Dulce 🖤🖤🖤
Olho para a minha barriga. Ela já está tão grandinha. Agora já não apanho e nem fico com fome em momento algum durante o dia. Estou em uma pequena casa, para onde os policiais me trouxeram. Aqui fico sozinha, mas do lado de fora sempre há um carro com policiais à paisana. Quando tenho consulta, eles me acompanham. Sempre se preocupam em me alimentar. Sei que não fazem isso por mim, mas sim por minha bebê, e sou grata por isso. A única coisa que me deixa triste é não poder sair para comprar as coisinhas para a minha princesinha.
Queria poder montar um quarto para ela, todo rosa e com várias coisinhas fofas de menina. Nunca quis ter filho. Só entrei nessa após Miguel insistir demais. Mas agora sei que amor maior que esse não há. Me arrependo de tantas coisas..., queria tanto teNarrativa de Manuela ♥♥♥♥Já é fim de tarde quando acabo de tomar banho junto com Caio e fico parada me olhando no espelho. Me encanto com o tamanho da minha barriga e já imagino que Dulce também deve estar com um barrigão. Será que Miguel fez algum mal a criança? Será que ela ainda está grávida ou ele já conseguiu fazer com que ela perdesse o bebê? Só de pensar nisso me arrepio toda. Parece que o chão abriu e fechou com eles dentro. A polícia continua a busca, mas é como se houvessem evaporado. Só vou me sentir segura quando forem pegos. Mas não consigo parar de pensar na bebê.Ontem Caio e eu fomos ao orfanato visitar e levar as coisas que ganhei no chá de bebê do final de semana. Como nosso filho já tem de tudo, graças
Já faz uma hora que Camila e Ricardo foram embora e Caio passou o tempo todo me paparicando. Mas ainda estou chateada. Ele está assistindo UFC e eu estou virada para o outro lado da cama assistindo no celular.— Manu, não gosto quando fica assim. Só não saímos porque tenho medo de acontecer algo com você. Ainda mais agora que já está tão perto do bebê nascer. — Seu braço envolve a minha cintura e Caio cola seu corpo no meu. — Eu te levei aos orfanatos com o coração apertado. Não quero que fique com raiva de mim. — Se aproxima do meu ouvido. — Eu te amo.— Eu também te amo, Caio. Não estou com raiva de você, mas dessa situação. Passei praticamente a gravidez toda em casa. Só saio de vez em nunca, e tudo isso por causa daquele maldito do Miguel. Não vejo a hora disso tudo aca
Após o almoço, Caio teve quer ir à loja pessoalmente resolver algumas coisas. Espero que ele não demore. Tivemos a ideia de montar um álbum de fotos do bebê e já comecei a colocar as do ultrassom. Augusto subiu antes de Caio sair e já trouxe nossas correspondências. Deixei-as em cima da mesinha de centro. Ao finalizar a colagem, pego as cartas e começo a ver do que se tratam. A maioria era propagandas e oferta de cartão. Mas uma me chama a atenção. Ela não tem remetente e é um envelope simples. Abro-a e tenho uma surpresa.“Manu, os dias têm sido difíceis. Miguel está cada vez pior. Estou tão preocupada com minha menina. Quanto mais a hora do parto se aproxima, mais aumenta o meu medo. Não faço mais meu pré-natal, e tem dias que ela nem se mexe direito. Estou tentando me manter firme, mas está muito dif&i
Após explicar tudo a Caio, ele resolve chamar Ivan no mesmo instante. Só assim consigo me aquietar. Não demora para ele chegar em nosso apartamento. Mostro a carta e explico a minha teoria. Estou torcendo para não ser loucura da minha cabeça. Se estiver certa, estamos bem próximos de encontrar Dulce e conseguir salvá-la antes que seja tarde. E finalmente conseguir prender aquele demônio do Miguel.— Vou agora para a delegacia. Vamos dar uma varredura nas casas próximas ao espaço onde realizam os voos de balão. São poucas naquela região, então não demorará muito. Aquele lugar é muito afastado da cidade; seria perfeito pra eles se esconderem. — Ivan anota algumas coisas em um bloquinho. — Vocês fizeram muito bem em me chamar. E Manuela, você foi muito perspicaz! Agora já vou indo. — Ele se levanta e vai até
Noite Anterior Dulce Narrando 🖤🖤🖤🖤Será que Manu realmente recebeu a minha carta? Será que Júlio postou ou só me enganou? Ele está tentando me ajudar de toda forma possível. Quando Miguel não me dá o que comer, Júlio me traz comida escondido. Acho que fica com dó de ver uma grávida com esse tamanho de barriga passar fome. Nunca imaginei que Miguel seria tão ruim assim comigo. Sempre soube que ele não valia nada, que era um bandido, mas o que está fazendo comigo é desumano.Minhas roupas nem conseguem cobrir a minha barriga, e as poucas peças que Miguel comprou para mim já estão todas pequenas. Acho que tenho no máximo seis peças de roupa. Todas já gastas. Minha filha não tem absolutamente nada. Nem se quer uma fralda. Não sei o que vou fazer quando ela nascer.Cada dia q
Aqui Volta A Narrativa De Manu.♥♥♥♥♥♥O momento em que minha bolsa estoura é uma correria. Caio pede para que Augusto pegue as bolsas que estão no carro; Ivan chama uma enfermeira que logo traz uma cadeira de rodas e me leva para a sala de pré-parto onde me troco. Felizmente a doutora Lúcia já está lá. A sala de parto está sendo preparada. Caio parece ansioso. Está sentado ao meu lado, com uma mão segura a minha e com a outra acaricia a minha barriga.— Como está a dor? — questiona preocupado.Acho que nesse momento já estou fazendo caretas por causa da dor que só aumenta a cada contração.— Agora está mais forte. Quando acordei senti um incômodo, mas não dei muita importância.— Você deveria t
Tudo que quero é ouvir que elas estão bem; e assim que Caio abre um sorriso, sei que as notícias são boas.— Correu tudo bem! — O abraço forte. — A bebê está com ela no quarto. A bala não perfurou nenhum órgão importante. Ela precisou fazer transfusão de sangue pois estava muito fraca, mas agora está bem melhor.Meu peito parece que vai explodir de felicidade. Está indo tudo tão bem que quase não posso acreditar que é verdade.— Que notícia maravilhosa, Caio. Estava com tanto medo de algo ter acontecido. Vou ver se consigo ir ao quarto dela mais tarde.— Tenho uma notícia melhor ainda. — Olho para ele cheia de expectativa. — Miguel faleceu. Enfim o demônio voltou para o inferno.— Eu sei que não deveríamos ficar felizes com a mor
Em minha cabeça se passa mil coisas. Dulce quer mesmo passar a tutela de Aurora para mim. Será que isso é uma boa ideia? Se bem que não quero que ela vá para um abrigo. Após Dulce me contar por cima quais os crimes que já cometeu, sei que não ficará poucos anos na cadeia. E essa pequena não merece ficar abandonada em um orfanato qualquer. Deus, o que eu faço?— Você entende, Manu? Eu já fiz muita coisa errada. Sei que vou passar muitos anos presa. Não quero que minha filha cresça sem uma família. Tenho certeza que você e Caio cuidarão muito bem dela. Por favor, eu imploro a você, não deixe minha filha desamparada. — Lágrimas rolam por seu rosto.— Você pode segurar Nando um pouco?Ela assente.Deixo Nando com ela e pego Aurora no bercinho. Assim que abre os olhinhos