"Você está bêbada?", Liam agarrou o celular com força e balançou a cabeça em descrença, olhando para o relógio.Duas horas.Fazia duas horas que ele havia deixado Eden na cabine VIP, e nesse curto período de tempo, de alguma forma, ela conseguira encher a cara daquele jeito. Mesmo depois dele implorar para ela não ser imprudente.Agora, mais do que nunca, Liam estava convencido de que o único propósito de Eden na terra era torturá-lo e atormentá-lo."Por que você não gosta de mim?", ela perguntou outra vez, seus soluços abafando suas palavras. E, naquele momento, com o coração doendo ao som de suas lágrimas, ele esqueceu toda a sua raiva."Onde você está? Estou indo para aí agora", sua voz foi muito mais gentil quando ele suspirou ao telefone."Por favor, goste de mim", Eden soluçou do outro lado da linha. "Eu gosto tanto de você que até dói. Então, por favor, goste de mim."As palavras de Eden o deixaram atordoado.Como ela podia achar que ele não gostava dela, se todos ao red
Liam ligou para Eden enquanto subia as escadas e ficou muito aliviado quando Clara atendeu."Onde ela está?", ele perguntou."Ela está bem aqui, senhor. Eu estava prestes a chamar um táxi para ela.""Não precisa, vou levá-la para casa", disse ele. "Encontre-me lá fora, vou trazer o carro."Cinco minutos depois, ele parou seu Lamborghini, estacionando o mais próximo possível da entrada, onde Clara fazia o possível para sustentar Eden em pé.Liam saiu furioso do carro e se aproximou delas, olhando feio para sua assistente antes de pegar Eden e colocá-la no banco da frente. Largou a bolsa e os sapatos dela no banco de trás e então voltou-se para Clara."Jeff está quase aqui", disse ela, um sorriso largo e bêbado em seus lábios, enquanto ela se segurava no poste. "Eu vou ficar bem, então você pode ir em frente e levar a Srta. McBride para casa, senhor.""E deixá-la sozinha? Bêbada do jeito que você está?", Liam perguntou, cruzando os braços.Tentar discutir com bêbado seria inútil.
Eden tinha acabado de voltar da sala de descanso com uma xícara fumegante de chá — a última do dia —, pronta para relaxar durante a tarde, quando o telefone do escritório tocou.Depois de ouvir a voz do outro lado da linha, colocou o telefone de volta no gancho.Respirou fundo várias vezes, tentando se acalmar, antes de deixar correndo o escritório.O encontro deles teria que acontecer em algum momento. Ela só não esperava que fosse tão cedo.Como ela poderia olhar para Liam agora, sem conseguir se lembrar de boa parte do que havia acontecido na noite de sexta-feira?Sabia que tinha feito uma ligação para ele, ainda na sexta à noite, bem bêbada. Mas só sabia disso porque no sábado, enquanto tomava um gole do remédio para ressaca de Brenda, viu a chamada no registro de seu celular.Enquanto serpenteava pelos corredores, Eden tentou mais uma vez se lembrar do que havia acontecido, mas a única memória nebulosa que lhe veio à mente foi Aleksei, o cara da máfia russa, sua briga com Li
"Você sentiu minha falta?", Liam perguntou."Só um por cento", Eden murmurou, distraída.Sua atenção estava agora no envelope, seus olhos brilhando de alegria, como se aquilo fosse um bilhete dourado para a fábrica de chocolate de Willy Wonka. Bom, no mundo da moda, era quase isso.Quando Lydia mostrou seu ingresso semanas atrás, Eden sentiu uma inveja louca. Agora que era mãe, sabia que teria que abandonar algumas coisas, como eventos noturnos.Mas agora, por causa de um compromisso com o trabalho, ela conseguiria um assento na primeira fila, para ver o que havia de melhor na moda do país, antes que o público em geral visse.Eden estava tão feliz que queria gritar e dançar.Se ela não estivesse no escritório do CEO, ela o teria feito.Mas...Virou-se para Liam, a suspeita de novo nublando seus olhos.Por que ela iria como seu par se ele tinha Clara?"Você não deveria levar Clara ou uma das assistentes seniores como sua acompanhante?", ela perguntou, e se arrependeu logo em s
