Nikolai
— Você parecia muito feliz em brincar com aquele sujeito — digo a vendo me encarar cuidadosamente.
Sinceramente ainda estou tentando entender como ela aceitou uma carona com tanta facilidade hoje, quem sabe estivesse apenas cansada de ter que arrumar meios de discutir a cada vez que nos encontramos. Não tenho ideia do que passa em sua cabeça.
Se eu começar a falar demais pode me julgar por estar exagerando.
Pode acabar quem sabe dando isso como um motivo para que seja uma ação que nunca mais se repita, então eu deveria ser cuidadoso com o que digo, mas a minha sinceridade sempre me impele a dizer qualquer coisa. Perco o controle da minha razão perto dela.
Como alguém tão cruel pode ter esse tipo de poder?
Tem alguma magia escapando de seus dedos sem que eu saiba?
Estar enfeitiçado seria uma boa justificativa para que eu n&a
AleksandraQuando a cadeira na minha frente é arrastada tenho a péssima impressão de que o dia não começará bem e que as minhas chances de tomar um café da manhã tranquilamente se tornaram nulas desde que o local se tornou conhecido.Ergo minha cabeça ao ver primeiro o par de luvas em couro marrom sobre a mesa para depois ter na minha frente os braços cruzados embaixo do busto ao alçarem os peitos. As unhas estão pintadas em um tom de vinho que me lembra um bom vinho tinto. Os fios escuros do cabelo escorrem em ondas grandes e lisas sobre os ombros e na sua boca vejo todas as milhares de palavras que quer proferir.Por que diabos essa mulher está na minha frente?Os olhos cor de café parecem furiosos, borbulhantes.Aperta os dedos em sua carne ao me encarar, me avalia também, por esse motivo não me importo de estar sendo
AleksandraO som de metal sendo batido um contra o outro faz com que meus ouvidos se atentem, mas não mais do que as individuas que passam a me olhar com uma admiração que nunca será normal, uma vez que alguém como eu não deveria ser vista como um exemplo, mas aqui, nesse mundo que é comandado por nós, sou como uma bandeira sendo içada.— Você veio — diz a menina com quem me encontrei no elevador. Dividimos o mesmo prédio e um pouco do desejo pelos rifles pelo que posso ver do material de estudo que tem em mãos. — Vi seu nome no cronograma de treinamento, mas depois dos acontecimentos na Paradise...— Aparentemente não estarem em campo não impede vocês de terem informações — digo a assistindo sorrir entusiasmada, com um brilho semelhante ao que meus filhos têm quando percebem que serão al
Aleksandra— Erga as mãos — falo para a menina que apesar de maior não consegue se proteger contra alguém menor. Não tem controle sobre o seu corpo, se perde em meio aos pensamentos que a impediriam de ser atacada. — Proteja o rosto — berro, temendo que acabe tão inchada que não vá se reconhecer no espelho mais tarde, acredito que nem o equipamento possa dar jeito nisso. — Meu Deus, o que ela tem? — pergunto a Malia que está pronta para arrancar meus órgãos para fora com um único olhar, é como uma leoa protegendo seus filhotes.— É introvertida demais, sempre apanhou de pessoas muito maiores que ela, se enxerga como alguém muito menor do que a sua rival, pode ter certeza — explica-me por cima, apenas o bastante para que eu possa ter uma ideia de como a ajudar.— Olhe nos olhos dela, não ba
Aleksandra— Yulia, coma mais devagar — peço ao manter um dedo sobre a mamadeira para ter alguma estabilidade para ela enquanto preciso de toda a mão para não deixar que Sasha tome a dele de mim, está muito animado hoje. — O que você deu para o seu irmão enquanto eu não estava em casa? — pergunto a vendo dar um sorriso torto que faz com que parte do mingau escape pelo canto de sua boca. — Sorria mesmo, sabe que pode me comprar com seu sorriso.Quando a campainha toca penso em como este é um péssimo momento e que seria incrível se estivesse acompanhada quando os dois fominhas estão tão entusiasmados. Pedindo perdão adiantadamente retiro as mamadeiras deles as colocando no canto ao me erguer para correr até a porta a abrindo apressadamente dando de cara com Nikolai um pouco surpreso devido a minha pressa.— Já
AntesNikolai— Pode entrar — digo ao verificar algumas informações que Aleksandra me passou sem me dizer sobre quem as deu a ela, mas são dicas muito importantes sobre as outras máfias. Possui amigos infiltrados ou tem apenas uma boa rede de informações? É difícil dizer, mas não deixa a desejar em nada.Pelo menos pelo que posso ver aqui não temos que nos preocupar com a máfia italiana realmente, muito menos com a japonesa. Estão criando seus próprios vínculos e crescendo por conta própria, aparentemente tem algum vínculo entre eles devido a questões que resolveram em conjunto.Talvez por saber como podem ser bons em ajudar os outros papai tenha confiado tanto que não tenham cedido assassinos para que nos atacassem. Quem sabe a idade n&atild
AntesNikolaiAcha que sou idiota ao ponto de ouvir o que tem a dizer sem nem mesmo me incomodar pelo que fez? É claro que me incomodaria, é certo que faria de tudo para lidar com a sua situação da forma que deveria ter feito anteriormente.Talvez por esse motivo o frio da arma me pareça tão reconfortante, porque sei exatamente o que eu quero fazer. Não preciso ficar ouvindo a sua conversa afiada enrustida em suas mentiras.— Você não deveria falar desse jeito com a mãe do seu filho — cospe rudemente ao erguer um dedo para o apontar para o meio da minha cara. Como ousa vir até aqui para me contar uma mentira desse tipo? Deve de fato acreditar que sou um trouxa.— Você que não mostrava o mínimo de interesse em ter filhos teve um? — pergunto a ve
AgoraAleksandra— Você a deixou ir para que ela trouxesse a tal criança? — inquiro e entendo a sua curiosidade, já que se houver uma possibilidade pequena, ainda pode ser uma criança que pode ser cuidada por uma pessoa melhor do que a cadela da sua mãe, entretanto, por suas palavras vejo que está pronto para a decepção, não consegue crer que Valéria tenha mesmo levado uma gravidez a frente quando não estava presente.Mas eu compreendo que para ela essa seria uma vantagem que poderia usar caso as coisas piorassem e percebesse que estava sendo caçada por eles, então, o que me intriga é o porquê de ter aparecido agora para soltar essa informação perdendo a carta que tinha na manga. Sem a criança o que pode ter para manter a sua vida segura?Tem que ter m
Aleksandra— Pedir por essa reunião foi no momento certo — fala Tolya ao se sentar ao meu lado brincando com as bochechas de Sasha que já parece o reconhecer, ainda que não tenham tido muitos encontros. — Mas acredito que não tenhamos motivos semelhantes para reunir a família. — O modo como me observa é quase como um anúncio de que eu sei do que se trata quando eles não têm a mínima ideia, se isto é uma acusação ou não é o que não posso dizer.— Papai não costuma se atrasar — murmura Sofiya ao manter Yulia sentada sobre o seu colo. — Pulei da cama e me arrumei apressadamente para não me atrasar — conta. Deve estar muito cheia com as coisas da faculdade, justifica a sua irritação. — Tem sorte de não ter que lidar com as coisas de adulto — garante para