༺ Oliver Mourett ༻Estava terminando de assinar os últimos documentos para dar início à compra das ações daquele empresário da Arábia, quando alguém bateu na porta. Digo "entre" e logo percebo que se trata de Derick. Provavelmente não são boas notícias que ele traz.Não me espantaria se fosse novamente a respeito dos meus irmãos. Acredito que eles ainda continuam brincando com a minha cara e não levando a sério meus avisos. Ele então comentou seriamente:— Senhor, desculpe interromper! Mas é urgente. Recebi uma ligação de um dos meus seguranças a respeito da senhorita Mia.Quando ele fala dessa maneira, logo fico preocupado e me levanto, interrogando-o seriamente.— Diga de uma vez, Derick. Não faça suspense! Aconteceu alguma coisa com ela?— Na verdade, seu irmão abordou-a hoje na frente da faculdade. Eu não sei o que ele andou falando a ela, no entanto, ela parecia bem assustada! — na mesma hora, fico furioso e dou um soco na mesa com bastante força.Derick até se assusta com a minha
༺ Afonso Carrozzini ༻Despertei de um pesadelo terrível em que minha filha me pedia ajuda. Quando voltei a respirar normalmente depois do susto, percebi que ainda estava deitado no sofá da sala. Meu Deus, adormeci lendo todos esses documentos. Esfreguei meu rosto e dei um bocejo. Talvez um chá me ajude a me recompor novamente.Não consigo parar de lembrar do sonho enquanto caminho até a cozinha. Foi tão real, parecia que minha filha estava me pedindo socorro, e eu não podia ajudá-la. Começo a sentir um aperto no peito e decido ligar para ela, mas não atende. Provavelmente já está dormindo. Deve ser coisa da minha cabeça.Decido continuar fazendo meu chá quando vejo meu tio surgir na cozinha. Ele me observa curioso e diz:— Você também não está conseguindo dormir hoje? Tive um sonho ruim e não consigo fechar os olhos...— Sim, tio! Estou na mesma situação. Tive um sonho terrível com minha filha. Já tentei ligar para ela, mas provavelmente ela está dormindo. — meu tio parece perplexo qu
༺ Oliver Mourett ༻Eu observava Afonso dormindo pacificamente. Ele estava exausto. Ele havia doado um pouco do seu sangue para salvar Mia. Pensei que ele não viria a tempo, mas, mais uma vez, me enganei sobre ele.Parece que Mia pode estar certa, ele está mudando. Prometeu a ela que não queria mais se envolver com jogos e, pelo visto, está mantendo a palavra. Nunca mais ouvi falar dele no meu cassino, nem mesmo depois que voltou dessa viagem em que foi buscar aquele velho rico para tentar tirá-la de mim.A cirurgia ainda não terminou. Devo confessar que estou tenso. Levanto-me e vou até a lanchonete. Peço um café e fumo um cigarro do lado de fora. Estou num estado lamentável, mas não me importo. Alguns minutos depois, volto e me sento ao lado de Afonso. Vejo Derick caminhando na minha direção com sacolas, provavelmente contendo roupas limpas.— Senhor, passei na sua casa e pedi para uma das funcionárias providenciar um paletó mais adequado! Se precisar de ajuda, posso ir até o banheiro
༺ Afonso Carrozzini ༻Era devastador observar o médico ao lado dos enfermeiros tentando trazer minha filha de volta. O enfermeiro pressionava seu peito com certa força para que ela reagisse, no entanto, parecia que nada estava adiantando. Eu não podia acreditar que Mia estava morrendo diante dos meus olhos.Mourett tinha a mesma reação que eu, incapaz de lidar com tudo o que estava acontecendo. O médico tentava não desistir, mas o enfermeiro, ao perceber que não havia mais nada a ser feito, segurou o braço do médico enquanto eu me aproximava mais da porta para ouvi-los.— Pare, doutor... não há mais nada a fazer, a paciente se foi!— Nenhum paciente jamais morreu sob minha vigilância, vou tentar mais uma vez. Aumente para a carga máxima... — ele aplicou novamente o desfibrilador no peito da minha filha, mas ela não respondeu aos choques e, dessa vez, até mesmo o médico acreditava que não havia mais solução. O enfermeiro comentou novamente.— Já disse ao senhor que não tem mais jeito!
