A Queda de JoãoIsabelaO sol mal havia surgido no horizonte quando entrei no escritório. A cidade lá fora parecia tranquila, mas dentro da empresa, a atmosfera estava carregada. O silêncio antes da tempestade. Era o dia decisivo. O dia em que João, finalmente, enfrentaria as consequências de suas próprias ambições desmedidas.Meus passos ecoaram pelos corredores vazios. A maioria dos funcionários ainda não havia chegado, mas eu precisava estar ali antes de todos. Passei pelo meu reflexo nas janelas e, por um segundo, me perguntei como cheguei até aqui. De uma mulher que lutava para ser ouvida, agora estava prestes a destruir um dos homens mais poderosos do mercado. João não fazia ideia do que estava por vir.Quando cheguei à sala de reuniões, Carlos estava de pé diante da tela, observando atentamente os gráficos que mudavam a cada segundo. Seus olhos brilhavam com a confiança que sempre admirei. Por mais pressão que houvesse, ele permanecia imperturbável, como se soubesse que o desti
O Contragolpe de LetíciaIsabelaA sala de reuniões estava mais vazia do que eu esperava. Depois da queda de João, eu imaginava que todos estariam ali, ansiosos para celebrar. Mas, em vez disso, o ambiente parecia denso, quase silencioso demais. Carlos ainda estava em sua postura implacável, de pé ao meu lado, observando os gráficos na tela. Porém, algo estava diferente, e eu não sabia exatamente o que.Meus olhos vagaram pelas paredes de vidro da sala. Era um cenário perfeito de vitória, mas, no fundo, a sensação de triunfo ainda não havia me atingido completamente. Havia uma parte de mim que não acreditava que João fosse apenas aceitar a derrota.Carlos, sempre perceptivo, notou minha distração e tocou meu braço levemente.— Não está satisfeita? — ele perguntou com uma sobrancelha arqueada.Respirei fundo e tentei esconder o turbilhão de pensamentos que rodavam na minha mente.— Não é isso. Nós vencemos, eu sei. Mas algo me diz que ainda não acabou. João não é o tipo de homem que si
A Primeira Investida de LetíciaIsabelaApós a revelação de Carlos sobre Letícia, passei a observar cada movimento com mais cautela. Ela sempre esteve à espreita, esperando por um deslize. Se antes eu a subestimava, agora compreendia que o jogo estava apenas começando. O que me incomodava mais era a forma como ela sabia se mover nas sombras, sorrateira, sempre disfarçando suas intenções.A manhã avançou sem grandes novidades. Carlos e eu decidimos focar em consolidar nossa vitória sobre João, assinando contratos e finalizando negociações com clientes estratégicos que estavam do nosso lado. No entanto, uma tensão latente permanecia entre nós, como se estivéssemos à espera da próxima jogada de Letícia.Quando deixei a sala de reuniões para pegar um café, notei algo estranho. Uma das assistentes de Carlos, Mariana, parecia inquieta. Ela olhava para o celular repetidamente, e suas mãos tremiam levemente. Não era comum vê-la tão nervosa, e isso me fez parar.— Mariana, está tudo bem? — per
A Armadilha SilenciosaIsabelaEu segurei o envelope nas mãos, sentindo seu peso simbólico. Cada fibra do meu ser gritava para não abrir, mas algo me dizia que o conteúdo ali dentro iria, de uma forma ou outra, mudar tudo. O silêncio na sala era pesado, e pude perceber o olhar atento de Carlos. Ele também sabia que o que quer que estivesse naquele envelope não seria algo bom.Com um gesto lento e hesitante, rasguei a lateral do envelope e tirei de dentro alguns papéis. Era um relatório. Não, era mais que isso. Ao folhear, meu coração acelerou. O nome de Davi, meu ex-namorado abusivo, aparecia em destaque em diversos trechos. Fotos antigas de nós dois, mensagens que eu nunca tinha visto, e uma carta escrita por ele, como se fosse um apelo desesperado para retornar ao meu círculo.Senti o chão se mover sob meus pés. Esse era o golpe de Letícia. Ela estava mexendo com as feridas que eu havia tentado tanto tempo curar. E o pior de tudo era que ela não queria apenas me machucar emocionalme
