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Duas partes de uma alma

                               O metrô

Lana e Emma dividem um apartamento desde a época da faculdade. Ambas já estão no mercado de trabalho e bem sucedidas em suas vidas profissionais, mais Lana está furiosa; Emma tinha sido promovido e estava de mudança para fora do país para ficar de olho e organizar de perto tudo dos negócios da empresa, a qual atualmente era presidente. Mais não era por isso que Lana estava tão irritada, e sim porque Emma chamou uma prima sua para ficar em seu quarto, e Lana não tinha conhecimento disso. Foram 3 dias de briga e Emma tentando convencer Lana, afinal não custaria nada para Lana hospedar sua prima, e no fundo Emma estava preocupada com a solidão que Lana ficaria depois que ela fosse embora, ela sabia que a prima poderia ser uma ótima companhia.

- Eu não acredito que você chamou essa garota estranha para ficar aqui, Emma!

A amiga revirou os olhos. - E ainda por cima nem me avisou. Disse bufando.

Com a paciência de jô que só Emma e Jeremy tinha com Lana e gênio dificil, a amiga respirou fundo para controlar a paciência com a amiga mais nova.

- Olha Emma ela não é mais a garota estranha que você vê naquela foto ok? E eu sei que eu deveria ter te contado antes, mais eu estava tão ocupada resolvendo as coisas para a minha mudança, e para empresa também que eu acabei esquecendo, e me desculpe, mais com esse seu jeito turrona, eu tinha que sentar e conversar com você, mais nem eu e nem você tivemos tempo, vai ser só por alguns meses, no máximo quatro meses, não é como se fosse para a vida toda. Lana pareceu se acalmar e entender o lado da amiga.

É só durante a reforma do apartamento dela. E qual é? É minha prima! O que é que custa?

Lana agora estava envergonhada com o tamanho do pidi que deu. Reconhecia que não era para tanto, então tentou se explicar.

- Emma você sabe como eu sou com pessoas que eu não conheço. Sou retraída, eu vou me sentir estranha em conviver com uma pessoa que eu não conheço seus costumes e manias, eu não vou saber lidar com isso, só de pensar que podemos ser completamente diferentes uma da outra, eu nunca a vi na vida a não ser pela aquela foto que eu realmente preferia nem ter visto. Emma cerrou os olhos. - Quando ela chega?

- Amanhã. Respondeu acanhada, a amiga abriu a boca em 'o' e seu celular tocou no momento em que ela já ia ter outro surto com a amiga. - Salva pelo o gongo. Sussurrou Emma para si. 

- Ok chego aí em 30 minutos. Desligou o telefone e lançou um olhar mortal para a amiga e Emma soube que estava ferrada naquele momento. - Quando eu voltar terminamos essa conversa. Emma já estava indo em direção ao quarto quando Lana a chamou. - Hey, sei que é sua prima e por isso vou tentar não ser indelicada. Disse enfim cedendo e arrancando um sorriso da mais nova. - Eu te odeio

- Eu te amo, Lana Heyes.

Lana pegou as suas chaves que estavam na mesinha e saiu em direção ao metrô já que seu carro estava no concerto. Estava descendo as escadas do metrô e não percebeu o movimento, pois estava concentrada no celular, parece que havia tido um problema no Carmines's e ela estava com pressa e preocupada. Prestes a guardar o celular no bolso de seu casaco, sentiu um impacto em seu corpo e viu seu celular cair contra o chão. Lana não acreditava no que estava vendo, a mulher a sua frente de 1,60m se desesperou ao ver o que tinha causado, Lana já estava prestes a dizer tudo que a menor merecia ouvir. Quando a mulher levantou com o aparelho em mãos viu que estava trincado e desligado, Lana estava atônita por ver o estado em que seu celular se encontrava.

- Oh, meu Deus! Foi só o que conseguiu dizer.

- Oh, meu Deus! Oh, meu Deus, oh, meu Deus, oh, meu Deus!!! Me desculpe, eu sou uma estabanada, e-eu não tive a intenção.

Lana ainda estava sem reação, olhando para o que sobrara de seu aparelho nas mãos da mulher. - E-eu vou arcar com todo o prejuízo. 

"é mais do que sua obrigação" pensou Lana.

- Você só precisa me passar o seu número e eu te ligo para arcar com o prejuízo. Lana percebeu as bagagens perto da mulher e levantou o olhar para lhe responder.

- Meu número? Perguntou estupefata. - Meu celular acabou de quebrar caso não tenha percebido.

