JOSH
Caminhando pelas ruas de Capitol Hill, bairro onde moro, pensando em tudo o que aconteceu em minha vida dentro de meses e do quanto a culpa pelo que fiz com Alycia me consome mais a cada dia, me deparo com uma fachada de uma grande casa imponente, na qual possuía um cartaz em seu muro que lia-se: “Estamos precisando de voluntários”. Já tinha observado essa casa outras vezes, e o cartaz também, mas nunca tive coragem para parar e tomar alguma atitude.
Fiquei olhando aquele cartaz e a casa por alguns minutos até resolver seguir em frente e fazer o que meu instinto me pedia para fazer no momento, que era entrar na grande casa e tentar ser alguém melhor. E foi com esse intuito que entrei e fui recebido por uma simp&aacu
ALYCIA O dia está maravilhoso, com um céu lindo e a brisa suave soprando em meu rosto, observo, ao sair do meu prédio, direto para a rua. Hoje é dia de dar aula às crianças do orfanato. Encontrei esse orfanato perto da minha casa, por acaso. Um dia estava caminhando, meio sem rumo pelo bairro, com a alma e coração em frangalhos, então passei em frente a uma casa grande com uma placa na frente com o nome orfanato. Mas o que mais me chamou a atenção foi um pequeno cartaz ao lado da porta indicando que precisavam de voluntários, não pensei duas vezes e entrei na enorme casa. Conversei bastante com uma freira que era a responsável pelo estabelecimento e me propus a ajudar no que pudesse. Ela me dis
ALYCIA Estou bastante animada, porque, hoje terá uma festa no orfanato, segundo a Madre, que me ligou ontem para me informar sobre essa surpresa, hoje teremos um dia especial com muitas brincadeiras, comidinhas especiais e alguns palhaços que foram contratados para fazer a animação do evento, tudo patrocinado pelo mais novo benfeitor do orfanato, o tal advogado que tem se transformado em um anjo salvador, de acordo com a madre. Esse detalhe foi o que me convenceu de que o tal benfeitor, não é o Josh, pois tenho plena certeza de que ele jamais se disporia a fazer algo tão benevolente e desprendido de egoísmo, pois se dedicar a ajudar ao próximo, sem receber nada em troca, requer um desprendimento sem igual, coisa que tenho certeza, não faz parte da índole do Josh.&nbs
KELY Não posso acreditar que Josh, meu Josh, esteja descendo tão baixo assim. Éramos perfeitos um para o outro e agora ele vem e me fala que está apaixonado por aquela bastarda! A filha da empregada! Como pôde acontecer isso? Ando de um lado para o outro pela sala do meu luxuoso quarto de hotel, me sentindo como um animal enjaulado. Quero sair daqui e matar aquela bastarda nojenta o quanto antes, e com minhas próprias mãos, mas não o faço, porque Melissa me proibiu de agir impulsivamente, segundo ela, temos que
JOSH Meus olhos começam a arder por causa das infindáveis horas que passei debruçado sobre um processo que está me tirando o sono. Levanto a cabeça, movimentando-a de um lado para o outro, alongando o pescoço, tiro os óculos de leitura e coloco os dedos, indicador e polegar sobre os cantos dos olhos na tentativa de descansar um pouco a visão. Fecho os olhos e tento relaxar um pouco para continuar a trabalhar. Fico assim por longos segundos até resolver voltar à leitura mas, primeiro, estendo a mão para pegar o copo com água sobre a mesa, para aplacar a sede, é então que meus olhos pousam sobre um pacote que foi deixado sobre minha mesa, pela minha secretária, enquanto estava trabalhando.
ALYCIA Olho mais uma vez para o relógio, constatando que estou meia hora atrasada. E quando estamos atrasadas parece que o universo conspira para que tudo ao nosso redor siga lentamente, fazendo com que o atraso seja maior ainda.Vejo os números em vermelho no painel do elevador, indicando os andares, correr lentamente até chegar ao térreo. Batuco o sapato nervosamente até o momento em que as portas se abrem no hall de entrada da recepção do prédio em que moro. Saio imediatamente da caixa metálica já avistando, sentado em uma poltrona, Harry. Sigo até ele, que ao me ver
ALYCIA Um barulho constante de um bip me desperta, mas não consigo abrir os olhos imediatamente, pois minhas pálpebras estão pesadas e, por mais que eu tente, não consigo abri-las. Com a consciência vem também a dor de cabeça forte e uma dor absurda no braço direito. Tudo ainda é bem confuso em minha mente, com vários flashes sobre um carro vindo para cima de mim e Josh vindo do lado oposto também em minha direção, depois a dor e logo em seguida tudo fica escuro. -Dói. –Falo em um gemido, ainda sem conseguir abrir os olhos. -Como se sente, senh
JOSH -Eu vou matar aquela filha da mãe!- Soco a mesa de centro com toda a fúria que me corrói por dentro. -De quem você está falando?- Indaga Scott. Ambos estamos sentados na sala do apartamento de Alycia. Ela está deitada, descansando no quarto, com Amber. Ela e eu tivemos alta hoje e, mesmo sob os protestos do médico, eu mesmo me dei alta, pois jamais deixaria a Alycia sair do hospital sem acompanhá-la, ainda mais depois do atentado que presenciei ela sofrer. Porque nada me tira da cabeça de que o atropelamento foi uma tentativa de
ALYCIA Quando o ar falta em nossos pulmões interrompemos o beijo, mas não nos distanciamos muito, apenas o suficiente para que possamos respirar. Josh me olha com ternura, como se não acreditasse que eu estava ali, bem diante de seus olhos. -Eu não consigo crer que tenho você, assim, em meus braços novamente. -Eu estou aqui, Josh. –Sorrio com os olhos cheios de lágrimas, em um misto de alegria e euforia. -Deus! Você tem noção do quanto eu sofri sem te ter comigo? Jamais imaginei que amaria tanto uma pessoa a ponto de sentir dor física, como senti quando achei que ti