A Ameaça Vem de DentroIsabelaApós a decisão de não me deixar abater, a tarde no escritório passou com uma tensão quase palpável. Eu precisava de um plano. Deixar Letícia vencer esse jogo não era uma opção. O nome de Davi rondava meus pensamentos, mas não como uma sombra ameaçadora, e sim como uma lição. O que eu passei com ele me tornou mais forte. Agora, eu precisava usar essa força para combater Letícia.Carlos permaneceu ao meu lado, lidando com os detalhes técnicos e legais do que estava por vir. Ele era um pilar de segurança, mas também sabia que, no fundo, essa batalha era pessoal. Tinha que ser vencida por mim.Eu estava em meu escritório, os documentos espalhados pela mesa, quando meu telefone tocou. Aquele toque específico. Era João.Engoli em seco antes de atender.— Isabela — a voz dele soava calma demais para o caos em que estávamos. — Podemos conversar? Preciso te ver.Minha mente se dividiu em um segundo. Parte de mim não queria mais vê-lo; João representava tudo o que
Capítulo 1 – IsabelaEu nunca fui do tipo que foge de uma disputa, especialmente quando sei que estou preparada para vencer. O salão de conferências estava lotado, a luz suave refletindo nas taças de champanhe que passavam pelas mãos dos mais influentes empresários do país. As vozes ecoavam pelo ambiente, mas eram apenas murmúrios distantes enquanto meus olhos se fixavam nele. Carlos Albuquerque. Ele estava lá, como sempre, imponente, um predador observando seu território.Era difícil ignorá-lo, mesmo quando eu sabia que o melhor seria fazer isso. A cada passo que eu dava, o olhar dele me seguia, me analisando. Eu odiava admitir, mas sempre existia uma tensão quando ele estava por perto. E, dessa vez, o ambiente de luxo só acentuava isso. As paredes de vidro do salão refletiam a cidade abaixo, iluminada pela noite, e eu sabia que aquela noite não terminaria apenas com um aperto de mãos entre empresários.Peguei uma taça de champanhe da bandeja de um garçom e segurei firme, meu sorris
Capítulo 2 – IsabelaEu sabia que Carlos estava tramando algo. Ele sempre tinha um plano, uma jogada escondida para virar o jogo a seu favor. O problema é que, desta vez, ele estava jogando contra mim. E eu não sou o tipo de mulher que se deixa intimidar por um sorriso ou uma estratégia bem traçada.O evento continuava ao nosso redor, vozes, risos e conversas paralelas enchendo o salão. Eu mantive meu olhar firme nele, analisando cada movimento, cada pequena mudança de expressão. Carlos tinha um dom para esconder suas intenções, mas eu já o conhecia o suficiente para saber que, quando ele ficava em silêncio por muito tempo, algo grande estava prestes a acontecer.— O que você está armando, Carlos? — perguntei, sem rodeios.Ele ergueu uma sobrancelha, fingindo surpresa. Seus olhos castanhos escuros brilharam sob as luzes do salão, e por um segundo, ele desviou o olhar para a grande janela de vidro atrás de mim, como se a cidade iluminada fosse mais interessante do que eu.— Sempre tão
Capítulo 3 CarlosEnquanto o uísque descia quente pela minha garganta, eu observava Isabela se misturar com os investidores e diretores ao redor da mesa. Ela tinha aquele jeito de controlar o ambiente sem precisar falar alto, apenas com sua presença. Seu vestido preto ressaltava suas curvas perfeitamente esculpidas pela academia, e sua postura confiante a tornava o centro de atenção em qualquer lugar que estivesse.Mas eu não estava interessado apenas na beleza de Isabela. O que me atraía mais era o seu cérebro afiado, a mente que estava sempre um passo à frente… Ou pelo menos ela pensava assim. A verdade é que eu já tinha colocado a primeira peça do meu jogo em movimento. E agora era só uma questão de tempo até ela perceber que estava na mira.Isabela não sabia, mas eu havia adquirido parte de uma empresa fornecedora estratégica para os projetos dela. Era uma jogada arriscada, mas uma que poderia me dar vantagem. Sabia que ela odiaria descobrir que sua operação dependia, em parte, d