O Preço da VerdadeIsabelaA noite caiu, e com ela, o peso dos últimos acontecimentos. Eu estava sozinha no meu escritório, cercada por papéis e arquivos que contavam a história de uma empresa à beira de um colapso. A cada nova informação que eu descobria, uma parte de mim se despedaçava. O que antes era uma batalha corporativa se transformou em uma guerra pessoal — e os inimigos estavam por todos os lados.Olhei para a janela, observando as luzes da cidade brilharem no horizonte. Lá fora, o mundo seguia normalmente, enquanto aqui dentro, tudo parecia desmoronar. Carlos estava em alerta, e eu sabia que ele também começava a questionar as lealdades ao nosso redor. Mas havia algo mais nele, algo que eu não conseguia identificar. Era como se, mesmo diante de toda essa tempestade, ele estivesse me escondendo algo.O pensamento me incomodou. Eu sempre soube que havia coisas sobre Carlos que ele preferia manter para si. Mas, depois de tudo o que enfrentamos juntos, essa distância se tornou
Sombras ReveladasCarlosO dia havia sido longo e desgastante. Cada passo que dávamos em direção a resolver o enigma de Letícia parecia nos levar mais para dentro de um labirinto sem saída. Eu sentia o peso do mundo nas costas, mas o que mais me incomodava era a distância crescente entre Isabela e eu. Mesmo quando estávamos lado a lado, parecia que uma barreira invisível nos separava.Ela estava escondendo algo de mim. Eu podia ver nos olhos dela, no modo como evitava determinados assuntos. Aquilo me consumia. Se tínhamos alguma chance de derrotar Letícia, precisaríamos estar completamente unidos. Mas o que fazer quando a própria pessoa em quem você confia está te deixando no escuro?Voltei para casa tarde, depois de mais uma reunião exaustiva. A empresa estava se segurando por um fio, e cada decisão parecia ser a última esperança de salvar tudo. Assim que entrei no meu apartamento, fui direto para o bar, servi um copo de uísque e me joguei no sofá. A escuridão da sala refletia o caos
Entre a Verdade e a MentiraIsabelaO som do telefone vibrando em minha mesa me trouxe de volta ao presente, afastando a névoa de pensamentos que rondavam minha cabeça. Olhei para a tela e vi o nome de Carlos. Desde a última vez que nos falamos, algo estava diferente. Ele parecia distante, e isso me perturbava mais do que eu gostaria de admitir. Peguei o telefone, hesitando por um momento antes de atender.— Isabela, precisamos conversar — a voz dele soou firme, quase fria. — Estou indo ao escritório.— Claro — respondi, tentando manter a calma, embora meu coração estivesse batendo acelerado. — Estarei aqui.Desliguei e encarei a porta do meu escritório por alguns segundos. A sensação de que algo grande estava prestes a acontecer pairava no ar, e isso me deixava inquieta. Havia segredos entre nós, coisas não ditas que precisavam ser reveladas. A cada dia, parecia que estávamos mais distantes, como se um abismo invisível crescesse entre nós.Tentei focar no trabalho à minha frente, mas
Armando as PeçasIsabelaA sensação de alívio que tinha experimentado na nossa conversa anterior desapareceu rapidamente. Eu sabia que, embora Carlos e eu tivéssemos chegado a uma trégua, a verdade era muito mais complexa e perigosa. As forças contra nós eram poderosas, e, mesmo trabalhando juntos, ainda havia incertezas pairando sobre nós. O jogo estava longe de terminar, e eu não podia me dar ao luxo de baixar a guarda.Passei as últimas horas revisando os arquivos que Carlos tinha me mostrado, tentando identificar padrões e conexões entre Letícia e seus aliados. Ela tinha mais influência do que eu imaginava, e os documentos revelavam uma rede intrincada de contatos que se estendiam muito além do nosso círculo de negócios. Era como se ela tivesse plantado raízes em várias áreas, e eu me perguntava até onde ela estava disposta a ir para alcançar o que queria.Meu telefone vibrou, interrompendo meus pensamentos. Era uma mensagem de João, o que imediatamente me deixou em alerta.“Preci
