EVA NARRANDOEntramos no aeroporto e eu corria feito uma maluca de mãos dadas com Denver. Ele foi direto para o embarque da Dinamarca, aonde meu tio provavelmente estava. Eu sei que meu tio não gosta de ficar exposto no aeroporto e sabia que ele estaria na sala de embarque VIP, por isso, fui direto a esse local.Lá estava o meu tio. Ele estava sentado lendo um jornal como se o mundo não estivesse caindo ao nosso redor. Eu fiquei com tanta raiva quando o vi que, mesmo que Denver tenha dito que queria dar um soco na cara dele, quem foi bater no Lionel fui eu!Eu arranquei o jornal da mão dele e acertei um soco bem no meio do nariz dele. Ele se levantou indignado e ficou olhando o segurança, mas Denver foi pra cima do segurança e não sei o que ele disse, mas o segurança não me impediu.— Você achou que ia sair do país com todo meu dinheiro e com o seu nome nas minhas ações? Você se enganou sobre mim, Lionel Sparks. — Falei, e ele soltou uma risada.— Prove que eu te roubei na justiça. At
EVA NARRANDOPassei a noite chorando. Denver tentou falar comigo na empresa, tentou me ligar, mas eu não atendi. Não consigo falar com ele no momento, estou muito magoada. E pra piorar, hoje é o casamento do irmão dele. Eu comprei um vestido vermelho com uma fenda lateral que vai até a metade da minha coxa, não posso perder a compostura de qualquer forma. Preciso continuar fingindo, já que assinei um contrato com ele. Eu me arrumei tão bonita que minha tristeza até se escondeu de vergonha.Denver chegou e eu desci para encontra-lo na portaria. Sentei ao lado dele no carro, e fiquei em silêncio.— Eva... Você vai me ignorar pra sempre? Dá pra você falar comigo? — Ele falou e eu permaneci em silêncio. — Você está com raiva por causa da reunião?— O que você acha, Denver? Eu descobri aquela porra sozinha. Você passou três meses estudando os relatórios e não achou discrepâncias, e eu, quando coloquei os olhos naquilo, achei o problema. Denver, você foi um filho da puta sem coração. Eu não
DENVER NARRANDODe vez em quando eu duvido da minha própria capacidade de fazer merda e dá nisso: Eu faço coisas muito, muito idiotas. E então, depois, eu me arrependo... Mas já é tarde. A verdade é que eu queria os créditos sim, e fui um idiota de não falar com Eva, mas não fiz por mal. Eu amo a Eva de todo meu coração e seria incapaz de magoá-la desse jeito de propósito. Na verdade, só de pensar em como ela está magoada agora, me sinto muito mal.Ela está linda e estamos dançando no meio da pista de dança. Eu não sei o que fazer, mas queria muito resolver toda a situação nesse minuto. O olhar decepcionado de Eva me mata. Eu queria que ela tivesse uma experiência diferente comigo, do que teve com os outros homens. Queria que ela olhasse pra mim e dissesse: É, esse cara vale a pena o meu tempo. Mas tudo que eu consegui fazer foi provar pra ela que ela estava certa em permanecer longe dos homens. Fui um verdadeiro imbecil.Depois de dançar com a testa encostada com a dela, meu coração
DENVER NARRANDOAcabamos adormecendo daquele jeito, já que eu estava ao lado dela na cama. Quando acordei já eram oito da manhã, e decidi fazer algo legal para Eva. Queria preparar o café da manhã dela, e então, saí do quarto para escolher pessoalmente as coisas.Quando cheguei no andar da recepção, vi Ayleen descendo as escadas e ela literalmente tropeçou na escada e caiu, rolando por ali de um jeito horrível. Ela começou a chorar e se sentou segurando o pé. Fui até ela, assustado, e ela chorava.— Ai, meu Deus! Meu pé tá quebrado! — Ela choramingou.— Droga... Eu vou te levar para o médico. — Eu falei. — Se segura em mim. — Pedi e ela passou os dois braços ao redor do meu pescoço.Eu carreguei Ayleen para fora do hotel. Eu não sabia que essa decisão mudaria quase todo o resto da minha história. Os mal entendidos começaram naquele instante.Enquanto eu carregava Ayleen até o meu carro, com pressa, assim que cheguei no carro eu a coloquei no chão para abrir e acabei derrubando meu cel
