Jantar

Não demora muito para todos estarem prestando atenção em seus próprios pratos e demora menos ainda para Felipe reaparecer.

— Okay, agora vocês acabaram com o meu planejamento para o seu jantar! Muito obrigado por isso! — ele diz sarcástico.

— Lipe, faça sua especialidade! — digo na tentativa de acalmá-lo.

— Não! Vocês precisam de um prato especial! Para comemorar! — ele para e seus olhos brilham, o casal conhecia esse olhar Felipe havia tido uma ideia, ou melhor, "A" ideia. — Acabei de ter uma iluminação! Logo vocês serão servidos. — diz o mais velho se retirando.

— Onde paramos? — Alice pergunta olhando para Guillermo, se referindo ao que conversavam antes que ela fosse ao banheiro.

— Sobre sua irmã.

— Ah sim! Catarina e eu somos muito próximas, eu sempre digo que nossa alma era boa demais para estar em um corpo só então se dividiu entre nós duas. Você também precisa saber de mais uma coisa! — ele ouve atentamente, ela se aproxima mais dele para sussurrar — Catarina e Rafael moram no apartamento de cima, portanto nós vamos ter que dividir o quarto.

— Okay! Eu não vejo problema nisso! — ele dá um beijo na bochecha dela. — Não se preocupe, eu não mordo, a menos que você peça! — ele sussurra a última frase, a arrepiando completamente, ele ri ao perceber esse fato.

Conversam mais um pouco sobre coisas aleatórias, ele conta alguns "podres" do Pablo e ela alguns micos que pagou com Catarina, estavam se divertindo, até que Felipe aparece com o jantar.

— Aqui está fettuccine ao pesto para o casal! — fala colocando os pratos na mesa.

— Lipe… Você tem certeza que esse é o prato certo? — Alice sorri sem graça ao perguntar.

— Absoluta! — o homem afirma.

— Lipe, você sabe os ingredientes que tem nesse prato? — fala entrementes, já entendendo as intenções do amigo.

— Se você está me questionando se eu sei que esse prato é afrodisíaco! — ele faz uma pausa dramática — Então, sua resposta é sim! E só para você saber, tudo que será servido hoje a vocês terá um toque afrodisíaco! — ele se abaixa e sussurra. — Quero sobrinhos logo! — diz e se retira.

— Me desculpe, Guillermo! Felipe às vezes tem cada ideia! — fala completamente envergonhada.

— Tudo bem, eu sei como aquele lá é! Mas não pense que ele vai deixar isso para lá, vai continuar falando desse assunto até nos separarmos.

— É eu sei! Mas não se preocupe, eu posso dar um basta, nisso!

— Ah é? E como? — ele ergue a sobrancelha.

— Um dia eu conto — diz e dá uma garfada na massa — Ou não! 

Ele a encara por um instante, e começa a comer também, Felipe é um excelente Chef, ela realmente poderia deixá-lo sozinho no comando do restaurante, contudo, ela não teria o que fazer! Além disso, ele iria ficar mais tempo no restaurante do que em casa, e a Marisol ficaria uma fera com ele. 

— O que foi? — Alice pergunta, reparando que ele lhe encarava estranho.

— Você parece um bebê! — ele estende o braço e passa o polegar no canto esquerdo da boca dela — Pronto! — lambe o dedo melecado de molho. — Agora tá limpinha, bebê. — diz rindo, fazendo as bochechas dela esquentarem, o que o faz rir ainda mais.

— Que bom que estão se divertindo! — Felipe chega com a sobremesa — Espero que gostem, é brownie mexicano! — ele serve e se retira.

Como prometido, esse prato também era afrodisíaco! Ela sabia disso, porém não fala nada, apenas pega o garfo de sobremesa já comendo um pedaço, Guillermo também começa a comer. 

— Isso tá ótimo, a canela deu um toque especial. — Guillermo fala e a surpreende. — Que foi? Eu entendo algo de culinária!

— Eu não disse nada! — ela ergue os braços se "rendendo".

— Não disse, mas pensou! — ele semicerra os olhos, e ela ri.

— Estão satisfeitos? — Maria pergunta com um olhar curioso quando percebe que terminaram a refeição.

— Estamos sim, dê, meus cumprimentos ao Chef — Guillermo falou dando uma risada leve.

— Quer cumprimentá-lo pessoalmente? — Alice fala levantando. — Podemos ir até à cozinha, o restaurante está prestes a fechar mesmo, acho que a maioria dos funcionários até já foi para casa.

— Só se você cozinhar algo para mim! Quero ver se você é tão boa na cozinha quanto parece! E minha futura esposa, tem que ser boa cozinheira! Não posso morrer de fome! Ou posso? — ele olha para Maria que ri fraco.

— Não pode não, eu não quero ficar viúva cedo! Deus me livre! — responde estendendo a mão a ele e seguimos para cozinha. — Entre e fique a vontade. — ela fala.

— Epa! Que pouca-vergonha é essa na minha cozinha? — Felipe cruza os braços e os encara.

