Saulo.— Talvez na próxima semana, agora que consegui resolver todos os problemas no Grupo Shaw. Ou quem sabe eu… — Ele interrompe sua fala ao notar Rebecca caminhando de mãos dadas com Natan pelo salão. — Provavelmente na próxima semana. — Conclui, tomando um gole de uísque para esconder seu desconforto.Ao notar a presença de Alex, Rebecca sente suas bochechas corarem, revelando seu constrangimento. Natan percebe sua mão apertando a dele enquanto caminham até a mesa, e ela lhe oferece um sorriso tímido.
Naquele momento, a única trilha sonora é a música ambiente, enquanto o clima na mesa se torna extremamente pesado, e o desconforto de Rebecca é visível, à medida que ela evita os olhares de Alex.— Rebecca, como você pode ficar tanto tempo com alguém assim? — Sussurra Natan, embora suas palavras sejam claramente audíveis.— Estou curioso, alguém assim? — Indaga Alex, fixando seu olhar nele.— Alex, pare de provocar. — Adverte Bruna, em uma tentativa de amenizar a tensão.— Permitam-me desfrutar desta rara oportunidade de uma análise comportamental gratuita. — Diz, levando o copo aos lábios, provocando risos entre seus amigos.— Alex, suas réplicas afiadas e indiferença questionável voltaram. — Observa Richard, rindo.— Que tal brindarmos a isso, então? — Indaga, erguendo o copo com um ar de desafio, e bebendo o uísque de um só gole.— Vocês são pessoas incríveis, exceto você. — Natan aponta para Leandro. — Como conseguem tolerar a presença de alguém tão venenoso e desagradável como ess
Alex observa Rebecca, imóvel, seus olhos fixos na porta. Sem pensar duas vezes, ele se aproxima dela, envolvendo-a num abraço por trás, sentindo o calor do corpo dela contra o seu.— Não me toque! — Ela grita, empurrando-o com força, lágrimas prestes a romperem o limite de seus olhos, e uma chama de raiva em seu olhar.— Por que você está gritando? — Pergunta Alex, sua voz calma, mas seus olhos revelando uma preocupação genuína.— Qual é o seu problema? — Pergunta, sua voz trêmula e os nervos em frangalhos, enquanto Alex mantém um silêncio carregado de tensão.— Quer conversar? Olhe para mim. Eu não sou uma parede. — Responde, desejando quebrar desesperadamente a barreira que se formou entre eles.Rebecca encara a porta uma última vez, suspira profundamente e volta-se para encará-lo. Seu coração b**e mais rápido à medida que ele se aproxima, e quando Alex estende a mão em direção ao seu rosto, ela dá um passo para trás, evitando seu toque.— Eu já disse, não me toque. Qual é o seu prob
Alex e Rebecca passaram uma noite em claro, travando uma batalha exaustiva com suas próprias emoções. Para Rebecca, os medos relacionados ao bebê a atormentam como sussurros que evocam um passado doloroso, e o pavor de repetir os mesmos erros a consome. Enquanto isso, Alex sofre por demorar tempo demais para se perdoar e por magoar repetidamente a mulher que carrega em seu coração, o que o fez perder de vez a chance de ser feliz ao lado dela. Na manhã seguinte, Alex toma um banho frio e se encontra com seus amigos para o café da manhã.— Parece que alguém não teve uma noite de sono tranquila. Sua aparência está péssima. — Leandro comenta ao avistar Alex.— Sem piadas, meu humor está péssimo. Onde está o Richard?— Ele está no trabalho, não vai tomar café conosco. — Responde Saulo.— Então, senhores, o que vocês têm a compartilhar sobre a Srta. Jenkins e o Sr. Plaenge?— Até onde sei, não temos obrigação de te fornecer informações sobre eles. — Afirma Ryan.— Você continua um idiota, Ry
