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Capítulo 5-Amigos.

POV Dylan

Eu definitivamente queria matar o Cheol por me acordar tão cedo assim, mas já que ele me acordou que escolha tenho se não deixar ele entrar.

Enquanto tomo meu banho fico imaginando como é estranho alguém no meu quarto, vendo e mexendo em minhas coisas. Melhor eu me apressar!!

Mas quando volto para o quarto ele está vazio. Cadê o Cheol??

Assim que sento em minha cama a porta se abre  e ele entra com um par de sacolas nas mãos.

-Onde você foi?

-Comprar nosso café da manhã!!

Não gosto que comprem coisas pra mim, eu sinto como se ficasse em débito com a pessoa.

-Vo...você não precisava fazer isso.

Minha timidez está outra vez a tona.

-Hmm eu não sabia o que você gosta, então eu trouxe o que eu costumo comer.

-Qualquer coisa pra mim está bom.

Não sou muito exigente em relação à comida, já passei tanta fome que qualquer prato de comida está ótimo pra mim.

-Aqui experimenta esse...

Quando ele me entrega a comida nossas mãos se tocam levemente, e isso faz um choque percorrer todo meu corpo me deixando paralisado.

Ele tira sua mão da minha lentamente, desvia o olhar e senta na cama comendo sua comida.

Depois de um minuto volto pra realidade e também me sento na cama pra comer.

-Hmmm!!!

Isso é muito bom, como os bolinhos que experimentei na casa dele, só que é algo salgado.

-Você gostou?

-Sim!!!!

-Er Dylan?

-hmm??

É estranho ouvir alguém chamar meu nome.

-Posso fazer uma pergunta pessoal?

Ai não! Perguntas pessoais são sempre um problema pra mim, mas por alguma razão que desconheço, eu consigo conversar bem com ele, mesmo só o conhecendo a poucos dias.

-Oque?

Ele parece pensar muito bem antes de prosseguir.

-Onde você nasceu?

-QUE??!!!

Era só isso que ele queria perguntar ou ele mudou de ideia?

-E...eu nasci em Louisiana, mas vim pra Coréia com 5 anos com uma das famílias me adotou.

-Então você sabe falar inglês??

-Sei.

Seu rosto brilha de entusiasmo.

-Tipo fluentemente?

-É.

Não ficou claro pra ele ainda?

-Você bem que podia me ensinar né, sou péssimo em inglês.

Como se ele não fosse rico o bastante pra pagar um curso de inglês.

-Eu não sou bom em.....ajudar.

-Qual é vai ser divertido!!

Ele já acabou o café dele e agora está todo felizinho pulando na minha frente.

-Por favor, por favor, por favorrrrrr!!!!

-Tá bem.

É incrível que geralmente sou difícil de se converse, mas esse cara faz com que minha mente fica uma zora total, e que minhas atitudes sejam tomadas sem pensar.

-Ebaaaa, mas antes temos que fazer o trabalho do Sr Hool.

-É claro.

Já estou me arrependendo de ser amigo dele.

-Prefere fazer o trabalho aqui ou na minha casa?

-Eu preferia não fazer trabalho nenhum.

Seu rosto que antes era pura alegria agora tem um olhar triste e melancólico.

Não era pra sair assim tão ríspido, eu também sou bipolar então meu humor muda do nada drasticamente.

-Desculpa eu não.....

-Que isso tá tudo bem!!

A autoestima desse cara é inabalável, como isso é possível?

-Melhor irmos logo se não vamos nos atrasar pra aula.

Ele segue em direção a porta e eu estou aqui em transe tentando raciocinar oque acaba de acontecer.

-Dylan você vem?

-Hã??

-Terra para Dylan!!! Vamos pra aula!

-A okey!

Pego minha mochila correndo e o acompanho à caminho da sala.

E como aconteceu antes todos ficam nos olhando, e muitas pessoas param pra conversar com o Cheol, mas sempre que tento fugir ele me puxa de volta. Isso está me tirando do sério.

Quando finalmente chegamos na sala vou direto pro fundo que é meu lugar.

-Ei Dylan por que não senta aqui na frente com a gente?

Cheol me pergunta já com seus amiguinhos em sua volta.

-Não.

Foi um não bem seco, mas dessa vez foi de propósito.

Me sento na minha carteira já irritado pois esse dia não começou bem, quer dizer até a parte em que estava só eu e o Cheol estava bom.

Baixo minha cabeça e fecho meus olhos, quem sabe encontro um pouco de paz.

Até que sinto um beijo no topo da minha cabeça. Quando levanto a cabeça e abro meus olhos tem um dos  amigos do Cheol me encarando.

Com o susto que ele me deu me jogo pra trás caindo todo desajeitado no chão, e obviamente todos na sala começam a rir de mim.

Isso me faz entrar em pânico, começo a tremer, e buscar o ar que me falta, quero gritar por ajuda mas minha voz não sai, e todos só continuam a rir.

-Dá licença.

Senti alguém me puxando pelo braço e pela cintura, mas então tudo começa a girar e ficar lento até o breu me engolir me levando pra escuridão.

POV Cheol

Com o Dylan desmaiado em meus braços corro até a enfermaria, sorte minha que ele não é tão pesado assim.

-O que aconteceu??

Pergunta a enfermeira enquanto o coloco em uma cama.

-Ele desmaiou na sala, acho que foi por ansiedade.

-Ele tinha que apresentar algo?

-Não, ele caiu e todos começaram a rir dele.

-Ahh!!

Outra enfermeira chega me dando um susto.

-Dylan?

Ela é mais velha e começa a checar a pulsação dele.

-Conhece ele?

Pergunto à ela, será que ela pode me ajudar a descobrir mais sobre ele?

-Sim quando ele foi transferido pra essa faculdade ele costumava desmaiar muito e sempre que tinha um dos ataques eu o deixava ficar aqui até passar.

-Ataques?

-Sim, de ansiedade, de pânico, por fobias, sabe ele é um garoto muito complicado porém tem um coração grande e lindo, ele só tem que achar alguém que o entenda.

Talvez eu possa ser essa pessoa, por que não?

-Pode me falar mais sobre ele?

A outra enfermeira mais jovem sai, ficando só nós três no quarto.

-O que quer saber?

-Hmmm Sei lá, o que você sabe?

-Sei que Dylan tem muito medo de convívio social, mas quando você pega a confiança dele ele vai estar pra sempre com você, só que muitas pessoas já o abandonaram e isso causou um trauma, é difícil pra ele confiar em alguém que não seja ele mesmo. Muitas famílias não aguentava ficar com ele, e isso o deixou com muitas cicatrizes, ele sempre acha que é culpa dele.

Ela está lacrimejando, ele tem uma história difícil, mas mesmo assim luta todo dia pra vencer seus medos e fobias.

-Eu vou ser a pessoa que vai cuidar dele!

-Tem certeza disso? O Dylan é complicado, tem que ter muita paciência e amor pra cuidar dele.

Paciência é um dom que nasceu comigo naturalmente, mas amor, que tipo de amor ela quer dizer? Bom não importa eu vou fazer isso de qualquer jeito.

-Se eu tiver o seu apoio Dra será  de grande ajuda!

-Claro querido conta comigo, eu só quero ver o Dylan bem!

Ele ainda dorme calmamente, sua respiração é lenta e regular, seu rosto está sereno, até calmo eu diria, é uma visão muito bonita devo admitir. Talvez só talvez eu seja a pessoa que ele precisa, mas esse 1% de esperança é o suficiente pra me fazer lutar por ele.

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