— Nossa cozinha, não? — ela retruca e espelha o gesto do outro.

— Se for incomodo você pode cozinhar para mim na sua casa — Guillermo fala a abraçando por trás.

— Acho que seria melhor, cozinhar com esse vestido deve ser bem difícil! — ela comenta.

— Sim, além disso, a cozinha está praticamente limpa! — Felipe se aproxima — E conhecendo vocês, não iriam só cozinhar! — ele insinua baixo só para ela, que o repreende com o olhar, puxando Guillermo para fora do restaurante.

— Espera! — ele para assim que chegam do lado de fora.

— O que foi? 

— Nós saímos sem pagar! — ele diz falsamente preocupado, a fazendo rir.

— Não se preocupe, foi por conta do Chef!

— Não sei se ele estava sabendo disso. — Guillermo ri, pega a chave com Diego, lhe agradecendo, e em seguida entra no carro. Depois que estão acomodados rumam para a casa dela.

— Você vai mesmo ficar na minha casa? — ela pergunta.

— Você quer um estranho na sua casa? — ele não tira os olhos da estrada.

— Não somos mais estranhos! Até jantamos juntos! 

— Está bem então, eu fico até você me m****r embora. — diz com ar brincalhão.

O restante do caminho foi silencioso, mas não foi um silêncio desconfortável, eles só não tinham nada para dizer. Guillermo deixa o carro na vaga de visitantes.

— Sua irmã não vai se importar de ter um estranho em sua casa? — ele questiona enquanto ela abre a porta.

— Estou torcendo para que ela não lhe veja. — confessa.

— Ah! Então ela não sabe — ele se aproxima e sussurra em seu ouvido — Do nosso segredinho!

— Não. — responde no mesmo tom abrindo a porta — Entre logo antes que alguém te veja.

— Tem vergonha de receber homens na sua casa? — ele arqueia a sobrancelha ao passar por ela, entrando na casa.

— Eu não recebo homens aqui! O único que tem esse privilégio é o Rafa, mas só porque ele e a Cat estão juntos. — Alice diz trancando a porta.

— Então me sinto honrado! — faz uma reverência e ela ri.

— Você pode me esperar aqui, eu só vou trocar de roupa. — ele assente em concordância e ela segue para seu quarto.

Ela chega ao cômodo já descalçando os saltos, tira o vestido, em seguida solta os cabelos fazendo um coque, veste um short de algodão que usa para dormir e uma blusa velha a qual roubou de Felipe, quando eram mais jovens, quando sai do quarto vê Guillermo deitado no sofá, dormindo.

— Guillermo! — chamo. — Guillermo! — ele só resmungava. — Acorda meu amor… — diz em tom doce.

— Desculpe. — diz envergonhado — Acho que estou mais cansado do que imaginei!

— Tudo bem. — sorri e lhe estendo a mão — Vai querer que eu cozinhe ou prefere ir dormir?

— Para ser bem sincero eu prefiro dormir, mas estou curioso para ver seus dotes culinários. — ele se levanta pegando na mão dela. — Pode ir à frente, Srta.!

Como já era tarde, Rafael não demoraria a voltar com a Catarina. Alice resolve fazer algo simples e prático! Strogonoff de frango! Pega um peito de frango que havia na geladeira, pica em quadradinhos, depois fez o mesmo com o tomate, nesse meio tempo eles conversam sobre seus gostos e desgostos, ele não era muito exigente quando o assunto era comida, se tivesse carne ele já estava satisfeito.

— Quer ajuda? É chato ficar só olhando! — diz ele.

— Tudo bem, então pique duas cebolas, vou fazer bastante para deixar um pouco para a Cat e pro Rafa.

Ele pega duas cebolas médias e vai até à pia, sua habilidade impressiona Alice, que imaginou precisar "ensinar" a ele, mas como nem tudo é perfeito… Guillermo logo começa a piscar os olhos virando o rosto o mais longe possível da cebola, estava na cara que seus olhos ardiam.

— Deixa que eu termino, mexe o molho na panela para não queimar. — ela se aproxima para trocar de lugar com ele.

— Não precisa, eu tô quase no fim. — ele responde.

— Tá, mas da próxima vez, molha a faca em água corrente vez ou outra, assim não arde o olho.

— Bem que você podia ter dito isso antes, não acha? — diz secando os olhos na manga da blusa.

— Você parecia tão seguro do que fazia, que eu acreditei que soubesse desse truque! — ri, não conseguindo mais se segurar.

— Não ria de mim! — fala e joga um pouco d'água na direção dela, porém não acerta.

— Errou! — mostra a língua para ele.

— É assim? — ele pega um copo e o enche d'água.

— Não se atreva, Guillermo Blanco! — fala se afastando dele.

— Por que está se afastando? — se aproxima a passos lentos.

— Guillermo, não! — continua recuando, até que resolve correr em direção a sala, ouvindo seus passos atrás de si, de repente ele a pega pela cintura lhe virando para si, eles estavam bem próximos um do outro, porém o clima é quebrado quando a porta se abre.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo