Amanda e Sophia me encaravam atônitas, visivelmente surpresas. Amanda demorou alguns segundos para se recompor, quase deixando o queixo cair, e comentou, com os olhos arregalados:— Chefe, hoje você tá demais! Tá muito poderosa!Pensei comigo: "Isso é o que elas chamam de ser imponente?"Eu ainda nem tinha mencionado o nosso real poder de fogo. Só em Cidade J e Cidade Z, sem contar o projeto de Cidade A, havia o grande projeto de fusão do Verde Vista Residencial. Apenas com esses dois, elas já teriam muito trabalho e lucros garantidos. Quem mais em Cidade J poderia fazer negócios em tamanha escala? Por que eu não teria que ser imponente?— Parece que você voltou diferente de Cidade A. — Sophia brincou, num tom provocativo.Eu sorri de leve:— Só o projeto de Cidade Z já nos dá um peso enorme nas negociações, sem falar que...Olhei para ambas, com um sorriso tranquilo:— O Verde Vista Residencial também está para recontratar, já que as fases dois e três serão unificadas.Amanda franziu
Eu e Amanda saímos sem demora, mas, quando Sophia nos acompanhava até a saída, ainda reclamou:— Eu estava pensando em segurar vocês duas para o almoço aqui! Tem umas lojinhas novas na vizinhança, e a comida é realmente deliciosa!Virei-me e respondi:— Por que não falou isso antes? Se tivesse falado, eu teria mandado o Felipe despachar o Ângelo.Amanda imediatamente sugeriu:— Então liga logo pro Felipe e vê se o Ângelo ainda está no escritório. Se ele não estiver, a gente pode almoçar aqui antes de voltar, chefe!Pensei um pouco e concordei com a cabeça:— Certo, liga para ele e vê como está.Amanda, ao ouvir a ordem, rapidamente ligou para o Felipe. Para minha surpresa, o resultado foi exatamente o que eu imaginava. Amanda fez uma careta, visivelmente desapontada.Eu apenas balancei a cabeça, sem poder fazer muito, e, rindo, disse a ela:— Vamos logo. Temos que voltar para o escritório.Amanda, sem ter outra opção, caminhou rapidamente em direção ao estacionamento. Antes de ir, volt
Quando voltei ao escritório, vi Ângelo sentado na pequena sala de espera, com uma xícara de café à sua frente. Aproximei-me e sorri com um ar de desculpa:— Me desculpe por te deixar esperando tanto tempo. Eu estava preso em uma reunião no mercado.Ângelo sorriu despreocupado:— Não tem problema, hoje estou sem pressa, então pude esperar tranquilo! Quem deve estar preocupada é você!Internamente, eu ri de leve. Nunca o vi realmente ocupado. A imagem que eu tinha de Ângelo era sempre a mesma: acompanhando mulheres em compras ou perambulando sem rumo. Ele olhou para o relógio e, sem hesitar, sugeriu:— Srta. Luiza, que tal almoçarmos juntos? Já está na hora do almoço.Recusei educadamente:— Agradeço, mas já pedi para minha assistente trazer algo, porque tenho uma reunião às 13h e não dá para sair agora.Enquanto falava, Amanda entrou na sala com as marmitas. Virei-me para Ângelo e perguntei:— Se não se importa, Sr. Ângelo, quer almoçar comigo uma refeição rápida?Por dentro, respirei
Ângelo não respondeu diretamente às minhas palavras, mas me observou com um olhar de certa admiração.Continuei a falar, sem me intimidar:— Eu sou uma pessoa de extremos, ou é preto ou é branco. Além disso, Catarina, essa sua aliada, é uma mulher sem escrúpulos.Ele manteve aquele olhar intenso e não interrompeu, como se estivesse genuinamente interessado em ouvir mais.— Desde o primeiro dia que a conheci, ela foi arrogante e insistente, igual a um cachorro louco que ataca sem motivo. Eu sou uma pessoa tolerante, mas até eu me canso de ser atacada sem razão! Então, já que ela não sabe respeitar, não vejo outra opção além de uma guerra onde só pode sobrar um de nós! — Falei com um tom de desprezo.— Agora me diz, você investe em alguém como ela, que só quer me prejudicar, e depois vem me dizer que devo te considerar um amigo? Eu também tenho meus limites! — Esclareci minha posição.Eu continuei sorrindo enquanto falava, mas minhas palavras não eram nem um pouco agradáveis, e eu sabia
