MAYA DURAND Já havíamos deixado a mansão há mais de meia hora. Além do nosso carro, havia outro veículo fazendo a nossa escolta. Rainier mantinha suas mãos firmes no volante já Mia estava olhando algumas fotos no celular das quais escolheríamos algumas para mandar fazer um quadro em forma de mosaico para dar de presente a nossa mãe. Cerca de quinze minutos depois, chegamos ao nosso destino e bastou sair do carro e entrar na loja para que o meu celular que estava na bolsa, junto com aquele que King havia me dado, começasse a vibrar. Com ele em mãos, ao ver o nome da minha mãe, atendo de imediato.— Filha, onde vocês estão? — sua voz denota preocupação.— Estou com a Mia, viemos comprar algo e logo estaremos em casa.— Embora estejam com os seguranças, peço que não demorem. Sabendo que esse homem que chamam de Fera ainda está solto, só ficarei sossegada com vocês em casa.— Calma mãe, estamos bem e nada vai nos acontecer — tento tranquilizá-la, sem muito sucesso. Depois de trocar
Algum tempo depois...KING COLEMAN Embora esteja dentro do carro e a certa distância por segurança, ainda consigo acompanhar toda movimentação em volta do lugar. O corpo de bombeiros já havia contido há algumas horas o fogo que predominava na parte da frente da loja, porém, eu estava inquieto, pois embora o estrondo que fez o chão tremer tenha causado um grande estrago, houve uma parte do prédio que não foi atingida, pois estavam retirando os destroços para que pudessem chegar até o outro lado.Mantenho o olhar fixo em uma única direção, minutos e horas se passaram, e assim o dia deu lugar a noite, afoito, ao ver a mensagem no meu celular, mandada por Liam, fiquei ainda mais agitado. Os bombeiros, com ajuda dos homens de Liam, começaram a retirar alguns corpos e acabaram achando cinco no total e dois deles eram de duas mulheres. Novamente senti aquela ardência em meus olhos, meu coração se agitou no peito, batendo tão forte como tambores e assim que ele chegou até onde eu estav
Na manhã seguinte...MAEL COLEMAN A sensação foi prazerosa ao ver o quanto Maya estava assustada. Confesso que a raiva me dominou quando Mia me contou que aquele que sempre odiei estava vivo. No entanto, um plano diabólico tomou conta da minha mente e aquele infeliz do King iria pagar por cruzar novamente o meu caminho e por ter ousado em sequestrar a minha mãe. Ao longo dos anos, visando que Durand pudesse ser um grande empecilho, consegui vários aliados. Aqueles, os quais, ajudei quando mais precisavam e sabia que no momento exato, não hesitariam em me ajudar. Raul foi o primeiro, ele era o verdadeiro dono do prédio do local onde elas estavam e sua ajuda foi crucial, pois Jean, que trabalhava na galeria, era um dos seus homens e foi fácil colocar os explosivos no local sem levantar suspeitas. Confesso que me surpreendi, pois sempre vi a maldita como uma mosca morta, mas em breve ela vai se juntar ao seu amado.Os minutos se passaram e não havia me dado conta que Mia havia se
MIA DURAND Jamais antes havia sentido medo de Mael. Ele estava completamente descontrolado e apesar do ódio que tenho por Maya, senti uma inquietação ao ver toda a sua agonia. Porém, suas palavras me deram um choque da realidade, pois Mael estava certo. Enquanto ela estiver viva, nunca serei feliz. Continuei filmando todo o sofrimento que ele estava infringindo a ela.Maya acabou desfalecendo, enquanto isso, saímos daquele lugar imundo e seguimos até o quarto onde ele editou o vídeo, cortando assim a parte que foi interrompido por mim. Juntamos ao outro que havíamos gravado onde simulamos que ele estava me torturando. Meus pensamentos foram interrompidos por ele.— Agora pronto, é só enviar e vamos ver se Liam vai relutar em mandar aquele maldito trazer a minha mãe para o lugar combinado.KING COLEMAN Ando de um lado para o outro e estou prestes a fazer um buraco no chão da sala. Liam tinha acabado de ligar para Emily, lhe informando que era Mael, o grande responsável pelo seq