༺ Oliver Mourett ༻Está sendo doloroso demais acreditar no que aconteceu. Mia morreu. Não consigo lidar com essa dor que estou sentindo. Parece que estou sendo despedaçado por dentro, como se navalhas estivessem me cortando. No meu coração, parece que estão enfiando agulhas. Se eu a tivesse deixado ir embora, talvez isso não tivesse acontecido. Ela não merecia pagar por uma guerra que não é dela.Eu não vou perdoá-los. Pelo que me fizeram, vou acabar com todos, pois eles me tiraram a única coisa que me fazia ser humano. Enquanto acaricio seu rosto gélido e pálido, não consigo deixar de comentar:— Ah, Cherry… Como ficarão meus dias sem você? Estava tão acostumado com sua petulância e, ao mesmo tempo, suas provocações. Sem falar das vezes em que você me observava sempre sorrindo. Isso é tão injusto! Você não merecia pagar por algo que não tem nada a ver. Mas farei com que todos que acabaram com sua vida paguem amargamente. Eles vão lamentar até mesmo pelo dia em que nasceram.Enxugo as
༺ Nicolas Mourett ༻— Está feito, senhor, sua hóspede foi muito bem acomodada! O médico disse que irá monitorá-la para que nada lhe cause danos, especialmente uma infecção...— Isso é ótimo. Você tem alguma previsão de quando ela vai acordar? — o enfermeiro responde com seriedade.— Acho que seria melhor mantê-la sedada por esse período de 48 horas, uma vez que ela acabou de passar por uma cirurgia. Não foi nada tão grave, é claro, mas ela teve que receber uma transfusão. Então, para evitar o estresse quando ela acordar e perceber que não está em sua rotina habitual, é melhor deixá-la dormir por esse tempo.— Sim, compreendi perfeitamente! Você e o doutor foram espertos ao usarem o medicamento certo para diminuir sua frequência cardíaca, parecendo que está morta. Bom, deixe-me fazer uma gentileza, porque você sempre me ajuda quando preciso. — todos estavam pensando que Mia tinha morrido, mas, na verdade, ofereci muito dinheiro ao enfermeiro, que aceitou de imediato. No entanto, o médi
༺ Oliver Mourett ༻Quando finalmente cheguei naquela funerária, passei direto, sem me importar se era convidado ou não. Pedi à recepcionista para me levar até o dono, mas ela se negou. Porém, quando mostrei a arma, ela mudou de ideia. Meus homens logo rodearam a m*****a agência. Eu empurrei a porta com o pé, entrando na sala do maldito e o assustei, pois ele estava contando uma grande quantidade de dinheiro.— Mas o que é isso? Onde pensa que está para invadir assim minha sala?— Cala a boca... agora vamos conversar e, dependendo do que você me disser, talvez eu te poupe! — puxei minha arma novamente, mostrando para ele, que levantou as mãos em sinal de rendição. Provavelmente ele não estava entendendo o que acontecia.— Calma, cara! Não faço ideia do que está acontecendo? Mas conversaremos…— Isso é verdade, vamos conversar! Vai me dizer para onde levaram o corpo da moça que morreu hoje de manhã no hospital São Francisco? Quero saber, porque levaram o corpo da minha mulher? — o homem
༺ Mia Carrozzini ༻Abro meus olhos lentamente, reconhecendo o lugar onde estou. Parece uma espécie de sala, não sei dizer direito, um médico me monitora. No entanto, percebo que entra outra pessoa no ambiente, então fecho meus olhos, apenas ouvindo a conversa deles.— Olá, doutor, vim saber como a minha boneca está hoje? O senhor acha que ela demorará para acordar?— Bom, ela tem um prazo de 48 horas para isso, mas acredito que talvez não demore muito, pois o efeito do sedativo deve estar passando! — ao ouvir aquela voz, percebo que não se trata de Mourett, então abro meus olhos apenas um pouco para ver quem era.Tomo um grande susto ao perceber que se trata de Nicolas. Eu não sei o que está acontecendo? Lembro-me vagamente das coisas, mas o que estou fazendo em um lugar como esse? E, principalmente, por que ele está me mantendo aqui? Precisarei ser bastante inteligente se eu quiser sair daqui. Logo, sinto uma fisgada na minha barriga, merda… agora me lembrei que levei um tiro.Respiro