Rebecca para em frente à porta do escritório de Natan e suspira, tomando coragem para entrar e conversar com ele. Ela b**e na porta e aguarda por uma resposta, seu coração b**endo forte de ansiedade.— Pode entrar. — Responde Natan com um tom profissional.— Bom dia, Sr. Plaenge. — Cumprimenta com um sorriso tímido, seu olhar denunciando a complexidade das emoções que a afligem.— Minha linda, que bom te ver. — Responde com um sorriso animado. Ele levanta-se, se aproxima e, de repente, puxa-a para um beijo inesperado, fazendo com que seu coração acelere. — Você está atrasada.— Eu sei, me desculpe. — Responde, se afastando e virando as costas para ele. — Fui a uma consulta médica.— E como você está, meu amor? — Pergunta, uma nota de preocupação em sua voz.— Do que você me chamou? — Questiona, virando-se para encará-lo, seus olhos revelando surpresa.— De meu amor. — Responde, se aproximando e acariciando o rosto dela com ternura. — Rebecca, eu te amo. — Diz, observando a expressão su
Susan e Rebecca passam o dia imersas em conversas no apartamento, e a presença e conselhos de Susan dissipam gradualmente a insegurança e o medo que Rebecca estava sentindo. À noite, elas se juntam aos amigos na casa de Camila e Saulo.— Amiga, como você está? — Pergunta Camila, seus olhos cheios de empatia.— Estou me sentindo melhor. Obrigada pelo apoio. — Rebecca, precisamos ter uma conversa séria. — Afirma Ryan, batendo de leve os dedos na mesa.— Ryan, por favor, me dê um tempo para organizar meus pensamentos. — Responde, com uma expressão irritada.— Rebecca, você falou com ele? — Insiste, olhando-a com seriedade.— Sim, ontem à noite. Se vocês querem saber, sou a culpada pelo mais recente surto do Alex. Resolverei isso, não se preocu…— Não aguento mais, preciso saber. — Diz Luiza, interrompendo-a com os olhos ansiosos. — Você está grávida?— Richard, você não consegue mesmo guardar um segredo. — Brinca Rebecca, e uma onda de risos varre o ambiente. — Sim, estou grávida, de gêm
À medida que os dias deslizam pelo calendário, Rebecca se vê envolvida por uma teia crescente de frustrações. Os dias, que inicialmente se arrastavam, agora se transformaram em meses que contam a história de sua incansável busca por Alex. Seu cansaço é evidente, um manto de exaustão que a envolve, e seu ânimo oscila entre o brilho efêmero de dias ensolarados e as sombras que pairam nas horas mais solitárias. O desânimo tornou-se seu companheiro constante, uma sombra que sussurra a impossibilidade de contatar o pai de seus filhos.No entanto, no meio desse turbilhão de emoções, os pequenos milagres que crescem em seu ventre se erguem como faróis de esperança em sua vida. Eles tornaram-se, sua prioridade inquestionável.Numa tarde de agosto, Rebecca se encontra diante de um espelho em uma loja de artigos de luxo para bebês. Seus olhos se perdem na visão de sua barriga, uma esfera de vida que já carrega quase seis meses de histórias. Enquanto seus dedos acariciam a curva, uma voz amiga a
Num hotel à beira-mar em Nassau, nas Bahamas, Alex se debruça sobre o parapeito da varanda, observando as águas cintilantes do oceano à sua frente. Com seu celular em mãos, ele acessa o perfil falso que meticulosamente construiu no passado, após seu encontro com Rebecca. As fotos dela aparecem na tela, retratando sua beleza radiante em meio à gravidez. Com um olhar firme, Alex escolhe o número de telefone e faz a ligação.— Maria, boa noite. — Diz, ao ser atendido. — Conseguiu concluir tudo a tempo? — A impaciência em sua voz é inconfundível.— Alex, sim, consegui. Deixei o pacote que você enviou no apartamento dela, com rosas e balões. Tudo está perfeitamente preparado, como você planejou.— Ótimo, agradeço imensamente por tudo, Maria. — A gratidão em sua voz é inegável.— E quando você retornará para Boston?— Chegarei amanhã à noite, por volta das 10h.Maria sorri com entusiasmo, compartilhando da antecipação da felicidade de Rebecca ao revelar finalmente a Alex que os filhos que el