Minutos antes...MIA DURAND Eu estava tão cansada que acabei caindo em um sono profundo. Mas em meio a toda calmaria, acordei num sobressalto com o corpo banhado pelo suor e uma forte inquietação. O pesadelo que tive parecia tão real que não consegui segurar as lágrimas grossas que caíram pelo meu rosto. No sonho, os meus pais estavam muito tristes, chorando ao lado de um caixão e ao notarem a minha presença, começaram a gritar, me chamando de monstro. E dizendo que eu não era mais a filha deles e que por minha culpa, Maya havia morrido. Nunca havia visto minha mãe com aquela expressão e muito menos com todo aquele ódio no olhar direcionado a mim.Ainda perturbada e tentando me situar ao ambiente, quando levantei, o desconforto que estava sentindo se intensificou, algo começou a me queimar por dentro e tudo que tomou conta da minha mente foram as lembranças de Maya quando Mael a estava torturando. Por mais que quisesse apagar aquela cena da minha memória, aquilo estava me enlou
MAYA DURAND MEU CORPO NÃO PARAVA de tremer, assim que eu olhei King em minha frente, senti um grande alívio, mas ao ver a expressão dele, eu sabia que ali em minha frente estava a temida Fera que todos dizem ser um monstro. Suas feições eram algo que parecia sobrenatural, os olhos estavam avermelhados, como se as chamas do inferno estivessem dentro deles, parecia o próprio belzebu com os cabelos caídos sobre a testa e o rosto transfigurado. Por alguns instantes, ele me analisou minuciosamente como se quisesse ter certeza de que eu estava bem, e em seguida retirou seu sobretudo e jogou para que eu o vestisse e foi nesse momento de distração, Mael que antes estava no chão, se levantou e não sei como aquele infeliz acabou surgindo com uma barra de ferro e este acertou em cheio a cabeça de King.O homem a minha frente cambaleou, ele estava tonto e totalmente desorientado, se movendo de um lado para outro como se a qualquer momento fosse desabar no chão.— EU VOU TE MATAR, SEU DESGRAÇAD
MAYA DURAND — Eu não posso perdê-lo, não depois de tudo que passamos. Deus, o que fiz para passar por tudo isso, volte para mim King. Em meio a minha agonia, Amaury surgiu me tirando das profundezas daquele tormento. Perturbada! Nunca tinha me sentido dessa forma. Um desconforto enorme pairou sobre mim e meus órgãos internos funcionavam a todo vapor. Depois que Amaury nos retirou aquele lugar, dentro do veículo, ele me avisou o que havia acontecido com Mia e o meu pai. Eu sentia um aperto tão profundo, que meu peito não parava de doer. O trajeto parecia durar uma eternidade e assim que chegamos ao hospital, uma equipe médica já estava nos aguardando. King foi colocado rapidamente sobre a maca e fizeram os primeiros procedimentos de reanimação, logo após, conduziram-no para dentro do hospital. Nós dois seguimos por um longo corredor até uma sala onde encontrei minha mãe aos prantos e depois disso ficamos esperando um tempo por informações. As horas se passaram e nada de notícias, a
kING COLEMANApós voltar ao meu estado de lucidez, Maya me contou tudo que havia acontecido depois que apaguei e mesmo ainda estando no hospital, Amaury foi encarregado por mim, em ficar responsável por algo que havia sido destruído no passado por Elói, mas tratei de mandar construir uma bacana semelhante a que tinha em minhas memórias.— King!Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi a voz de Durand, me chamando. Olhei para os lados e nem havia me dado conta de que já tínhamos chegado. Saí do veículo e o som da melodia se misturava com os das diversas vozes. Na entrada do lugar havia um grande telão e lá estava a imagem do homem que sempre apreciou com grande entusiasmo o dia de hoje. Infelizmente a comemoração do dia de "Fête de Saint-Jean", desta vez seria comemorado de forma diferente, porém, como era feito por Louis Coleman, havia uma grande mesa farta e todos os membros da SCU estavam reunidos. E a comilança seria grande. A lua cheia clareia o céu e o cheiro das fogueir