É certo que no passado a vida não era tão acelerada, então provavelmente também não era tão banal ter ansiedade. Mas da forma como falam os antigos, somos a geração da frescura em ver gravidade nessa forma de sentir. Eu me pergunto como eles consideram tudo isso normal. Não está certo que as pessoas, por serem tratadas como máquinas, estejam cada vez mais propícias a ser incapacitadas para que sobreviver seja possível. As exigências constantes nos dias atuais fazem com que não sejamos tratados como humanos suscetíveis a cansaços eventuais, mas que sejamos pressionados a viver uma rotina produtiva, exaustiva e patológica.
Como resultado, temos adultos aposentando por invalidez, adolescentes trancando faculdades por exaustão emocional, e colapsos nervosos tão frequentes quanto o tempo ideal da troca de escova de dentes.
Chega a ser engraçado alguém querer ter a vida que tenho. Eu não trabalho, não sustento uma família, não passo fome, sede ou falta de alguma. Meus pais se
Eu sinto que não faço a menor ideia de por onde começar a aprender a lidar. Ou talvez saiba e não saiba que sei. Ou talvez já esteja lidando. Os dias estão correndo mais rápido que eu e continuo com a mente na cama que vou encontrar quando chegar em casa. E que Deus a reserve para mim, sem país ou irmãos no caminho que me acrescentem obstáculos para encontrar no inconsciente minha fuga. Sim, fuga, porque o lance aqui é ser honesta com tudo o que eu tenho consciência. A verdade é o que esvazia o corpo cheio de dor. É como a água que ocupa o espaço antes ocupado pelo ar quando uma garrafa é inserida na água. E eu me sinto mergulhada numa abundância de fragmentos de conhecimento, amadurecimento, superação, evolução, cura. E se eu abrir a boca, bem, eu talvez me afogue em solução - do meu primeiro enfrentamento em muitos.Eu estou passando por tudo o que é restritamente necessário. Está sendo exigido de mim apenas o que tem me falta
Existe sempre aquilo que te instabiliza. Apesar da minha convicção (ausente, eventualmente, mas presente hoje), eu continuo sentindo necessidade de reafirmar meu valor e capacidade em algumas situações e isso suga a energia e bem-estar de uma forma danífica. Existe alguém hoje que me faz ruir. E esse alguém sou eu.A permissividade da vulnerabilidade está no indivíduo. O mundo pode estar em crise, mas a paz vem de dentro. O meu quarto bagunçado revela algumas faltas nessa ordem interior - mas talvez eu esteja ocupada colocando outras coisas no lugar. (À quem quero enganar? Em qualquer oportunidade, eu provavelmente vá dormir).Ter ansiedade é querer lidar com tudo agora quando não é possível enfrentar diretamente a questão hoje. Se a viagem é amanhã por quê eu me preocuparia antes? Eu tenho a plena segurança nisso (devia significar a minha cura), e exercito quando meu supere
Ultimamente eu descrevia meu contexto como uma incógnita determinada pela minha disposição em "abraçar" os desafios, provações, enfrentamentos. Existe sempre a possibilidade de aceitar fazer o esforço ou dormir para anestesiar o incômodo. Mas eu te prometo que ele ainda vai estar amanhã - se não em forma do mesmo problema, em forma de uma carência sua do conhecimento que deixou de ser adquirido com aquela experiência. Somos construídos pelo que vivemos. Até o que nos machuca nos faz curar. Como um bebê as vezes precisa de um tapinha para respirar.Um spoiler? Pensando na faculdade de medicina apesar da ansiedade, mas isso é algo um pouco prematuro para se decidir (não para se enfrentar mas, por hoje, deixa para amanhã)."A gente tem que enfrentar exatamente o que não estamos prontos para enfrentar. [...] Não posso deixar que o que está na minha frente para me construir me destrua" - daquelas filosofias escondidas em nós que a interação social proporciona. Apesar da impor