Ângelo comia rapidamente, e parecia apreciar a comida com um sorriso no rosto. Ele olhou para mim e disse:— Esse foi o melhor almoço que comi nos últimos tempos! Muito obrigado, Srta. Luiza!Eu dei um sorriso sem jeito, pensando que esse homem tinha pensamentos demais.Depois do almoço, ele olhou o relógio e se levantou, dizendo:— Parece que está quase na hora da sua reunião, então não vou te atrapalhar mais! Obrigado pelo almoço! Um dia desses, me faça o favor de aceitar um convite meu para jantarmos juntos, o que acha?Eu assenti:— Pode ser, desde que o tempo permita!— Legal! Eu posso esperar! Até você ter tempo! — Ele riu com confiança e continuou. — Bom, então me despeço. Acho que eu e a Srta. Luiza vamos acabar nos tornando amigos!Ele saiu da pequena sala de visitas com passos largos e deixou o escritório.Observando suas costas, não pude evitar sussurrar um xingamento: "De onde você tira tanta confiança?"Assim que ele saiu, Amanda entrou logo em seguida, pegando os pratos e
— Ele investiu na Catarina, com certeza tem um objetivo próprio. Não te disse que ele voltou desta vez para se vingar, e que o alvo dele sou eu? Ele precisa descobrir quem está ao meu redor, não vai deixar passar nenhum detalhe. A situação entre mim e Catarina o obriga a prestar atenção nos adversários dela, e esses adversários têm uma inclinação por se aliar a quem? Ele está com medo de eu ter um aliado, especialmente alguém como você? — Explicou Raul.Eu ouvi as palavras de Raul e achei que faziam todo sentido:— Só tem uma coisa que eu não entendo. Como ele sabe que nós temos alguma ligação?— Isso não é difícil de descobrir, afinal, temos parcerias oficiais. — Raul respondeu sem dar muita importância.Eu dei uma risadinha:— É verdade!— Que tal a gente sair com vocês dois hoje à noite? — Sugeriu Raul.— Não vai dar, tenho umas coisas para resolver. Fica para outro dia! — Recusei o convite de Raul.Também não perguntei como ele sabia que eu e Daniel estávamos juntos. Caso contrário
Eu sorri amargamente, pensando comigo mesma: "Parece que, entre as pessoas, realmente é tudo sobre usar e ser usado."No entanto, olhando para o caso de Catarina e a armadilha que montaram para Raul naquela época, a ajuda que ele me deu foi insignificante. Não era à toa que Daniel sempre observava as ações de Raul à distância. Daniel era, de fato, meu verdadeiro apoio nos bastidores, o homem que controlava tudo. Na verdade, foi Daniel quem esteve no comando o tempo todo.Agora eu sabia que Raul nunca ousaria agir contra mim de forma precipitada. E se Daniel quisesse derrubá-lo, ele poderia fazer Raul perder tudo em um piscar de olhos. Eu acredito plenamente que Daniel tem esse poder.Só o fato de Daniel ter conseguido um projeto tão grande em Cidade A e ter deixado de lado o projeto em Cidade Q sem qualquer esforço já dizia muito. Além disso, naquela época, eu estava presa em uma armadilha, e Daniel, é claro, não permitiria que ninguém se aproveitasse de mim, sempre garantindo minha
Mirian sorriu e disse: — A Natalia falou várias vezes sobre o que você fez pelo nosso pequenino, como é que ele não vai gostar de você? Não vamos deixar ele ser ingrato! — Certo, então um dia desses eu passo para vê-lo! Já faz alguns dias que não o vejo, estou com saudades daquele rostinho! — Respondi com sinceridade. Conversamos mais um pouco sobre assuntos triviais antes de desligar. No entanto, as palavras de Mirian me atingiram profundamente. Ingratidão! O bebê tinha uma mãe ingrata, mas espero que a família Vasquinho o criou bem e que ele não segue os passos da mãe. Eu refletia sobre como abordar o assunto de testemunhar com o Vasco. Realmente, era uma questão delicada. Fazer o pai acusar a própria mãe do filho? Não seria uma tarefa fácil. Se não for bem conduzido, o objetivo de devolver o menino poderia ser mal interpretado. Eu poderia ser vista como alguém com segundas intenções. Além disso, envolver o Vasco no caso também era preocupante. Mesmo que os crimes fos