A mulher ficou sem graça com o tom rude de Lana, afinal não foi algo intencional, mais sabia que tinha que arcar com o prejuízo.

- Me desculpe, se não for indelicadeza, você teria um cartão de visita ou algo do tipo, para que eu possa entrar em contato? Perguntou ainda mais acanhada.

- S-sim eu tenho. Lana agora gaguejou, ela estava aérea, não somente pelo o ocorrido, mais pela a beleza da mulher. Ela podia viajar na admirável beleza da mulher a sua frente, seus cabelos eram longos e lisos, de cor castanho claro, seus olhos eram castanhos. Lana estava levemente boquiaberta com a perfeição do rosto da mulher. Ela podia guardar na memória os mínimos detalhes de seu rosto, inclusive uma sutil pintinha que ficava discretamente, no lado esquerdo superior de sua boca. Lana só saiu do tranze em que estava quando a mulher tocou-lhe em sua mão a fim de lhe entregar o aparelho.

- Mais uma vez me perdoe por minha total falta de coordenação em controlar o meu próprio corpo, eu prometo arcar com o prejuízo é só...

- Me desculpe, não precisa se preocupar. Não é como se tivesse sido de propósito.

- Não, não. Eu faço questão, é mais do que minha obrigação. Eu sou extremamente desastrada, quando isso atingi só a mim, ok, mais não posso simplesmente saí por aí destruindo celulares alheios..

- Não se preocupe. E eu também estava errada em andar no metrô com o celular em mãos, eu também contribuir para o acidente.

Lana estava decidida a não aceitar que a mulher  gastasse em nada com o prejuízo.

- Aliás eu tenho que te agradecer, eu estava precisando comprar um novo celular, mais só adiava. Agora não tem mais como adiar.

Disse tentando acalmar a mulher arrancando um sorriso tímido da mesma."um lindo sorriso"pensou.

- Ah, então tudo que eu fiz foi te ajudar a criar coragem para comprar outro celular?

Disse de forma divertida, fazendo Lana rir.

- De qualquer forma me desculpe, eu estou muito envergonhada.

- Não se preocupe e obrigada por me salvar. Disse de forma brincalhona.

- Uh, Ela olhou como se perguntasse o nome dela e Lana se apressou em responder.

- Lana. Lana Heyes. Estendeu a mão para comprimentar a mulher.

- Louise. Louise Rivera. Segurou a mão de Lana e as duas ficaram assim por três segundos, que mais pareciam dez segundos.

- Bom Lana Heyes, você pode me dizer que horas são? Meu celular descarregou e tenho que encontrar uma pessoa, mais eu tô meio perdida no tempo.

- Claro, são 15:40, você quer ajuda com essas malas?

- Não imagina, eu quebro o seu celular e você ainda me oferece ajuda. Não precisa, antes do meu celular apagar, eu havia solicitado um uber, aliás ele está bem ali.

- Mais como você...Lana disse enquanto se virava na direção indicada e viu o motorista segurando uma espécie de placa com o nome Louise escrito nele. Ele vinha andando em direção as duas para carregar as bagagens de Louise. Lana voltou seu olhar para Louise e a mesma a olhava com um sorriso divertido no rosto.

- Você não precisa se preocupar, mesmo sendo estabanada, eu sei me virar."quanta petulância para alguém de um metro e sessenta" pensou Lana.

- E você parecia estar com pressa, não quero atrapalhar mais o seu dia.

- Não se preocupe com isso e...pegue. Não é para pagar nada é como uma visita caso precise de um lugar para almoçar ou jantar com amigos ou namorado, talvez...perguntou com a intenção de saber se a mulher tinha alguém.

Louise pegou o cartão e percebeu o que Lana queria saber quando fez esse convite e resolveu, deixá-la curiosa.

- É muita gentileza sua, obrigada. Disse rindo da cara de decepção que Lana fez com a resposta.

- Apesar das circunstâncias, foi um prazer conhecê-la Lana Heyes. Disse sincera.

- Foi sim, um enorme prazer. Disse Lana com um sorriso bobo no rosto. - Bom nos vemos no Carmines's talvez. Disse ao lê o cartão.

Louise entrou no carro e acenou discretamente para Lana, antes do motorista dá partida e sair com o carro, deixando Lana parada no meio das escadas com cara de banana.

Em outra época, Lana teria explodido a estação de metrô de raiva, mais vejam como ela se encontrava agora. Parada nas escadas do metrô, com um celular quebrado em mãos e sorrindo. Sim, ela estava sorrindo.

Seria esse o início de um novo começo?


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