Mas não é exatamente esse o ponto?!Eu definitivamente estou fazendo um esforço ao tomar esse tempo para narrar o meu progresso. Não quero ser cansativa, mas a disponibilidade para um cochilo é meu maior ponto fraco. Dessa vez a exaustão trouxe à tona a minha capacidade de dormir nas aulas. Eu arquitetei minuciosamente cada oportunidade de dormir. Não dei mais a mínima, e ainda me sinto aliviada por receber as notas na mesma constância. Mas eu devo ser uma exceção. Nunca tive de me esforçar de fato para obter bons resultados, então a vida poderia certamente ser pior.O problema de chegar ao ponto de esclarecimento que eu sinto ter chegado na resolução dos meus dilemas é que existe condições de dar a volta por cima mas também existe a exaustão causada por todo o esforço anterior. O que fazer agora que eu tenho em mãos sabedoria, paciência, maturidade e um cansaço causado por todo o exercício do crescimento que me abate? Bem
Existe muito progresso em simplesmente procurar no silêncio um preenchimento. Na ausência do que julgamos necessário uma resposta. É pesado convencer-se de que é sempre necessário correr e dar impulso para fazer um salto que alcance ao longe o que simplesmente pode vir caminhando em sua direção. O crescimento pode vir com a afobação, mas certamente o que está no ar te poupou pode ser algo valioso a se perder.Tô muito pensativa ultimamente. Mas para falar a verdade, a maior parte do meu dia é só um monte de confusão - o tempo tem passado muito rápido. Eu sinto precisar de mais horas em um dia mas não me parece também ser uma boa ideia. Provavelmente não seriam mais horas de sono.Fato é que eu tento me enganar com o pensamento de que dormir traria algum tipo de descanso que eu preciso. Eu preciso de um dia num SPA relaxante. Eu consistia em ficar 10 minutos diários de foco unicamente na respiração enquanto toca uma música
É preciso pôr na balança o que é mais indispensável: o investimento que é um tempo pela sua saúde mental ou alguns minutos no celular. Talvez seja justamente essa a solução prática para a dessa desaceleração prejudicial do dia-a-dia: a valorização do tempo.Quando nos permitimos olhar para o relógio, ele parece parar. Tudo parece mais devagar, a gente se permite sentir algo que não ansiedade. Quando nós permitimos abrir a janela, o dia parece menos sombrio. Tudo parece menos triste, a gente se permite sentir algo que não ansiedade. A dor é algo lindo, mas existe algo ainda mais lindo em se permitir sair do lugar que nos fere. A nossa felicidade pode estar naquilo que a gente não ousa tentar e, muitas vezes nem mesmo acreditar que somos capazes. A vida pode ser o livro que você quiser, contanto que você se lembre que ela é feita de capítulos que descrevem outros desafios, outras dores e outras felicidades. A minha pode estar soan
Esse relato é o de um dia extraordinário que, em um primeiro momento, deixou de ser escrito para ser vivido.Nada muito diferente aconteceu durante a aula mas, de alguma forma foi excelente. Eu deixei de levar mais da metade do material para que a mochila não ficasse pesada, acabei precisando deles mas ainda assim fui produtiva, mais do que quando levo todos corretamente. Tenho "deixado algumas responsabilidades de lado" - materiais que pesam as costas e não são necessários, mas também algumas discussões que não merecem que eu as concretize - para trabalhar a minha imperturbabilidade e não atrapalhar a busca pelo que eu tenho realmente carecido nesse momento.As aspas estão aí justamente pelo fato de que tomar decisões contra o convencional não precisa estar associado a irresponsabilidade. Eu continuo sendo responsável no momento em que arco com as consequências dos meus atos, e isso tenho feito. Eu sempre meço com serieda
O ansioso torce por resultados instantâneos mas a vida funciona de outra forma e é necessário sintonizar.Sintonizar com a forma como a natureza segue, entender a vida com seus ciclos, amar-se da forma que for necessário em cada um deles.Acho que o que tem sido realmente importante conquistar na minha vida, eu tenho progredido e alcançarei. Vivemos tanta coisa em um único dia resumido em correr atrás de realizar obrigações que acabamos não nos permitindo viver experiências valiosas.Colocar um fone no ouvido pela necessidade de se isolar depois de um longo dia te livra, ou melhor, te poupa de conversas que podem te impactar como você não imagina. Sempre me pego pensando nisso.Tenho me calado cada vez mais em função do que tenho vivido e da pouca abertura para ser escutada. É algo muito triste, mas ainda mais seus resultados a longo prazo. Nunca fui coadjuvante - ainda bem, já que todos deveriam ser protagonis