EVA NARRANDOColoquei minhas coisas dentro do carro e vi Denver vindo atrás de mim no estacionamento da empresa. Ele gritava meu nome, e isso me fez parar e virar para ele.— O que você quer? Já não me feriu o suficiente? — Eu falei, nervosa. Ele me olhou nos olhos e negou com a cabeça.— Não foi de propósito! Por favor, me dá uma chance de me explicar! — Ele gritou comigo.— Como você vai explicar tudo isso? As suas atitudes nos últimos dias foram ridículas! Você me quebrou, Denver, e eu não quero mais saber de você na minha vida! Eu vou ter que me consertar mais uma vez por causa de um homem imaturo e insensível! — Falei e entrei no meu carro. — Não me procure mais! Nunca mais, entendeu?Eu bati a porta do carro e comecei a dirigir de um jeito tão nervoso que o carro cantou pneu. Vi Denver pelo retrovisor, e ele parecia chateado. Tão chateado quanto eu. Eu não sei de onde vinha essa chateação dele, afinal... Ele é o culpado por tudo isso.Em uma semana, eu estava embarcando para a F
EVA NARRANDOEu vomitei minha alma naquele banheiro. É sério, não teve uma gota de líquido que tivesse sobrado no meu estômago. Foi simplesmente tudo. A minha assistente Lana me esperava na porta, meio que desesperada por causa do que acabara de acontecer.— Eva, você está bem? Por favor, me dá uma resposta. — Ela falava do lado de fora. Eu apenas respirei fundo e tentei responder, mas outra vez meu estômago começou a empurrar água para fora.Depois que finalmente parei de vomitar, saí do banheiro com tontura. Lana me esperava com uma garrafa de água e um bolinho salgado de alho poró na mesa. Eu me sentei e respirei fundo, bebendo a água e depois, dei uma mordida no bolinho.— Hmmm. Obrigada. — Falei, de olhos fechados.— Eva... Desculpa a intromissão, mas... Você não está grávida não? — Lana disse e eu neguei com a cabeça.— Não. Quer dizer, eu não sei. — Eu falei, olhando para ela com os olhos arregalados. — Por Deus, eu foquei tanto na abertura da Sweetsparks aqui na França que esq
DENVER NARRANDO— Alô? — Atendi meu telefone. Era uma ligação da França... Sei que a Eva está por lá, então, tive a doce ilusão de ser ela.Eu não a esqueci. Não consigo parar de pensar um segundo nela, pra falar a verdade. Só que eu não posso abandonar tudo aqui para ir atrás dela. Talvez, se eu soubesse que ela ainda pensa em mim... Eu tomasse coragem pra ir. Mas ela foi embora tão convicta de que nosso contrato acabou que fiquei com medo, e com o coração partido.Os primeiros dias da partida dela, eu me fingi de forte. Fingi que estava tudo bem, mas não estava. Só que o tempo foi passando e ao invés de melhorar, aquele sentimento, aquela angústia foi ficando pior.— Qual é o seu nome? — Ouvi a voz do outro lado dizer. Não entendi, afinal, essa pessoa estava me ligando... E não, não era a Eva.— Desculpa, você liga para alguém e não sabe o nome da pessoa? — Eu falei e a pessoa do outro lado da linha respirou de forma pesada.— Você namorou com a Eva Sparks? — Eu engoli seco ao ouvir
DENVER NARRANDOCheguei no hospital com Eva e logo peguei os documentos dela para fazer a ficha. Ela estava agarrada em mim, muito fraca.— Você comeu alguma coisa hoje? — Perguntei.— Eu comi, mas vomitei tudo. Estou assim desde ontem. — Ela disse e eu respirei de forma profunda, a colocando sentadinha em um banco na sala de espera.Fiz a ficha dela, e então, voltei para sentar ao seu lado.— Você tá se sentindo muito mal? — Perguntei. Ela concordou com a cabeça.— Estou.— Vem cá, deita a cabeça no meu ombro. — Eu falei.Eva, mesmo brava comigo, encostou a cabeça em meu ombro e fechou os olhos.Alguns minutos depois, o médico chamou e eu a guiei até ele.— O senhor é pai da criança? — O médico perguntou.— Sim, eu sou. — Afirmei.Pela primeira vez, naquele momento, fui chamado de pai. A verdade é que minha cabeça estava uma confusão, eu sentia um turbilhão de coisas, mas decidi deixar pra resolver essa bagunça depois. Eu precisava estar ali pela Eva.O médico leu a ficha e fez algum