Atordoada, Eden postou-se na frente da tela e assistiu à reportagem do âncora ao vivo do N1, que dizia que três dos caminhões de carga da Logística Anderson, a caminho de depósitos em diferentes partes do país, haviam sido consumidos em incêndios, no que a polícia chamara de um ataque altamente sofisticado.Os motivos da emboscada, porém, ainda não eram claros.Em segundos, a porta do escritório de Liam se abriu. Matthew, Julian e os outros executivos seniores invadiram a sala, junto com suas assistentes pessoais, e todos fizeram uma reunião improvisada.A sala mergulhou em um caos atordoante por três horas, com todo mundo perdendo a cabeça, em pânico, tentando reduzir os danos.Julian estava à beira das lágrimas, observando os preços das ações da Logística Anderson despencarem no mercado.Matthew tinha um pesadelo de relações públicas nas mãos. Muito se especulava acerca dos ataques, que eram bastante semelhantes aos ocorridos nos últimos dias, a outras empresas de logística, e t
Eden correu de volta para dentro do prédio, planejando passar rápido no escritório de Liam para pegar seu telefone.Ela bateu uma vez e, sem resposta, entrou.Seu coração se partiu em dois ao encontrar Liam no sofá, embalando seu rosto em suas mãos, os ombros caídos em derrota.Ele se virou quando ouviu a porta fechar suavemente atrás dela, o olhar dele escurecido quando seus olhos se encontraram."Eu esqueci meu celular", explicou Eden, bastante desconfortável por invadir um momento íntimo dele."Está aqui", Liam o ergueu no ar e ela correu para pegá-lo.Quando tentou alcançá-lo, porém, ele a agarrou e ela, de maneira desajeitada, caiu em seu colo."Sr. Anderson", ela retrucou sem fôlego, assustada com seu movimento rápido."Liam", ele gemeu, seus lábios pairando tão perto dos dela que ela podia sentir o cheiro do Bourbon em seu hálito."Liam", ela repetiu, combinando com seu tom calmo. "Eu não acho que eu deveria estar aqui.""Você está exatamente onde deveria estar", disse
Choveu por uma semana consecutiva após o incidente com a queima dos caminhões, o que aumentou ainda mais o clima de tristeza que se instalou sobre a empresa, logo depois que Liam convocou a reunião de emergência para homenagear os motoristas mortos. Era quase como se os céus sentissem sua perda com a mesma intensidade, e também estivessem de luto.Aliás, o tempo horrível coincidiu com a saída de Gibby da Logística Anderson.No terceiro dia, quando a tempestade implacável não dava sinais de cessar, todos os assistentes no 36º andar começaram a pensar que talvez as nuvens escuras e as chuvas torrenciais fossem um presságio e um sinal de que a mulher mais velha não deveria ir embora.Gibby, porém, como disse a todos em seu discurso de despedida, acreditava firmemente que a chuva era uma bênção e um sinal claro de todas as coisas maravilhosas que a aguardavam em seu próximo capítulo de vida.Não haviam olhos sem lágrimas na sala privativa do La Famiglia, onde Gibby se dirigiu a todos
Nas semanas seguintes após o incêndio dos caminhões, Liam se jogou no trabalho com vigor e determinação recém-descobertos, estimulado por sua culpa e tristeza implacáveis pela perda de três de seus motoristas.Quando não estava cobrando os detetives pela falta de andamento do caso, estava trancado no segundo andar com a equipe de segurança, monitorando todos os caminhões de carga em todo o país em tempo real por meio de uma transmissão de satélite.Ellie, a chefe da área, ficou feliz por tê-lo a bordo na primeira semana, mas pediu gentilmente que não voltasse na semana seguinte. Seus rapazes trabalhavam muito melhor quando estavam à vontade. Não podiam relaxar com ele o tempo todo pairando sobre seus ombros, gritando e rosnando instruções.Com tanta coisa para resolver, Liam não queria desperdiçar energia discutindo com ela. Havia outras formas de fazer aquilo. Ele exigiu que a equipe de tecnologia configurasse uma transmissão ao vivo em seu notebook, em que ele pudesse entrar a q