Os primeiros dias de recuperação de Marcus foram intensos. O pós-operatório exigia atenção constante, não apenas da equipe médica, mas também da família. Helena e Eduardo revezavam com Eveline no quarto, mas era ela quem não saía do lado do marido, mesmo quando o corpo pedia descanso.
As feições de Marcus estavam cobertas por curativos, as dores eram controladas por medicações fortes e o cansaço deixava seu humor oscilante. Ainda assim, quando acordava e via Eveline ali, sentada, penteando os cabelos com delicadeza, murmurando palavras suaves, algo em seus olhos suavizava.
— Você não precisa ficar aqui o tempo todo — ele murmurou em uma das tardes. — Vai descansar um pouco. Eu fico bem.
Ela sorriu e segurou sua mão com carinho.
— Não sei descansar longe de você.
Ele fechou os olhos, apertando sua mão com mais força. Havia algo diferente nele. Como se o medo de antes estivesse sendo substituído por algo novo, sutil, mas presente: aceitação.
Nos dias seguintes, Eveline passou a se comun