Estratégias VeladasCarlosO silêncio entre mim e Isabela era quase palpável, uma cortina de tensão que preenchia a sala enquanto analisávamos os próximos passos. Estávamos cercados por traições e jogos de poder, e agora, mais do que nunca, precisávamos ser estratégicos. Isabela permanecia de pé ao meu lado, seus olhos fixos nos documentos que estávamos revisando, mas eu sabia que sua mente estava a mil.— Precisamos agir rápido — ela finalmente quebrou o silêncio, sua voz fria e controlada. — Letícia está avançando, e João… ele está se movendo nas sombras.Assenti lentamente. João havia se revelado uma peça mais complicada do que eu imaginava, e Letícia, apesar de todas as evidências contra ela, ainda conseguia manipular a situação a seu favor.— Eu sei. — Respirei fundo, os olhos focados nos papéis à minha frente. — Precisamos jogar com mais inteligência do que eles. João pode pensar que tem o controle da situação, mas subestimá-lo seria um erro.Ela se aproximou, colocando as mãos
A Primeira CartadaIsabelaAquela manhã tinha uma eletricidade no ar, uma energia que me fazia sentir como se estivesse prestes a enfrentar um campo de batalha. E, de certa forma, estava. Tudo o que fizemos até agora nos trouxe a este momento: o jogo estava prestes a se intensificar, e as próximas horas seriam decisivas para o futuro de nossa empresa — e, de certa forma, para nós mesmos.Levantei-me cedo, com uma sensação incômoda de antecipação. As movimentações de João eram mais perigosas do que prevíamos, e, se não agíssemos com cautela, poderíamos acabar sendo engolidos pelo próprio jogo. Letícia, por outro lado, era um risco constante. Carlos e eu concordamos em deixá-la se sentir confortável, mas isso também significava que, a qualquer momento, ela poderia agir.— Isabela, você tem certeza de que estamos prontos para isso? — A voz de Carlos me trouxe de volta ao presente. Ele estava parado na porta do meu escritório, observando-me com uma expressão que mesclava preocupação e det
Capítulo 1 – IsabelaEu nunca fui do tipo que foge de uma disputa, especialmente quando sei que estou preparada para vencer. O salão de conferências estava lotado, a luz suave refletindo nas taças de champanhe que passavam pelas mãos dos mais influentes empresários do país. As vozes ecoavam pelo ambiente, mas eram apenas murmúrios distantes enquanto meus olhos se fixavam nele. Carlos Albuquerque. Ele estava lá, como sempre, imponente, um predador observando seu território.Era difícil ignorá-lo, mesmo quando eu sabia que o melhor seria fazer isso. A cada passo que eu dava, o olhar dele me seguia, me analisando. Eu odiava admitir, mas sempre existia uma tensão quando ele estava por perto. E, dessa vez, o ambiente de luxo só acentuava isso. As paredes de vidro do salão refletiam a cidade abaixo, iluminada pela noite, e eu sabia que aquela noite não terminaria apenas com um aperto de mãos entre empresários.Peguei uma taça de champanhe da bandeja de um garçom e segurei firme, meu sorris
Capítulo 2 – IsabelaEu sabia que Carlos estava tramando algo. Ele sempre tinha um plano, uma jogada escondida para virar o jogo a seu favor. O problema é que, desta vez, ele estava jogando contra mim. E eu não sou o tipo de mulher que se deixa intimidar por um sorriso ou uma estratégia bem traçada.O evento continuava ao nosso redor, vozes, risos e conversas paralelas enchendo o salão. Eu mantive meu olhar firme nele, analisando cada movimento, cada pequena mudança de expressão. Carlos tinha um dom para esconder suas intenções, mas eu já o conhecia o suficiente para saber que, quando ele ficava em silêncio por muito tempo, algo grande estava prestes a acontecer.— O que você está armando, Carlos? — perguntei, sem rodeios.Ele ergueu uma sobrancelha, fingindo surpresa. Seus olhos castanhos escuros brilharam sob as luzes do salão, e por um segundo, ele desviou o olhar para a grande janela de vidro atrás de mim, como se a cidade iluminada fosse mais interessante do que eu.— Sempre tão